Capítulo 146 - Auxílio

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Grimin e Carla não eram muitos sociais quanto os moradores e convidados do Rei. Estavam acostumados a ficar no mesmo recinto, lendo e conversando, partilhando de suas próprias histórias e antigas lembranças.

Mesmo uma semana não foi suficiente para que os servos e criados obtivessem a confiança deles. Os papeis jaziam por cima da mesa, mapas e bibliografias avulsas de homens antigos. Pequenos objetos de cálculos usados para medição de placas de ferro pendiam na parede, atrás deles, e ambos sentavam, lado a lado, concentrados em um livro em comum.

– Essa é a Major Alison – o dedo de Grimin apontara para a pintura pequena de uma mulher esbelta, segurando uma arma de fogo. – Ela foi a única capaz de segurar um dos Rifles antigos que meu povo criou.

– Nunca ouvi sobre ela – Carla a olhada, maravilhosa. – Ela é uma Arche-Mago?

– Major não é patente de Magos – Grimin desceu o apontamento para o final do livro. – Ela é a única de seu posto, por isso, tem o título de Major. Lutou quando RiverWood foi atacado, foi quando uma das cidades, Kopaa, também foi atacada.

– Ai diz que ela tem 42 anos. RiverWood está sendo sitiada faz quanto tempo?

– 20 anos.

Era começo da tarde quando a porta da biblioteca foi aberta. Um dos criados entrou, chamando atenção de ambos. Ele se curvou, lentamente.

– Senhor Walock retornou, senhora Carla. Ele espera que o visite assim que possível.

O criado saiu antes dela conseguir responder. A porta foi fechada e os dois ficaram sozinhos no mesmo canto. Grimin deu de ombros, e voltou-se para os livros.

– Precisa que eu escolte a senhora? – sem muita emoção na voz. – Aqui dentro tem muitos Elfos, sendo bem sincero. Pareço tão deslocado que até me dá nervosismo.

– Ele deve querer falar sobre a viagem que fez. E tenho a minha espada, sou mais segura com ela.

Arrumou a pequena bainha de sua espada, na cintura. O coldre estava desgastado, com pequenos cortes da batalha naval. Era momentos como aqueles onde suas pernas travavam, água até os joelhos, a impedindo de caminhar.

O ar escapava do peito inconscientemente e a garganta fechava. Parada, suspirou.

– Sei que ele é meio obcecado com beleza, mas não precisa se arrumar tanto, senhora – Grimin riu. – O Príncipe dos Elfos a espera.

Carla acordara piscando algumas vezes.

– Continuamos os assuntos depois – disse baixo, se retirando.

Warlok estava sentado em uma cadeira de madeira ornamentada da antiga corte, com pequenas ramificações nas costas. O quarto era largo, quase um terço da biblioteca, mas usava apenas dois metros dele, o fazendo ser minúsculo.

– Warlock – Carla dissera depois de ser apresentada por um dos criados. – Me chamou?

– Claro que chamei. - Ele a chamou com uma mão mais perto. Quando Carla se aproximou, ele voltou para sua posição inicial, pensante. A mesa inclinada para si estava cheio de papéis colados e livros abertos. – Quero me perdoar por estar essa semana fora, espero que meu pai tenha sido cordial.

– Não o vi muito, mas todos os servos ficaram a minha disposição. Posso pegar uma cadeira?

O braço dele se esticou para o lado.

– Fique á vontade. – Esperou que Carla sentasse para continuar. – Estive fazendo pesquisas ao Norte de Hemilyn, nas Terras Queimadas. Foi por isso que tive problemas em voltar, não existe estrada por lá.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora