Capítulo 135 - Breve Encontro

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Com a chegada do navio ao porto de Hemilyn, a aventura demorada dos tripulantes chegara ao fim. Mesmo com todo o alvoroço que ocorrera à bordo, ninguém comentava sobre o assunto. Walock e seus dois subordinados esperavam por suas bagagens já fora do navio, olhando para os tripulantes carregando grandes caixas para as carruagens.

– Nós fizemos o que pediu, senhor. – Papéis foram passados da mão de Haty para Walock. – Esse tal Orion Baker é o antigo discípulo de Antrax. Ele treinava em Gamora até desaparecer dentro de um portal. Está desaparecido por dois anos, aparentemente.

– Dois anos é muita coisa para um homem sumir – o outro disse, curioso. – Pode ser que esteja só querendo ficar escondido. Já vimos várias pessoas fazendo isso.

Walock negava enquanto lia o papel.

– Ele é um Baker. Conheci um rapaz muito tempo atrás que carregava esse mesmo sobrenome, e não gosto do fato de ter outro deles por aqui.

– Como eu disse, senhor – Haty deu de ombros – está desaparecido faz muito tempo. E quero relatar outra coisa também.

Os três ficaram juntos, conversando baixo. Carla e Grimin desceram a prancha até o porto e deram um olhar ao redor. Os Elfos estavam trabalhando, como acontecia em qualquer lugar. Navios estavam estacionados e o cheiro do sal com suor misturavam-se, fortemente.

– Sempre pensei que esse lugar fosse mais vivo – Carla comentou ao descer. – Parece um lugar moribundo de pessoas que trabalham pra sobreviver.

– Não é diferente dos Humanos, minha senhora.

Grimin olhou ao redor, mas Walock e os outros Elfos estavam conversando. Um papel estava na mão deles, e discutiam sobre o conteúdo. Quando Walock olhou para a direção deles, acenou levemente.

O Anão quase cuspiu ao ver sua face amistosa.

– Senhora, eu não gosto de falar sobre isso, mas tente não se aproximar muito de Sir Walock. Eu não consigo ver nada de bom nele.

Surpresa, Carla olhou para seu amigo.

– Do que está falando?

– Acho que eles estão tramando algo, senhora. E não quero vê-la em perigo, mais uma vez.

A mão da Cavaleira repousou sobre seu ombro e ela concordou, em silêncio. Para Grimin, ela não estava o levando a sério. Viu quando seu sorriso se abriu com a chegada do filho do Rei Elfo. Estava cedendo aos poucos ao charme e personalidade.

Grimin preferia quando sua senhora estava irritada com Walock, não ao lado dele.

– Todas as nossas coisas foram colocadas na carruagem. Vamos partir direto para Lago Saltus onde meu pai nos espera. – Walock mirou sua locomotiva com os olhos. – Espero que seja decente para a Sol Negro.

– É ótima. Não gosto de luxos, mas, por favor, não me chame assim. Estou longe de ser uma completa.

Walock abaixou a cabeça em desculpas.

– Acho que muitos deveriam ficar lisonjeados por te terem por aqui. Esse é o porto principal – ele olhou ao redor, satisfeito com a movimentação e também com os trabalhadores. – Tudo que deve ser mandado para outra parte do continente passa por aqui, e como sou eu quem administro em nome do meu pai, faço funcionar em total eficácia.

– Parece ser um porto normal – Grimin olhava em volta, indiferente. – Sempre me falaram que os portos Élficos eram exuberantes. Ou mentiram para mim ou alguma coisa mudou.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora