Passos Arcanos: Caminho da Honra

Capítulo 78 - As Duas Pontas

- Quando estamos sincronizados em corpo e mente, nossas funções neurais se tornam mais afiadas do que quando estamos caminhando ou conversando com as pessoas, normalmente. Essa função se torna a Concentração Cavaleira, um estado simplório de dizer que está em sincroniza consigo.

Orion estava sentado com suas pernas cruzadas de frente para Gena, que a observava atentamente, sem piscar os olhos. Um pouco mais afastado dela, também sentado no piso de madeira, Raibor e Aleca, a filha mais velha do Duque.

Por mais que fossem completamente diferente uns dos outros, tanto em aparência quanto em personalidade, suas intenções eram uma única: Aprender a combater diretamente um inimigo.

No campo da magia, qualquer movimento da runa vira um ataque unilateral, e mesmo assim, os ataques são consumidos por mana, o que pode ser convertido por números, facilmente. Por essa forma, o combate direto, envolvendo encontros era empregado como base para qualquer um que estivesse interessado em começar no Arcanismo.

O Mago Heroico, Raibor, era forte e rápido como muitos Cavaleiros, e ainda assim, diante Orion Baker, seu aspecto não passava de uma folha solta da árvore. Seres mais fortes sempre iriam surgir, e o ditado mais sábio dos homens era empregado.

- Um rei nunca busca guerra, mas está sempre pronto para ela.

Do outro canto, Aleca era conhecida como a primordial no campo da espada. Muitos Cavaleiros sempre diziam que quando um homem era conhecido por suas habilidades, ele seria conhecido por algum tempo, até que outro o ultrapassasse. Porém, essa circunstância não se aplicava as mulheres.

Com 26 anos de idade, Aleca era uma Grande Cavaleira, ultrapassando os Cavaleiros Rasos e Nobres, a tornando uma das primeiras mulheres a conseguir o posto. Sua habilidade era velocista, entretanto, seu pulso era firme o suficiente para enfrentar uma desvantagem numérica.

Quanto a Gena, ela ainda estava começando com o básico, e mesmo assim, o básico era suficiente para todos eles.

- Estudei todos os estilos corporais que envolvem o corpo e espada, então, seu pai me enviou para ajudar com os princípios básicos. Sei que dois de vocês estão acima do inicial, mas é necessário que solidifiquem a base para se tornarem mais eficientes em suas próprias habilidades.

Orion continuou explicando por mais de 40 minutos os princípios de respiração, mesmo que ouvisse um bufar tedioso de Aleca. Era claro, a mulher dos cabelos longos e negros não estava sequer querendo estar presente.

Quando a aula acabou, Orion deixou que partissem, mas apenas Aleca se levantou, sem dizer nada e se foi. Raibor pegou sua espada, ao lado de onde sentava, e a repousou sobre sua perna. Com alguns instantes, ele fechou seus olhos e respirou, profundamente.

O intuito era converter a respiração em concentração, uma técnica básica usada para que os pensamentos vagos fosse levados e apenas o cerne da concentração o contornasse. Ele era um prodígio, considerado pelo próprio Orion um homem com capacidades elevadas até mesmo para sua idade.

Aos 24 anos, Raibor era um Mago de Segundo Núcleo e um Cavaleiro Nobre. Sua fama não era grande por estar em Gamora e nunca ter saído, mas a população conhecia seu nome. E sua determinação o fez crescer, se tornando um obstáculo até mesmo para Aleca.

Os dois eram irmãos, e também rivais. Portanto, quando Raibor procurava por inspiração, era Aleca quem procurava.

- A Respiração Usual é usada apenas para conseguir controlar a mente. Quando os segundos se passarem, deixe que ela se vá e torne a concentrá-la, novamente.

Raibor expirou e tocou a espada, abrindo os olhos.

- Quanto mais você conseguir enxergar que está unido a espada, irá entender que possuí um ligamento único com suas propriedades.