Capítulo 113 - Luta Improvisada

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– Tirem todos daqui, agora – o líder dos Caçadores gritou. Seus homens recuavam por sua ordem trazendo e defendendo os civis que estavam na área de combate. Nunca esperou que as criaturas fossem tão longe de casas para caçá-los, ainda mais agora, quando estavam desprotegidos.

Pela rua, as mulheres e crianças que antes estavam brincando começaram a subir rapidamente na direção deles, com medo de serem mortas. O caos se alastrou mais rápido do que fogo no óleo, e os gritos e berros se uniram em sinfonia.

As casas ainda estavam intactas, mas eram feitas de madeira, não poderiam apenas fugir para dentro e esperar acabar. Um único golpe de criaturas tão grandes e fortes seria suficiente para arrasá-las.

Estavam em um estado onde recuar não era opção.

Uma dessas crianças que corria tropeçou quase 20 metros de onde estavam. Os outros não pararam para ajudar, mas o líder a viu. Ela abaixou a cabeça, protegendo com os braços, e esperou, mas o vulto negro voando também avistou a presa fácil.

O homem tentou dar seu primeiro passo, mas uma mão o agarrou por trás, o puxando com mais vontade.

– Senhor, temos muitos em perigo.

– NÃO. A criança está lá.

O outro Caçador olhou para a menina tentando se proteger, mas a criatura também entrou em sua percepção. Ele impediu seu líder de avançar, negando com a cabeça.

– Senhor, não podemos ajudar todos. Os mais próximos, foquemos nesses.

– Mas... - A Criatura Negra desceu como uma águia, seu imenso bico se abriu e os dentes afiados brilharam ao raio do sol. O líder prendeu a respiração, não conseguindo desviar seus olhos. – NÃO.

– Bicho voador mau.

Um outro flash surgiu diante a garota, de frente para a imensa besta criatura negra. As asas batiam tentando recuar, mas a cada tentativa, uma falha. Ela estava presa ao homem do manto verde.

– Garota – Orion olhou para trás – consegue se levantar?

Destampando a cabeça, a garotinha olhou amedrontada para a pelugem negra e os olhos avermelhados. Ela tremia de medo apenas por olhar.

– Consegue se levantar? - repetiu Orion abaixando, e consigo, a criatura se curvou junto. – Consegue correr até aqueles caras lá em cima? Eles vão te ajudar.

Sua cabeça balançou algumas vezes, e começou a correr, novamente. Mesmo que suas pernas estivessem dolorida, ela alcançou o topo da rua com velocidade. O medo a fazia ignorar a dor. Orion deixou que ela saísse de sua visão para encarar o pássaro.

– Então, já sentiu o meu cheiro o suficiente? - ele a largou, e puxou a espada junto.

A lâmina arrancou uma das asas, caindo nos paralelepípedos.

– Eu estou um pouco com presa. Grite.

Ele agarrou a garganta dela e apertou o máximo.

Os sons de gruído ecoaram pelas ruas do Vilarejo. Os gritos voltaram de direções diferentes, ainda mais fortes do que antes.

– Certo, agora que eles sabem que estou aqui, não preciso mais de você.

A cabeça do pássaro negro caiu rolando rua abaixo depois do golpe. Orion limpou sua lâmina e tensionou as pernas. Saltou para cima de uma das casas e olhou para cima, para onde duas criaturas quadrupides, semelhantes a tigres saltavam pelos telhados.

Estavam concentrados, corriam em zig-zag, alternando entre os pontos. Por cima, mais dois pássaros se preparavam para descer. O cheiro da Lácrina misturado a Orion já estava sincronizado com suas narinas.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora