Capítulo 72 - Outras Rotinas

34 7 1
                                    

No alto da muralha que ligava as duas torres, Orion se sentava na beirada, olhando para o vasto horizonte deixando percorrer por entre pensamentos. Um novo lar, era o que Gamora, a cidade do Duque de Georfed, era para ser.

Um lugar grande, Orion chutava que era quatro a cinco vezes maior do que Mermet. E no meio de tantas casas, tantos edifícios, pessoas e até mesmo seus amigos, o ponto mais alto da muralha era o lugar que mais gostava de ficar.

Observar a natureza, tantas formas naturais da vida, e ainda assim, o vago o assombrava.

- Vejo que roubou meu lugar preferido para pensar.

Orion se virou, Geoferd estava em sua posição máxima, com o queixo erguido e com suas mãos atrás das costas. Usava uma larga capa verde escura e elevava o olhar para o mesmo horizonte que o homem.

- É um lugar bonito, não acha?

Orion fez uma rápida reverência e voltou a encarar a floresta e as estradas dos bosques a leste.

- É lindo.

- Antes de eu ter vindo para cá, essa cidade e também todas as regiões em meu comando eram parte de Unama, um reinado destrutivo. - Ele se sentou ao lado do rapaz, repousando os braços nas pernas. - Todo esse verde teve que ver o Fogo várias e várias vezes antes de encontrar essa paz mono colorida.

- Acho que depois de muitas lutas, a paz encontra uma forma de se infiltrar no meio do caos. Assim como a batalha de Unama, quando um dos Magos Sacerdotistas enfrentou o Rei Iop e venceu.

As sobrancelhas do Duque se ergueram.

- Conhece essa história?

- Seria estranho eu ficar mais de alguns dias em um lugar que eu não conheça. Li em sua biblioteca, e algumas coisas me falaram, alguns dos seus servos, quando tentaram me impressionar falando do senhor.

Georferd deu uma gargalhada.

- Eles são bem bajuladores. Não caía na tentação.

- Não sou muito bom para receber aplausos, nem de dar aplausos.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo. Orion não se importava de estar com o Duque, não depois de receber sua visita várias vezes. Antrax e Gidrin ficaram ocupados acomodando os civis e os Magos, os camuflando dos olhares comuns.

A chegada de um povo desolado chamou muita atenção, mas não era a notícia mais abaladora da semana. Muitos viram uma esfera gigante ser destruída, transformada em uma explosão avermelhada, uma chuva de meteoritos no meio de um vilarejo.

A explosão levou a chacina de uma grande civilização. Entretanto, ninguém conseguiu ligar a civilização que apareceu na porta da cidade de Gamora com o mesmo povo que foi destruído.

A distância percorrida era quase 140 quilômetros e era impossível para tantas pessoas se moveram de um ponto ao outro sendo que o tempo entre os dois eventos era menos do que uma hora.

Logo, o povo da cidade de Gamora, afastada do controle do Clero, aceitava a vinda. Muitos até mesmo se voluntariaram para ajudar as pessoas, acreditando que por estarem tanto perto do Duque, eles seriam recompensados.

Orion, no tempo que os civis e Magos foram realocados, esteve deitado, lendo e estudando sozinho. E, aos poucos, Georferd se aproximou com assuntos mais simples. Perguntava sobre o estado mental, corporal, contava sobre Antrax e Gidrin.

No final, era a mesma rotina de sempre. Depois de alguns dias deitado, ele finalmente conseguiu se levantar. A hemorragia fora curada, ligando os dois vasos que se romperam, limpando o interior e fechando.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora