Capítulo 139 - Iniciação

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As fissuras espalhadas pelo solo pegavam fogo, expelindo vapor quente para o alto. Os que conseguiram escapar pulando pelas paredes somaram um pouco da sorte, mas os que ficaram no chão, quase todos, foram mortos na hora.

O único que restava, planando no ar, era Leonardo Takhan. Sua habilidade de transmutação por partes animais lhe deu asas para voar. Observando os outros de cima, a visão ampla de que as provações ficariam mais difíceis o perturbava.

Os Mestres Necromantes criaram criaturas bestiais para retirar todos os membros de seus portos seguros. Corvos grandes, do tamanho de um cachorro, voavam na direção de Leo enquanto tigres e lobos furiosos saltaram para a parede.

As asas bateram quando os Corvos chegaram da esquerda. Leonardo se esticou e voou para longe, levando consigo as criaturas negras que gruíam, rapidamente. Ele olhou para trás enquanto fazia curvas no ar. Os pássaros eram mais rápidos e acostumados com o voo, e seguindo o fluxo de que estavam sendo controlados por um Mestre Necromante, suas habilidades e sentidos eram mais afiados.

Se dividindo em meio ar, eles flanquearam o Elfo, o impedindo de seguir. Mostraram suas garras, mas acertaram o ar. Leo deixou de bater as asas, inclinando-se para trás e caindo de costas. Respirou aliviado ao ver que estava salvo.

Voltando a usar as asas, se empinou para frente, cortando entre os corvos e saindo de perto das duas partes.

Estava vivo, mas por pouco. A cada segundo que passava, ele ofegava mais. Levou a mão ao peito ao tentar respirar profundamente. Sua costela doía, mas ele não fora acertado. O ar aquecido era o que estava dificultando.

– Aqui – um dos jovens esticou sua mão, na parede. Ele estava mais alto, e chamou atenção de Leonardo. – Posso te ajudar.

Passando rapidamente por ele, Leo pegou sua mão e o puxou para perto de si. O peso do homem não era grande, mas diminuiu a velocidade. Twini usava o mesmo manto que Leo, mas seus braços possuíam tatuagens brilhantes.

– Me jogue para cima. Se eu conseguir expulsar os Corvos, temos uma chance de ajudar os outros.

– Ajudar os outros? - Leo repetiu quase rindo. – Essa é uma prova individual, se quer ajudar os outros, então faça isso sozinho.

Os dois viraram, mas Leo já estava pronto. Ele arremessou Twini, não para para cima, mas na direção dos Corvos atrás de si. O homem xingou mais palavrões do que podia, suas tatuagens brilharam e uma explosão ressoou.

O grito dos corvos foi um alivio não só para Leonardo que já voltava na direção de Twini, mas para todos os que lutavam contra os tigres e lobos negros. Eles se agarravam as paredes, mas eram obrigados a subir mais e mais, escalando a parede.

– Merda – Twini batia os braços vendo o chão se aproximar. Fechos os olhos e pôs as mãos na frente do rosto. Quando se deu conta, nem o solo e nem os vapores o assaram. Ele abriu os olhos e então, o chão, as paredes e todas as criaturas estavam longe dele. – Isso.

Leonardo deu uma risada.

– Não posso descartar minha arma. Atire nas criaturas e salve apenas os seus amigos. Eu mesmo cuido dos outros.

Leo o jogou para um dos suportes de ferro na parede, quase 6 metros acima do chão. Twini o viu voar para longe, admirado pela asas pouco transparente em suas costas. Um grito vindo debaixo o acordou.

– Aqui, segure minha mão. Chame os outros.

– Não temos como subir todos – uma mulher respondeu, amedrontada por conta da luta. – Eles estão muito longe.

Passos Arcanos: Caminho da HonraOnde histórias criam vida. Descubra agora