capitulo 8- você não resiste a mim

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Seu... seu... idiota. – ele estava rindo.

Eu fui mais pra perto dele, pra quem sabe assim, conseguir bater nele. Mas, a resistência da água não é algo com o que você possa lutar.

- Seu ridículo, imbecil, retardado. – eu dizia enquanto tentava inutilmente machucá-lo. Ele ainda estava sorrindo quando pegou minhas mãos e me encostou na parede da piscina.

- Você não gritou. – ele arqueou as sobrancelhas, me encarando.

- Argh, eu odeio você.

Minhas mãos estavam do lado do meu corpo com as mãos dele posicionadas nos meus pulsos, como correntes. Ele definitivamente tinha algum problema, parece que tinha que estar no controle, sei lá. Bom, a questão é que, suas mãos não ficaram lá por muito tempo. Ele colocou uma delas minhas costas. Me abraçando e fazendo meu corpo colar no dele. Eu, como de costume, arrepiei. A outra, desceu até minha coxa e parou ali.

- Eu ainda posso gritar. – lembrei-o.

- Você não vai gritar. – ele disse convencido.

- Eu não sei porque você pensa isso.

- Ah, por isso.

E ele me beijou. Sua língua entrou na minha boca cuidadosamente e o beijo começou suave, cuidadoso. Como se ele estivesse com medo do que eu pudesse fazer. Quando percebeu que eu correspondia o beijo, ele ficou mais intenso. A pressão dos seus lábios no meu ficou mais forte, e nossas línguas passaram a se movimentar em um ritmo mais acelerado. A mão dele que estava em minha coxa, desceu até a dobra do meu joelho e levantou minha perna, encaixando-a nele. A outra mão, me puxava com mais força de encontro a ele, como se ele achasse que pudéssemos nos juntar em um só. Eu, como sempre me deixando levar pela pegada dele e pelo feitiço que ele tinha em mim, correspondia a cada movimento. Minhas mãos, que estavam em seu pescoço, o puxavam com força para mim, e meus lábios moviam-se com agilidade sobre os seus. Novamente, minha parte racional me alertou. Mas dessa vez, eu apenas a ignorei. Era bom demais ter o corpo dele molhado, assim como o meu estava, colado ao meu. Era bom demais sentir o beijo dele, a pegada dele. O ritmo do nosso beijo se acelerou mais um pouco e ele continuava a ficar mais intenso. E depois da minha parte racional gritar, espernear, fazer pirraça e tudo mais que ela tinha direito, eu tentei começar a pensar durante o beijo. O que eu estava fazendo? Era tudo o que ele queria. Eu estava praticamente provando que o queria. E parei o beijo de repente e o empurrei com força.

Ele me olhou com uma cara que parecia uma mistura de: "o que você pensa que está fazendo" e "Porque você fez isso? Tava tudo tão bom".

Depois de alguns segundos nos encarando, eu realmente comecei a sentir frio.

- Ér, eu acho melhor eu subir.

- Eu juro que não consigo te entender. – noah murmurou. Foi tão baixo que eu não tenho certeza se ele queria que eu ouvisse. Enquanto falava, ele chegou pro lado, me dando passagem. Ah, eu sei que eu não devia, mas me deu uma dózinha dele. Ele ainda tava olhando pra baixo.

- Olha, não é culpa...

- Esquece ok? Vai embora e me deixa. – ele me interrompeu.

- noah...

- Você não estava com frio? Vai logo. Ou quer morrer congelada? Você não é tão idiota assim é? Tchau, sabina.

- EI, EI, EI. O que foi? O que deu em você, ein? Não consegue admitir que eu recusei seu beijo?

- Você não recusou, e você sabe.

- Quem parou o beijo noah? Que eu me lembre, fui eu. Eu não quis o seu beijo e pronto. Aceite isso.

Bom, eu também não sei porque eu fiz isso. Mas ele me deixava com tanta raiva. Argh. Ele tinha esse dom, me deixar com mais ódio dele. Principalmente porque ele conseguia me deixar louca, e me fazia me render a ele sempre que eu precisava me afastar. Eu nunca odiei tanto alguém assim.

- Porque você não aceita que você gostou? Assim como você gostou do outro beijo, assim como você gostou de tudo que eu fiz até agora. Você não resiste a mim.

- Você não resiste a você mesmo. Se você não percebeu ainda, eu odeio você, e se fosse possível, eu queria você a 10 milhões de quilômetros de distância de mim.

Eu não esperei pela resposta, que no final das contas, nem veio. De qualquer forma, eu andei pra fora da piscina antes que ele pudesse sequer pensar no que falar, mas eu não ouvi nada depois que saí.

Entrei em casa depressa sem nem reparar que minha mãe estava no sofá. Comecei a subir as escadas.

- Sabina! – ela me repreendeu.

- Ah mãe, depois eu explico, tô morrendo de frio. – disse querendo me livrar.

- Nada disso, vai explicar agora. O que aconteceu, ein, mocinha? – a senhora ale me olhou com os braços cruzados.

- Ah mãe, uma confusão. Tinha um copo de plástico no chão, eu não vi, pisei nele e caí na piscina.

- Ê filha, tem que ter mais atenção. Vai acabar ficando gripada!

- Ta bom mãe. Eu tomo mais cuidado na próxima.

- Ta, ta. Vai tomar um banho e colocar uma roupa seca.

- Sim senhora – eu brinquei. Ela riu.

Fechei os olhos enquanto a água quente continuava a cair sobre meu corpo. Argh, eu odiava tanto ele. Principalmente por causa do que ele conseguia fazer comigo, pelo jeito como ele me fazia sentir. Completamente louca.

Acabei o banho, vesti um moletom e gritei um boa noite pra minha mãe e pro meu irmão. Eu sabia que ainda era cedo, mas eu não pretendia sair do meu quarto. Não ia conseguir comer nada nem conversar direito mesmo.

Me enfiei em baixo das cobertas e comecei a pensar.

Porque ele tinha cismado comigo desse jeito?

Antes, era só implicação. Agora estava mais pra provocação, em todos os sentidos.

Quando será que ia acontecer de novo?

Eu tentava organizar meus pensamentos.

Eu não sabia se eu queria que acontecesse ou se eu queria que ele ficasse longe de mim.

Ai, porque tinha que ser tão complicado?

Porque o pepe não podia ter a pegada dele? Seria tudo perfeito. Mas não, o cara mais irritante do planeta tinha que ter a melhor pegada. Muito bom. Falando nele, como será que ele foi embora? Se ele tivesse passado por dentro da casa, minha mãe com toda certeza teria percebido que eu não caí na piscina sozinha. Quer saber? Eu não me importava. Tomara que ele tenha ido embora e tenho congelado no meio do caminho, literalmente.

Não sei bem quando, mas em certo ponto, adormeci.

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora