capítulo 21 -feriado

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Depois disso, eu meio que perdi a noção do tempo. De novo. Eu via as aulas se passarem, as horas, e os dias. Por mais que eu tentasse fazer tudo se acalmar, não dava. Eu sempre me assustava quando olhava a data no calendário, ou quando o final de semana chegava. Era como se alguém estivesse acelerando os ponteiros do relógio a cada segundo.

Nessa confusão toda, quando eu percebi, quase um mês tinha se passado. Com alguns momentos mais marcantes, e outros que se tornavam imagens distorcidas, esse um mês foi possivelmente a parte mais rápida da minha existência.

Quando eu parava pra pensar, fatos se amontoavam em cima de outras, e algumas coisas se tornavam confusas, enquanto outras permaneciam com uma nitidez que me incomodava.

As coisas só pareceram melhorar um pouco em uma quarta-feira, quando eu e a Celeste voltamos juntas pra casa. A quinta e a sexta seriam feriados emendados, e eu ainda não tinha nenhum plano.

- sabi... - ela me chamou.

- Oi, jo.

- Já tem planos para o feriado? - continuávamos a andar.

- Ainda não. Por quê?

- Vamos viajar comigo?

- Pra onde? - perguntei curiosa. A joalin era aquelas amigas que adoram te chamar para um compromisso de última hora.

- Ah, a gente está indo pra um hotel fazenda.

- A gente? Quem? - perguntei.

- Eu, pepe, Matthew, e meus pais. Ah, e você, se você quiser, claro.

- Ah, eu quero. - disse animada. - Mas tenho que ver lá em casa antes.

- Ok, me liga então me dando a resposta? Tem que ligar hoje porque a gente vai amanhã, ok?

- Tudo bem, amiga!

A primeira coisa que eu fiz quando cheguei em casa foi ver se eu podia ir.

O feriado inteiro sem minha mãe, sem escola, com minha melhor amiga, e com meus dois melhores amigos super gatos. Essa eu não podia perder. Ah, e é claro, sem noah. Eu sei, eu sei. Ele era super lindo, com uma super pegada, e tudo mais. Mas ele também era muito irritante. E quando não estava me deixando louca daquele jeito, me deixava de outro. É sério, ás vezes, eu tinha muita vontade de matar ele. Eram nessas horas que eu agradecia por minha mãe não guardar armas em casa, além das facas da cozinha.

Para esclarecer algumas duvidas:não,depois daquele dia nós nunca mais transamos.é claro os beijos ficaram mais quentes,mais envolventes,ele já tinha novos jeitos de me fazer perder a razão.As tentativas dele para que alguma coisa acontecesse existiam,ou eu não queria ou o universo conspirava contra sempre uma das duas coisas

Mesmo assim, eu não me importava. Minha mãe já tinha deixado, eu já tinha ligado pra minha amiga, e já estava tudo pronto. Ao amanhecer, eu iria estar pronta para passar quatro lindos dias longe dele, meu inferno pessoal.

Pra chegar até o hotel fazenda, foram usados dois carros. Eu, joalin, Matthew e pepe fomos com a mãe da minha amiga, e o pai dela foi sozinho em outro carro, com as malas.

Toda a viagem de ida foi uma festa. Apesar de eu achar que a palavra bagunça descreve melhor o que foi. Fotos, música, brincadeiras, vídeos e tudo mais que a criatividade mandasse.

Quando já estavámos lá, depois de tudo arrumado, nós quatro fomos pra beira de lago que resultava da queda de uma cachoeira. A água e a grama brilhavam ao sol, que, pelo horário, estava quase no meio do céu.

A vegetação e as pedras ao redor da cachoeira, e o barulho da água caindo, deixavam tudo... perfeito. O impulso de me deitar na grama foi maior do que eu, e, quando eu percebi, já estava deitada.

- É bem bonito, né? - Matthew disse se aproximando.

- Você está brincando? É lindo! - exclamei, encantada.

O Pepê se sentou ao meu lado, acompanhado dos outros. Olhei pra ele. Ainda parecia bem entretido com a paisagem. Deveria ter se sentado por puro impulso, assim como eu.

- Incrível. - pepe silabou.

- Eu sempre venho pra cá nos feriados. É... maravilhoso. - Celeste contou, como se tivesse muitas lembranças desse lugar.

Fechei os meus olhos pra tentar me concentrar apenas no barulho e no sol na minha pele.

Aquele seria o meu lugar favorito.

Não me importava que eu ainda não conhecesse todos os outros lugares do mundo, eu sabia que nunca encontraria aquela paz em outro ambiente

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora