capitulo 28-eu não acha que você fosse capaz

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Tirei os sapatos assim que passei pela porta, e andei até as escadas. Todas as luzes estavam apagadas, e isso fazia com que me movimentar pela escada fosse meio difícil demais. Mas, provavelmente seria um pouco mais fácil, se alguém não estivesse andando no sentido contrário.

- josh? - eu sussurrei.

- Quase. - a pessoa sussurrou de volta, e eu não precisei pensar pra saber quem era.

Noah.

- Tinha que ser.

- Você queria que fosse.

- Não mesmo.

Ele apenas riu, e pareceu não se movimentar. O silêncio absoluto reinou por quase um minuto, e então minha paciência começou a dar sinais de esgotamento.

- Então, vai sair da minha frente, ou eu vou ter que te obrigar? - perguntei.

- Bom, eu adoraria ver isso, mas eu não estou na sua frente. - noah adorava me zoar.

- É claro que está.

- Tenta dar um passo, então.

Eu sabia que era ridículo, sabia que iria de encontro a ele se me mexesse, mas mesmo assim eu o fiz.

- Então, a que conclusão brilhante você chegou? - ele riu, e eu não consegui pensar em nada para falar. Ele realmente não estava onde eu pensei que estaria. A minha frente só existia o vazio.

- Muito engraçado. - respondi, tentando, inutilmente, melhorar minha situação.

- Foi engraçado. - ele disse, suave, quase irônico. Descendo as escadas logo em seguida.

Soltei um suspiro pesado, tinha certeza de que ele tinha dado um passo pro lado antes de me mandar andar pra frente. Idiota.

Assim que cheguei no andar de cima, fui para o banheiro. Tirei a maquiagem, escovei os dentes, prendi o cabelo, e logo em seguida, fui para o meu quarto. Passei pela porta, sem me preocupar em fechá-la. Ainda sem acender a luz, tirei o vestido, e peguei um pijama qualquer. Quando ia vesti-lo, as luzes se acenderam, incomodando meus olhos, quase totalmente adaptados à escuridão da casa.

- Hm, nada mal.

- Por favor, noah. Controle seus hormônios.

Ele riu, e eu apenas me virei pra ele.

- Você fica bem de preto. - o sorriso que eu amava surgiu no rosto dele. Olhei pra baixo, sem entender. É, minha lingerie era preta.

- Nossa, isso realmente mudou minha vida. Agora, será que daria pra você apagar a luz ? Eu quero dormir.

- Claro.

Eu dei as costas pra ele, e vi o quarto voltar a ficar escuro. Quase cinco segundos depois, senti os braços dele envolverem minha cintura, e seus lábios tocarem meu pescoço. Controlei o frio na barriga, e os arrepios que insistiram em surgir. Respirei fundo uma vez, para me acalmar.

- Eu disse que queria dormir. - seus lábios foram devagar até o meu ouvido.

- Eu ouvi. - eu podia ouvir o riso em sua voz.

- Eu quis dizer dormir sozinha.

- Você não quer dormir sozinha.

- Foi o que eu disse, não foi?

- Foi... Mas, isso aqui - ele acariciou minha barriga e mordeu minha orelha. Eu, como sempre, arrepiei. - Diz o contrário.

Eu suspirei, era inútil tentar escapar. Por mais que conscientemente eu não quisesse, meu corpo sempre iria querer aquilo.

Então, apenas me virei para ele, e me permiti ser guiada pelos meus instintos.

Quando percebeu que eu não iria resistir, ele sorriu.

- Nem uma palavra. - eu disse pausadamente. Ele apenas fez que sim com a cabeça, e então me beijou.

Dessa vez eu não queria ir com calma. Se eu aproveitasse demais sequer um minuto daquilo, me sentiria mal depois. Seria só sexo, somente o puro prazer. Sem desejo, sem atração, sem emoção. Eu só precisava do corpo dele no meu por um espaço de tempo, era uma necessidade física. Repeti essas frases mentalmente enquanto as mãos dele deslizavam pelas minhas costas, abrindo o fecho do meu sutiã. Ele me deitou na cama, terminando de me despir, e eu não precisava mais pensar em nada. Só precisava sentir. Sentir a sintonia perfeita na qual nossos corpos trabalhavam, sentir o toque dele na minha pele, sentir seus lábios nos meus, sentir ele dentro de mim. Essa parte funcionava quase bem demais, uma vez que só era necessário seguir meus instintos para que tudo desse certo, e para que nós dois ficássemos satisfeitos.

Por fim, ele se deitou ao meu lado, e estava ofegante, assim como eu.

- Eu não achava que você fosse capaz. - ele falou, do nada.

- De que? - franzi a testa.

- De sair com um cara, e depois fazer isso comigo. - o quarto estava escuro, por isso não conseguia ver seu rosto, mas podia jurar que tinha uma pitada de ciúmes ali.

- Bom, eu só consigo porque sei que não existe emoção alguma aqui. - falei, por mais que não fosse verdade.

- Mesmo assim.

- Não se preocupe. Sei como minha consciência funciona, e sei que não vou me culpar por isso depois. - eu só queria esquecer aquele assunto por hora.

- Ótimo então.

Depois de dizer isso, ele se levantou, e se vestiu. Eu continuei imóvel. Já tinha conseguido o que queria e não fazia questão de que ele passasse a noite no meu quarto.

Noah não disse nada antes de sair. Como eu disse, não havia nada ali além do prazer sexual. E isso funcionava bem pra nós dois.

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora