capitulo 19-meu sorriso preferido

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Minha semana, então, acabou sem nada de extraordinário. Só mais uma semana normal, sem nada foram do comum. Queria poder dizer isso da semana que se seguiu. Tá, na verdade, nem tanto. Foi na segunda feira e eu tinha acabado de acordar do meu sono pós-almoço.

Como eu não tinha dever de casa, fiquei na sala assistindo televisão. Eu jurava que ia ser mais um dia normal, como minha ultima semana tinha sido. Já devia ser quase quatro horas da tarde quando o telefone tocou, era o meu irmão.

- Alô? - atendi.

- Alô, sabi? – sua voz estava grossa. Quase lembrava a de nosso pai.

- Fala, joshinho!

- Minha irmãzinha mais perfeita do mundo, tem como você fazer um super favor pra mim?

- Ah, joshinho , não sei não... – eu conhecia aquela voz. Lá vem encrenca.

- Por favorzinho. Eu vou te amar pra sempre e sempre.

- Você já me ama pra sempre e sempre.

- Vou te amar mais ainda.

- Está bem, fala logo o que é. – dei risada.

- Eu tenho uma prova depois de amanhã e eu preciso de um caderno que está na casa do noah, busca lá pra mim?

- Você está me zuando né? – revirei os olhos.

- Ah vai, não custa nada.

- Custa. Ah, mais custa! Custa ver a cara dele!

- Por favor Sabi, eu não vou ter como buscar esse material hoje nem amanhã e eu preciso muito tirar nota boa nessa prova.

- Aí josh, tinha que ta na casa do noah esse caderno?

- Desculpa maninha, mas eu juro que eu compenso isso pra você depois. Você vai poder cobrar.

- Ai, tá bom, eu vou. Mas eu vou cobrar mesmo, viu?

- Pode cobrar sim. Valeu sabi, te amo.

- Tá, tá. Eu também te amo.

Fim de ligação.

Ô, mais que maravilha, eu ia ter que ir na casa do idiota do noah. Isso não podia terminar bem, eu tinha certeza. Mas fazer o que? Eu já tinha falado que ia, e agora eu tinha o josh contando comigo. Ótimo, Sabina. Parabéns mesmo.

Me arrumei sem prestar atenção nas roupas que estava pegando e fui. Não estava nem um pouco animada pra fazer isso.

Assim que toquei o interfone, minha cabeça começou a finalmente raciocinar o que estava acontecendo. Eu estava na casa dele. Antes, na minha casa, eu podia ditar as regras e fazê-lo jogar o meu jogo. Agora era bem diferente.

Meu coração acelerou a medida que os passos que vinham de dentro da casa chegavam mais próximos da porta. Ele abriu a porta mas não disse nada. Apenas ficou me encarando com o meu sorriso preferido no rosto.

Me controlei para não sorrir de volta, e dessa vez tive sucesso. Meu coração finalmente se acalmou e eu pude falar calmamente com ele.

- Eu vim buscar o caderno do meu irmão. Pega logo porque eu não tenho o dia inteiro, ok?

- Caderno? – eu não conseguia ver a falsidade na expressão dele mas eu tinha certeza que ele sabia do que eu estava falando.

- Você sabe qual caderno. Agora para de ser tão idiota por dois minutos e vai pegar.

Ele riu.

- Tudo bem. Eu vou lá pegar. Pode entrar enquanto isso.

- De jeito nenhum que eu vou entrar. Eu tô bem aqui fora. – bati os pés.

- Você que sabe, mas eu já vou avisando que eu não faço idéia de onde o tal caderno está.

Isso estava completamente fora dos meus planos. Se eu entrasse, seria bem mais difícil controlar a situação, mais difícil me controlar.

Ele me olhava com uma das mãos na porta, o corpo já meio virado pra dentro de casa. Soltei um suspiro e entrei, era a minha única escolha.

Tá, talvez não minha única escolha, mas com certeza a mais fácil. Não seria nada prático ficar esperando do lado de fora enquanto ele procurava pelo caderno.

- Senta aí – noah apontou pro sofá. – Eu já volto.

- Ok.

Eu me sentei, e quando me dei conta, ele não estava mais lá. Ele já devia ter entrado em alguma porta, ou subido as escadas. Agora que eu tinha parado pra analisar, dava pra perceber que a casa dele era realmente grande. E bonita. Ok, bonita definitivamente era pouco, a casa dele parecia uma dessas que a gente vê em novelas e fica babando do lado de cá da tela.

Até que dava pra começar a entender o motivo de tantas meninas correrem atrás dele. Lindo, com pegada e ainda por cima, rico. Era tudo que as vagabundas queriam. Ele não precisava ser simpático nem legal, só a beleza e o dinheiro bastavam. É, as coisas realmente eram bem fáceis pra ele.

Deixem que meus pensamentos vagassem para outros assuntos enquanto eu esperava.

Assuntos que não incluíssem o nome 'noah', já era muito ter que ficar dentro da casa dele, eu não precisava pensar nele também.

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora