capitulo 59-aposto que sentiu minha falta

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Maratona 3/7

Era sábado à tarde e eu estava em casa com meu novo melhor amigo assistindo televisão. Achei que ele devia ser o primeiro a saber.

- Tenho uma, ham, novidade. – eu disse, me ajoelhando ao seu lado no sofá. Ele olhou pra mim, revirando os olhos.

- Deve ser uma coisa bem boa, né. Pra você ficar feliz assim...

- Vai me deixar contar? – eu sorri.

- Conta, Sabi. – um sorriso começava a aparecer no rosto dele.

- Acho que eu finalmente superei o Bailey. Sabe, esqueci mesmo.

Noah ficou em silêncio por um tempo.

- E você tem certeza disso? – ele perguntou.

- Tenho.

- Como?

- Eu não penso mais nele. E nem tenho mais vontade de chorar porque acabou.

- Isso é bom, Sabi. – ele olhou pra televisão, passando os canais. – Já ta pronta pra outra? – completou, sorrindo de lado.

- Nunca mais. – eu ri de leve e me deitei no sofá, com a cabeça em seu colo. Ele me olhou e riu um pouco também.

- Bom... Eu sei. – ele sorriu. – E não é nada disso que você está pensando, apesar de que também não seria má idéia. – o meu sorriso favorito apareceu no seu rosto. Não pude evitar sorrir de volta: fazia certo tempo desde que eu vira aquela expressão no rosto dele.

- Fala logo. – briguei.

- Bom – ele desligou a televisão. – Sua TV não tem nada que presta, então... Eu acho muito legal se a gente fosse pra minha casa assistir um DVD meio estranho que minha mãe comprou.

- DVD meio estranho? – franzi a testa.

- É. Mas acredite, deve ser melhor do que ficar aqui olhando pro nada.

- Eu prefiro o nada.

- Então, sua mal agradecida, eu vou ir sozinho. – eu levantei uma sobrancelha. – É, deve ter alguma coisa melhor pra fazer do que ficar aqui sem fazer nada. – ele se levantou e foi até a porta. – Não vem mesmo?

- Não vou. Deve ter alguma coisa melhor pra fazer aqui do que ir com você assistir um DVD meio estranho. – me deitei no sofá.

- Então, tchau.

E ele foi embora. Abriu a porta e saiu, fácil assim. Meio minuto depois que me recompus da surpresa dele ter realmente ido embora, percebi que ele tinha deixado o celular em cima da mesinha da sala.

Eu tinha certeza que era de propósito.

Observei tudo ao meu redor por um instante e conclui que eu não acharia nada pra fazer ali. Minha mãe estava assistindo televisão no quarto e meu irmão estava no seu quarto com a namorada.

Com um suspiro, peguei o celular na mesa e gritei para a minha mãe que ia dar uma volta. Ela nem sequer perguntou aonde eu ia.

- Se você falar que está surpreso em me ver aqui, eu juro que te dou um soco. – falei, enquanto entrava e entregava-lhe o celular.

- Mas eu estou surpreso... Achei que você ia demorar um pouco mais.

- Aha!

Ele riu um pouco e foi se sentar no sofá, seguido por mim. O filme já estava preparado, e ele só precisava dar play. O controle estava perto de nós. Inesperadamente, ele passou direto pela sala, apenas parando pra deixar o celular na mesa da sala, e me levou até a cozinha. Havia uns pães de cachorro quente na bancada e uma panela com molho no fogão.

- Eu demorei e você teve tempo de preparar isso tudo?

- Minha mãe deixou tudo pronto pra mim. Como você está aqui, acho que pode comer também. – ele piscou, e eu ri um pouco.

Depois de prepararmos um cachorro-quente para cada um, seguimos para a sala, para ver o filme e comer.

Fiquei de perna de índio no sofá e ele se deitou com a cabeça pro outro lado.

- Você vai derrubar isso. – falei o olhando.

- Não vou nada. – ele deu de ombros.

- Eu tô avisando.

Não demorou três minutos. O que eu tinha dito se cumpriu, e a camisa branca ficou com uma enorme mancha vermelho-alaranjada. A única solução que tivemos foi tirar a camisa dele e colocá-la de molho, pra tentar tirar a mancha mais tarde.

Não deixava de reparar que as curvas deles eram perfeitas, lindas. Músculos perfeitamente formados. Um verdadeiro deus grego. Me libertei desses pensamentos.

O filme começou e eu realmente não acreditei que estava assistindo aquilo. Olhei pra ele de vez em quando, esperando que ele estivesse achando aquilo tão ridículo quanto eu estava, mas o Noah estava mesmo concentrado na televisão. Revirei os olhos e fui até a cozinha pegar alguma coisa pra beber.

Tomei um copo de suco e me surpreendi quando me virei pra trás e vi que ele tinha me seguido. Fui obrigada a conter o riso.

- Também não suportou o filme idiota? – perguntei.

- O filme é legal, você que não está nem prestando atenção.

- Eu não vou prestar atenção naquilo.

- Vai sim. – ele sorriu de lado. Eu sorri de uma forma quase irônica.

- Eu não vou.

- Aah, vai sim. – eu nem pude me preparar. Ele me pegou pela cintura e me jogou por cima do seu ombro, me carregando para a sala. Ao perceber que bater as pernas não estava adiantando pra nada além de fazê-lo rir, fiz a primeira coisa que me veio à cabeça: morder.

Não que morder a barriga dele fosse coisa fácil, mas foi o bastante pra causar um pouco de dor. Ele me jogou no sofá com um "ai" e me olhou com uma cara de raiva fingida. Eu estava rindo e me apoiei no meu cotovelo para vê-lo melhor.

Ele, por sua vez, quase pulou em cima de mim, e quando comecei a bater nele, Justin começou a fazer cosquinha em mim. Eu estava em cima dele quando declaramos empate.

- Chega! – eu quase gritei, rindo. – Não quero mais brincar.

- Eu que tô apanhando e você não quer mais brincar? – ele falou enquanto me abraçava pela cintura. Eu percebi o que ele estava fazendo.

- Isso mesmo. E também acho melhor você me soltar.

- Não. Agora que você não está mais mal por causa do idiota lá, eu não preciso mais deixar você sair tão fácil. – ele me mostrou meu sorriso preferido.

- Eu vou te morder de novo. – ameacei.

- Pode morder. Eu até gosto de você meio violenta assim. – eu ri de leve, e ele aproveitou que eu tinha me distraído pra nos virar de lado, me deixando encostada no sofá. Depois, passou minha perna por cima da sua, voltando a por a mão na minha cintura logo depois.

- Você deve mesmo me amar, não é? – sorri irônica.

- Pode ver dessa forma se você quiser, mas eu não encararia assim.

- Aposto que sentiu minha falta. – meu sorriso não diminuiu.

- De um jeito, sim. E aposto que você também sentiu a minha. – ele sorriu também.

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora