capitulo 74-só eu e ele

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Sem responder, eu subi e me arrumei.

Meu irmão estava certo, o vestido e o sapato serviram e ficaram perfeitos.

Sorri ao me olhar no espelho, mas não perdi muito tempo, já que ele estava me esperando. Terminei com uma maquiagem moderada para a noite e com alguns acessórios.

Ele sorriu quando me viu descer, mas nenhum de nós se atreveu a dizer nada. Ficamos assim até chegar ao local.

Ele, eu não sabia por que não estava conversando, mas o meu motivo era porque eu não queria quebrar a magia do momento. Estava tudo indo bem demais.

Os olhares que nos receberam quando entramos no salão foram variados.

Tirando os olhares dos nossos amigos e da minha família, todos os outros podiam ser divididos entre de inveja e de cobiça. Ao perceber isso, Noah passou a mão pela minha cintura e me prendeu a ele. Aquilo me agradava, de forma que me apertei junto dele.

Enquanto caminhávamos, ele beijou o alto da minha cabeça e sussurrou algo no meu ouvido, o que me fez sentir cócegas. Não me lembro o que ele disse, estava entretida demais com o momento: o corpo dele tão perto do meu, o perfume dele passando do seu corpo para mim... Era o bastante pra me deixar desligada de todo o resto.

Noah não saiu de perto de mim a noite toda. Estávamos sentados na mesa com nossos amigos, mas na maior parte do tempo só conversamos um com o outro. Ele estava me fazendo rir, me deixando feliz como há algum tempo eu não era.

Sua mão permaneceu entrelaçada na minha o tempo todo, exceto quando ele tinha que usá-la para alguma outra coisa. Isso, quando ele não decidia usar a mão livre, tentando manter a minha na dele.

Eu estava bem. Fiquei bem a noite toda e, tinha certeza de que mantive um sorriso sincero no rosto durante todo esse período também. Era incrível o que ele conseguia fazer comigo.

Pela primeira vez desde que eu o sentira com a certeza de saber o que ele era, eu não odiei aquele sentimento. Pela primeira vez, ele apenas doce e quente, e se espalhava pelas minhas veias, alcançando todas as minhas extremidades. Pela primeira vez, eu senti que ele era correspondido e não liguei para a possibilidade de estar me iludindo. Eu poderia lidar com a dor depois, e a lembrança daquela noite a amenizaria. Ao lado dele, eu não me importava muito que meu coração pudesse ser estraçalhado.

- Se alguém, no começo do ano, te dissesse que você estaria dançando comigo no baile de formatura do 3° ano, você acreditaria? – ele disse quando estávamos na pista, dançando as únicas músicas lentas que tocaram a noite toda.

Estava tarde e apenas alguns últimos casais estavam de pé, se balançando de um lado pro outro, assim como nós. O DJ já tinha ido embora e um CD qualquer tocava, enchendo o ambiente com uma melodia calma e constante.

- Não. – eu sorri. – Mas isso tudo é uma surpresa boa.

- Concordo. Com tudo. – ele sussurrou.

- Como foi que isso aconteceu? Eu... Não dá pra acreditar mesmo.

- Você precisa de uma explicação? – tive a impressão de que ele estava me olhando, mas não pude ter certeza. Minha cabeça estava pousada em seu peito e meus olhos ficavam a maior parte do tempo fechados, deixando que minha memória gravasse tudo aquilo para sempre.

- Não.

Continuamos dançando em silêncio. Abri meus olhos e deixei que eles fossem até a mesa onde estivemos sentados a noite inteira. Estava vazia.

- Todos já foram embora. – observei.

- Já.

- Vai me levar em casa?

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora