- É... Da licença? – cocei a garganta, chamando a atenção dos pombinhos. – Eu meio que quero almoçar.Noah me olhou de um jeito estranho. Seu olhar tinha uma mistura de surpresa e de alguma outra coisa que eu não conseguia descrever.
- Desculpa, Sabi. – ele sorriu sem jeito. – Pode entrar.
Não falei nada. Entrei em casa e joguei minha mochila em cima do sofá. Fui para a cozinha e comecei a almoçar. Noah chegou logo depois e começou a se servir. Se sentou na minha frente e me encarou. Eu o olhei depois de um tempo.
- Vai comer ou vai ficar me olhando comer? – questionei, um pouco irritada com a situação.
Noah pegou um pouco de comida no garfo e comeu. Me deu um sorriso de lado, com a boca fechada, insinuando que já estava comendo. Eu ri com ironia e voltei a comer. Ele também se concentrou no seu prato e nós ficamos em silêncio por um tempo.
- Que foi? – ele falou quando percebeu que eu estava o encarando. Eu já tinha terminado de comer.
- savannah? Sério mesmo? – perguntei, não aguentando savannar aquilo só pra mim.
- Qual é o problema? – ele deu de ombros.
- Pensei que ela fosse medíocre.
- Hm. – dei de ombros, ele me olhou, sorrindo de lado. Esperei que ele terminasse de comer para falar. – Minha vez de perguntar o que foi.
- Não é nada. – ele ainda estava sorrindo.
- Você está me olhando e sorrindo. É claro que tem alguma coisa. – falei.
- É só que... Você fala com se o pepe fosse o melhor do mundo. – sua voz era de deboche.
- Não fizemos nada de mais. Mas até agora... Não. Ele não é nem o melhor que eu já tive. Mas ele nunca foi medíocre, se quer saber.
- Você cismou com isso, né. – ele riu.
- Só to falando que você está caindo em contradição.
- E eu já disse que ela me fez mudar de idéia. – ele disse firme.
- Não tem como passar de medíocre pra incrível em um só noite.– eu retruquei.
- Eu não disse que ela era incrível.
- Então eu realmente não entendo o porquê de você ficar com ela quando pode ter alguém melhor.
- E quem seria alguém melhor, sabina? – ele voltou a sorrir de lado e eu sabia o que estava insinuando.
- Não quis dizer eu, idiota. – falou e ele riu de leve. – Estou falando qualquer garota da escola.
- Olha só quem está falando. Você pode escolher quem quiser e está se contentando com um cara que você dispensou há quinhentos anos!
- Acontece que ele é legal e beija bem. E me faz bem.
- Você consegue mais que isso.
- Digo o mesmo de você. – eu falei, me levantando e indo escovar os dentes. Ele veio atrás de mim.
- Por que você não para de implicar com a savannah? Você nem conversa com ela, nem sabe como ela é. Ela é legal, só pra você saber. – ele me seguiu, defendendo-a.
- E o pepe também é legal. Você devia saber disso já que são amigos. – eu comecei a colocar pasta na escova de dente e ele fez o mesmo. Ficava tanto tempo lá em casa que tinha uma escova própria.
- Ele é legal. Mas serve pra ser seu amigo, não seu caso. – ele falou duro.
- Nós ainda somos amigos. Só... Nos beijamos quando dá vontade.
- Isso é ridículo.
- Ridículo é você que chama a savanah de medíocre e depois pede pra voltar com ela.
- Quem disse que eu pedi?
- Qualquer um que visse vocês dois no final da aula hoje pode supor isso.
- Mesmo assim. Você não tem nada ver com isso.
- Então você pode se meter na minha relação com o pepe e eu não posso falar nada da sua relação com a savannah?
A esse ponto, eu já tinha desistido de escovar meus dentes. Estava de frente pra ele.
- É mais ou menos isso. – ele disse e eu fui obrigada a rir sarcasticamente.
- Você é oficialmente um idiota, sabia? – eu disse, saindo do banheiro e indo pro meu quarto. Ele continuava me seguindo.
- Você está exagerando demais, sabia?
- Você também. Mas a questão é: e daí? Eu te acho idiota do mesmo jeito. – pela primeira vez em algum tempo, ele estava conseguindo me deixar com muita raiva. – E para de me seguir. E sai do meu quarto.
Eu tentei fechar a porta, mas ele era mais forte e eu não consegui.
- Isso ainda não acabou. – ele falou, entrando no quarto.
- Eu vou chamar meu irmão se você não sair daqui. – o ameacei.
- Vai em frente e tenta. Ele deve estar no terceiro sono agora. – ele disse com um sorriso irônico.
- Por que você não me deixa em paz? – fiz drama.
- Porque foi você quem começou com essa história toda.
- Eu só estava tentando entender o porquê de você ficar com ela. Me perdoa se isso é tão errado. – dei de ombros.
- E eu só to tentando entender o porquê de você ficar com o pepe. – ele repetiu meu gesto.
- Não é da sua conta. – foi a única coisa que eu consegui pensar para dizer. Era algo idiota pra se falar e eu sabia.
- É claro que é da minha conta. Por que quer saber, Sabi? – ele falou pausadamente, se aproximando de mim.
- Eu só quero saber e pronto. – engoli em seco.
- Não, não é isso. Não é que você entende o porquê de eu estar com ela. Você não quer que eu fique com ela. Sabi... Você está... Está com ciúmes da savannah?
- NÃO! – eu tinha quase certeza que tinha gritado. – É claro que eu não to com ciúmes dela, que coisa ridícula. Por que diabos eu estaria com ciúmes dela?
- Não sei. – ele sorriu de lado. – Mas eu não consigo imaginar outro motivo pra essa confusão toda que você criou.
- Eu não estou com ciúmes dela. – falei pausadamente.
- Tudo bem, então.
Voltamos a ficar em silêncio e eu comecei a pensar. Tudo bem, podia ser verdade. Eu até podia estar com ciúmes dele, mas essa era uma possibilidade bem remota.
Eu tinha uma leve certeza que eu só queria saber como ele podia voltar com uma garota que ele tinha esparrado.
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o melhor amigo do meu irmão-urridalgo
RomanceSabina é uma garota comum, e com a convivência do melhor amigo de seu irmão, que no entanto odeia, cresce um amor onde jamais qualquer um acharia possível. Mas é um dos mais belos amores. Eles descobrirão esse grande amor por um simples jogo de sedu...