Maratona 2/7
O primeiro dia depois daquela confusão toda foi o pior.
Quando acordei, a primeira coisa que fiz foi olhar pro meu braço. A pulseira estava ali: a prova viva de que não tinha tido só um sonho ou um pesadelo. Tentei não pensar muito. Me sentando, arranquei-a do meu braço a joguei em baixo da cama, sem me preocupar com quanto tempo a deixaria ali. Queria não pensar mais nela, orando para esquecer quem a tinha me dado também.
A próxima coisa que fiz foi olhar no relógio e depois no espelho. Nenhum dos dois me trouxe notícias boas.
Já passavam das onze horas e eu parecia alguém saído de um filme de terror.
Mecanicamente, tomei um banho quente e observei uma imagem um pouco melhorada, mas não tanto quanto eu gostaria.
Meus olhos estavam um pouco inchados, se você reparasse bem, e pequenos círculos arroxeados começavam a se formar. Eram indícios inegáveis de que eu tinha chorado até não ter mais lágrimas na noite passada.
Mas isso foi só o começo do primeiro dia. Outros dias se seguiram depois daquele, a cada batida do relógio, um milésimo da dor desaparecia. O esforço que eu tive que fazer pra superar tudo aquilo foi imenso. Do tipo de parar de frequentar lugares que eu costumava frequentar só pra não correr o risco de me deparar com ele. Do tipo de me atolar nos estudos e de me encher de atividades extracurriculares só pra não ter tempo de pensar nele.
Demorei um tempo para descobrir que isso não funcionava tão bem quanto eu pensava que funcionaria. Claro que todas essas medidas tiravam ele do meu pensamento por algum tempo, mas depois das primeiras semanas tive que achar outros métodos.
Não estar sozinha com certeza me ajudou muito. Eu tinha a joalin, o Matthew e o pepe ao meu lado, como sempre tive. Eles me ajudaram a me divertir apesar de tudo, e a não dar atenção aos boatos.
Eu já deveria esperar que houvesse boatos, e que todos eles chegariam ao meu ouvido. Como o que eu ouvi na mesma semana em que eu e o bailey terminamos: ele estava namorando a any. Não que eu precisasse me preocupar, já que uma semana depois chegou ao meu ouvido que eles terminaram.
De qualquer forma, ter meus três mosqueteiros ao meu lado foi minha salvação. Ou melhor, uma parte dela. É claro que eu tinha outras pessoas, como minha mãe e meu irmão, e é claro, ele.
Mais do seria de se esperar, Noah ficou do meu lado em todos os momentos. Agindo como um melhor amigo, ele andava comigo nos corredores da escola, passava todo seu tempo livre na minha casa, comigo, e me convidava pra sair com ele e seus amigos todos os dias de todos os finais de semana. De uma maneira mais incrível ainda, conseguiu ficar mais perto de mim do que já tinha ficado, e não tentou absolutamente nada.
Não que nada tivesse acontecido, mas ele não me conduziu até o fim quando eu tinha alguma resistência. E devido a tudo, eu vivia com resistência. Nós ficávamos algumas vezes, e em outras apenas nos aproximávamos mais do que simples amigos fariam.
Ele se esforçava para mostrar que estava tudo bem apenas ser meu melhor amigo, sem nos pegarmos nem nada, mas dava pra perceber que ele ficava indignado quando não conseguia chegar até onde queria.
Eu também sentia falta, de certo modo. Sentia falta do corpo quente dele encostado ao meu, sentia falta das mãos dele me segurando firme ou deslizando pelo meu corpo, sentia falta do sorriso e do olhar que ele lançava pra mim quando me prendia contra a parede, sentia falta dentro dele de mim e, de um jeito estranho, sentia falta da sua petulância em afirmar que eu desejava o corpo dele. Sentia falta daquela segurança típica, que garantia a ele que todas as meninas morriam pelo seu beijo e pelo seu toque.
Então, eu imaginava que ele também sentia minha falta ao seu lado na cama. Sabia que ele sentia falta de mim completamente entregue a ele. Afinal, como homem, era certo que ele sentia mais falta dos nossos jogos do que eu.
De qualquer modo, eu superei.
Como dizem por aí, eu pensava no bailey um pouco menos a cada dia, até que vi o dia quando eu realmente não pensava nele.
Fazia exatamente um mês e meio desde que tínhamos nos separado, quando eu me dei conta que tinha acabado: eu não precisaria mais chorar, nem sofrer, nem nada. Estava pronta para encontrar alguém de quem eu gostasse realmente, e alguém que gostasse de mim.
Estava pronta para um novo amor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
o melhor amigo do meu irmão-urridalgo
RomanceSabina é uma garota comum, e com a convivência do melhor amigo de seu irmão, que no entanto odeia, cresce um amor onde jamais qualquer um acharia possível. Mas é um dos mais belos amores. Eles descobrirão esse grande amor por um simples jogo de sedu...