Capítulo 43- Eu sou algo como seu presente de aniversário ?

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Subimos as escadas devagar e depois atravessamos a sala tentando não pisar em ninguém. Ele abriu cuidadosamente uma porta de madeira, e seguimos para uma varanda enorme, de onde podíamos ter uma vista de parte da cidade.

O primeiro som que saiu da minha boa foi de surpresa, e ele riu da minha expressão.

- É incrível, eu sei. - ele sorriu, quando eu o olhei, ele estava admirando a vista também.

- Não sabia que podia se ter uma vista assim daqui. - voltei a olhar aquela paisagem. Era perfeito demais.

- Acontece que é possível. - ele sorriu. - Vou lá embaixo pegar uma coisa, beleza?

- Ok. - assenti.

Ele saiu e eu me encostei no corrimão de inox. Estava frio, mas eu não me importei muito. Ainda estava pasma com a vista.

Noah chegou logo depois, com duas garrafas de ice.

- Você quer me embebedar, é? - falei rindo, enquanto tomava um gole da garrafa.

- Talvez. - ele sorriu, malicioso.

- Não se esqueça que eu tenho namorado. - eu levantei meu braço, mostrando a pulseira. Ele tomou o resto da sua garrafa e a colocou em uma mesa que ficava perto de nós.

- O seu namorado - ele disse, rapidamente desabotoando minha pulseira e a tirando do meu pulso. Colocou-a na mesa ao lado da garrafa. - É um idiota.

- A gente não manda no coração. - falei, terminando minha garrafa também. Enquanto a colocava na mesa, peguei minha pulseira, mas ele abaixou minha mão, me obrigando a deixá-la ali mesmo. Quando a soltei, ele me puxou lentamente para si.

- É amor mesmo, Sabi? - seus olhos pareciam mais hipnotizantes que nunca. Eu respirei fundo.

- Tenho certeza que sim. E eu acho melhor você me soltar. - eu já estava séria. Mesmo com o álcool no sangue, eu lembrava bem os efeitos de ficar perto demais dele.

- Você tem certeza que é amor? - ele apertou seus braços ao meu redor. Eu suspirei.

- Tenho. Absoluta. - disse, num certo momento, ignorando os efeitos que ele tinha sobre o meu corpo.

Ele andou um pouco, e quando dei por mim, estava encostada na parede. Ele me olhou nos olhos por um instante. As lembranças antigas de nós dois invadiram minha mente com uma força inexplicável e eu perdi a respiração por um segundo.

Ele soltou a minha cintura e colocou as mãos do lado do meu corpo. Seus braços eram quase como grades ao meu redor.

- Ele é o cara certo, então? - ele perguntou, e aquilo já estava me irritando.

- É. E eu não tenho nenhuma dúvida sobre isso. - disse autoritária. - E afinal de contas, o que aconteceu com aquilo de sermos amigos? E esse questionário, o que você quer com isso?

- O questionário é só uma tentativa ridícula de te fazer ceder mais fácil. Achei que se eu te deixasse em dúvida sobre ele, você não seria tão difícil.- ele deu um riso baixo, olhando para baixo. Seus olhos voltaram a focalizar os meus dois segundos depois. - E nós ainda somos amigos. Só que esse lance de amigos sem se pegar... Não acho que vá funcionar pra gente. - ele se aproximou de mim, e sua respiração quente me fez arrepiar. - Já passamos por muita coisa pra brincar de melhores amigos, você não acha? - ele falou essas palavras no meu ouvido. A voz baixa e rouca me fez lembrar mais uma vez de tudo que já tinha acontecido. Ele disse que já tínhamos passado por muita coisa, e era verdade. Não eram coisas que nós podíamos simplesmente esquecer.

A minha sanidade estava indo pro brejo.

- Sabe o que eu acho? Que você bebeu demais. E eu também. E também acho que é melhor nós dois irmos dormir. Porque nem você, nem eu, queremos fazer algo do que possamos nos arrepender. - disse, na tentativa de me livrar daquela situação.

- Nós bebemos demais, lembra? Quais são as chances de nos lembrarmos disso amanhã? - ele sorriu. Um sorriso de lado e cheio de intenções.

- Eu não quero... - antes que eu terminasse, ele encostou seus lábios nos meus. O gosto da boca dele, depois de tanto tempo, era melhor do que qualquer outro. - ...Arriscar. - terminei quando minha boca finalmente ficou livre. Ele não tinha se afastado ainda, e nossos rostos, e bocas, estavam muito próximos. Próximos demais.

Como eu senti falta disso.

- Quem não se arrisca não vive de verdade. - ele estalou a língua no céu da boca, divertido.

- Eu consigo viver assim. - disse, firme.

- Mas não é tão bom quanto viver assim. - e então, ele encostou seus lábios nos meus novamente, mas não parou aí. Sua língua invadiu minha boca e eu não tentei resistir. A mistura com o álcool era perfeita.

O beijo durou alguns minutos, e eu estava quase sem fôlego quando ele terminou.

Não sabia como ele conseguia me deixar assim mesmo quando suas mãos ainda estavam ao lado do meu corpo. Ele me olhou sugestivamente, e o sorriso que eu mais gostava apareceu nos lábios dele.

Pensei por um segundo, e tenho certeza que minha expressão me entregou. Ele passou a mão pela minha cintura, me prendendo ao corpo dele, e o sorriso cresceu.

- Só hoje. É a última vez que vamos fazer isso. Nunca mais, está me ouvindo? Depois dessa noite, só amigos, como antes. - disse, sem controle nenhum do meu corpo.

- Eu ainda não pedi pra acontecer de novo. - ele sorriu divertido.

- Ainda não pediu? - franzi a testa.

- Calma, tá bom? Eu só faço aniversário uma vez no ano. - ele continuava com aquele sorriso.

- Então eu sou algo como seu presente de aniversário? - eu sorri, quase sarcástica.

- Shhhh.

E ele me beijou novamente. Minhas mãos seguiram o caminho até seu pescoço, e se entrelaçaram rapidamente no seu cabelo. Fazia tanto tempo desde a última vez, e o desejo era algo que se podia tocar. A atmosfera quase cheirava a ele.

Ele me pegou pela mão para que atravessássemos a sala lotada, e seguimos o caminho até o quarto da sua mãe. Eu parei na porta.

- Não vamos fazer isso aqui, vamos? - questionei.

Ele me abraçou pela cintura e me virou de costas para a cama, me guiando até lá. Quando estávamos perto o suficiente, ele começou a me deitar, e a se deitar sobre mim.

- Qual é o problema? - ele me olhou.

- É o quarto da sua mãe. - disse o óbvio. Aquilo era estranho.

- O quarto é da minha mãe e eu não estou preocupado. Porque você deveria estar?

- É um argumento. - dei de ombros.

E eu me esqueci do lugar onde estávamos. Tudo parecia se perder quando nossos corpos se conectavam daquele jeito. Natural, como sempre, rapidamente nossos corpos nus se moviam um sob o outro. Não estávamos com pressa. Seria nossa ultima vez, e até mesmo eu queria que fosse memorável.

Sua boca percorreu meu corpo, e logo depois a minha fez o mesmo caminho pelo seu. Nós nos encaixamos logo depois, e mesmo tentando, não conseguimos evitar que o ritmo aumentasse. Ir devagar não era uma coisa que podia dar certo com nós dois. Ficamos ali por muito tempo, quando enfim, ele se separou de mim. Mas eu não estava satisfeita, e sabia que ele também não. Dessa vez eu não iria parar enquanto não conseguisse tudo o que eu queria.

Não sabia o que estava me influenciando, a bebida ou a idéia do nunca mais, mas subi em seu corpo, e foi a minha vez de me encaixar nele. Ele sorriu maliciosamente ao ver o que eu fazia, e seguimos do nosso jeito, até que estivéssemos realizados. Sua boca encontrou a minha, e um minuto depois nossos corpos encontraram o prazer máximo. Deixei que meu corpo caísse exausto na cama, ao lado do dele.

Ambos estávamos sem fôlego, mas ele ainda encostou seus lábios uma última vez nos meus antes de finalmente repousar a cabeça no travesseiro. Deslizei minha mão pelo seu peito, até alcançar seu ombro, me puxando de encontro a ele. Repousei minha cabeça sobre seu corpo, e ele passou o braço ao meu redor.

Dei um sorriso fraco, e permiti que o sono me guiasse

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Não revisei o capitulo então me desculpe se tiver com alguns nomes da historia original.

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora