capitulo 54 -sorte nossa então

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Quando acordei no outro dia, a luz do sol já penetrava a janela do meu quarto, e isso me sobressaltou um pouco.

Poderia ser tarde, e todos poderiam estar lá embaixo se perguntando onde o Noah estava. Seria incrível quando ele saísse do meu quarto e todo mundo adivinhasse o que tinha acontecido.

Mas, meu nervosismo não durou muito tempo. Quando meu olhos estavam abertos o suficiente para que eu enxergasse bem, e meus sentidos funcionando o bastante para identificar onde eu estava, eu apenas fui capaz de conter um suspiro.

Aparentemente, durante a noite eu tinha me virado de frente para o Noah, e eu me encontrava, naquele momento, aninhada em seu peito, com seus braços me envolvendo gentilmente. Mesmo que a razão me dissesse para sair dali, aquilo era bom. O calor do corpo dele passava para o meu em um fluxo agradável, e eu estava confortável ali.

Alguns segundos depois, resolvi que escutar a razão era, na verdade, um pouco melhor. Me levantei da cama e vesti um short soltinho com uma blusinha, e fui até o banheiro.

Devo confessar que me surpreendi com a minha imagem no espelho: eu estava linda. Devia ser verdade aquela história sobre como sexo faz bem para as pessoas.

Depois de fazer tudo que eu tinha que fazer ali, voltei para o meu quarto, respirando aliviada quando percebi que a casa continuava adormecida, sem nenhum barulho quebrando a paz daquele ambiente.

Quando entrei no quarto, o Noah já estava acordado. Se virou pra porta assim que eu a abri e entrei, e tinha um sorriso ameaçando nascer em seus lábios.

- Alguém já descobriu que eu estou aqui? - ele sorriu.

- Todos estão dormindo, eu acho.

- Sorte nossa, então.

- É.

- Qual o problema dele saber que eu dormi aqui, meu amor? - ele sorriu de um jeito novo, brincalhão e malicioso ao mesmo tempo.

- Fica aí e você vai descobrir qual o problema. - eu me levantei. - Vou ir tomar café. Acho bom você andar rápido, Noah. Não tô brincando.

Não esperei pela resposta. Desci as escadas calmamente, confirmando minha suspeita de que não tinha ninguém acordado naquela casa.
Chegando à cozinha, me deparei com um bilhete da minha mãe.

"Tive que ir à casa da sua tia, pegar alguns livros que eu vou precisar durante a semana. Se eu não voltar para o almoço, tem comida na geladeira. Amo vocês."

Então era esse o motivo da casa ainda estar adormecida. Justin estava com razão, era muita sorte nossa. Fiz um copo de leite com Nescau e preparei um sanduíche pequeno para mim. Enquanto comia, reparei pela janela no clima.

O dia estava nublado, e eu podia jurar que ia chover em algum momento dele. Estava distraída pensando nessa possibilidade, quando alguém passou por mim, tirando o que eu estava comendo da minha mão. Não me surpreendi ao ver quem era.

- Nem um pouco infantil, né.

Ele sorriu de boca fechada, parando de mastigar por um tempo. Depois, colocou meu sanduíche na boca, pegou um copo, e foi até a geladeira e o armário, respectivamente.

Enquanto ele preparava o que ia comer, ainda com meu sanduíche na boca, eu fui até ele, e com um puxão recuperei meu café da manhã. De boca cheia, ele não pode falar nada, e suas mãos estavam ocupadas, impedindo que ele fizesse alguma coisa. Eu pus as minhas mãos com o meu "prêmio" pra trás.

- Se você quiser um, faça um pra você.

Dito isso, fui até a sala e me deitei no sofá, onde eu passei o resto do meu dia. Apenas me levantei pra comer um hambúrguer que meu irmão tinha pedido pra nós três. Esse tinha sido nosso almoço, se é que se pode chamar assim.

Minha mãe chegou lá pras três horas da tarde, e não perguntou nada sobre o dia anterior, e nem sobre aquele mesmo.

Já eram quase cinco horas da tarde quando vieram me incomodar. As luzes da sala já estavam acesas, uma vez que a luz do dia já tinha quase ido toda embora. A chuva não demoraria muito mais tempo, eu sabia disso.

- Me dá o controle, você ficou o dia inteiro aqui. - Noah se sentou na poltrona quando terminou de falar.

- Ér, a casa é minha, ok?

- E eu sou visita.

- Você praticamente mora aqui, garoto.

- Então tenho tanto direito ao controle quanto você.

- Tanto faz. Eu não vou te dar o controle. - ele se levantou e andou até mim. Eu e enfiei debaixo do meu corpo, mostrando que eu não ia desistir fácil.

- Isso não vai me parar.

Ele colocou a mão por baixo de mim, e eu arredei o controle para o canto do sofá, segurando-o com mais força. Devia saber que isso não iria impedi-lo. Noah se deitou em cima de mim, se apoiando sobre um de seus braços, enquanto uma mão procurava o objeto que eu tinha escondido.

- Minha mãe vai amar ver essa cena.

- Não tem nada demais aqui. Eu só quero o controle. - Ele procurou com mais determinação. Empurrando-o para o lado, eu sai do sofá, caindo no chão e me levantando rapidamente.

- Não vai conseguir. - eu ri.

Ele foi atrás de mim e me perseguiu enquanto eu atravessava a sala correndo. No meio da brincadeira, a campainha tocou, e quando prestei atenção nela, ele roubou o que ele desejava das minhas mãos.

Foi a minha vez de correr atrás dele, que foi direto pra porta, abrindo-a quando chegou lá.

Eu cheguei cinco segundos depois, quase pulando em cima dele, e me contive ao ver quem era minha inesperada visita. Os cabelos castanhos dela ricochetavam no ar, devido ao vento forte.

Any.

♡ ♡

Preparem os vossos corações para o próximo capítulo, porque vai ser bombástico!

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora