capitulo 31- você não é ele

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Os dias que seguiram este não podiam ser melhores. Além de me buscar todos os dias na escola, o bailey ia à minha casa no mínimo três noites por semana, me ligava quase todos os dias, e me levava pra sair sempre que possível, sendo final de semana ou não.

E assim, o tempo foi passando, e a minha vida cada vez mais entrando nos eixos. Eu estava com o namorado perfeito, minha amizade com a joalin estava cada vez melhor, minhas notas estavam melhorando, eu já estava podendo programar minha viagem de aniversário, e o noah tinha me deixado em paz.

Essa parte quase me deixava feliz. Ele estava sempre em casa quando o bay estava comigo, e eu a-ma-va o fato de que ele não conseguia parar de nos olhar. Mas, mesmo eu adorando nossa nova distância, não conseguia deixar de me preocupar. Era estranho que ele não estivesse tentando nada quando estávamos sozinhos, ou quando ele dormia na minha casa. Perigosamente estranho. Eu o conhecia quase bem demais. Sabia de todos as táticas dele, e era óbvio que ele ia tentar alguma coisa em pouco tempo. Eu só não sabia o que.

Assim, de um jeito calmo e excelente, um mês se passou. Eu e o bay estávamos namorando muito firme, e eu já tinha decidido pra onde iria no meu aniversário, com minha família, meus amigos e meu namorado.

Praia era o que eu tinha escolhido. Um lugar lindo, calmo e relaxante. Aquelas férias de Julho estavam prestes a ser as melhores da minha vida.

Faltava exatamente uma semana pras férias, e treze dias pro meu presente de aniversário. Tudo estava pronto. As pessoas estavam avisadas, os lugares no carro guardados, as malas quase prontas.

Por um azar do destino, o Noah  iria conosco. O Josh  estava levando a hina, e não queria deixar o melhor amigo dele sozinho. Mas, isso não importava. Tudo ia ser ótimo de qualquer jeito.

Bom, talvez o otimismo tenha me deixado cega. Eu estava tão entusiasmada com tudo, que esqueci da perigosa distância que o noah mantinha entre nós. Eu estava certa, ele tinha tudo planejado.

Era quinta-feira, e o próximo dia seria o último antes das férias. O noah, meu irmão, e toda a turma de 3° ano já estavam comemorando. E, como sempre, depois da comemoração, o josh e o amiguinho dele foram lá pra casa. Como de costume, ele iria dormir lá.

Quando eles chegaram, minha mãe já estava dormindo, e eu estava no celular, conversando com o meu bay. Por isso, não prestei atenção quando eles passaram pela porta do meu quarto.

Por volta de meia noite, o bailey teve que sair, e eu desliguei o celular, pronta pra dormir. Coloquei um short branco, uma blusa de alcinha rosa, e desci para tomar um copo de água. Enrolei um pouco na cozinha, eu confesso. Droga de mania de distração.

Quando finalmente decidi sair, percebi que já era um pouco tarde. Gemi ao ouvir passos na escada. Droga, repeti pra mim mesma. Tentei sair dali o mais rápido possível. Ainda tinha chances de escapar.

Minhas esperanças se acabaram com um suspiro meu quando cheguei à sala. Ele estava parado, na outra ponta do sofá, me olhando. Ele ainda não tinha tirado a calça com a qual, eu imagino, ele tinha chegado. Só estava sem camisa, e descalço. Conseguia ficar ainda mais lindo e irresistível assim.

- Oi –Noah disse, sorrindo.

- Oi. – mantive minha expressão inalterada. Quase fácil demais.

Ele andou até mim, enquanto eu tentava recuar, com o cuidado de não entrar para a cozinha.

- O que foi? - ele questionou, com um sorriso.

- Nada. Porque você acha que tem alguma coisa?

- Você está fugindo de mim.

- Por favor. Eu não estou fugindo de você. – parei de andar, e olhei pra trás. Mais um passo e eu estaria na cozinha. Era hora de tentar sair pelo lado.

- Não? - ele arqueou a sobrancelha.

- Não. - eu disse, firme.

- É claro que você está. E só pra você saber, é inútil.

Nós estávamos nos movendo como em um jogo. Ele tentava me alcançar enquanto eu tentava sair dali. Mesmo tentando, eu sabia que ele tinha razão: era inútil.

Com um suspiro, me sentei no sofá. Não era difícil imaginar o que ele queria. A única dificuldade ali, era entender porque parecia tão fácil de recusar. Era a primeira vez que eu sentia isso.

- Cansou de brincar? – ele disse, irônico. Eu não fazia idéia de qual lugar da sala a voz dele vinha.

- Desperdício de energia. – dei de ombros.

- Hmm, você ta certa. – o tom de voz dele mudava. Começava a ter o tom de divertimento de sempre. – Sabe o que não é desperdício de energia?

Eu estava cansada. Além dos nossos joguinhos comuns, ele agora tinha inventado joguinhos mentais? Joguei a cabeça para trás, encostando-a no sofá.

- Não urrea. Eu não sei. O que não é desperdício de energia?

Quando nossos lábios se separaram, eu ainda estava meio tonta. Ok, o tempo que eu passei longe dele me fez esquecer de como ele era bom nisso. Eu ouvi seus passos, e apenas esperei.

- Isso não é desperdício de energia. – ele estava sorrindo, dava pra perceber pela voz.

Eu não respondi. Quando estava começando a me recuperar, senti o sofá se mover, mas não tive tempo de protestar.

Seus lábios encontraram os meus rapidamente, me fazendo esquecer de todo o resto.

Gentilmente, ele deitou seu corpo sobre o meu, e uma de suas mãos percorreu o caminho da minha cintura até o meu quadril, enquanto a outra continuou no meu rosto.

Eu continuaria ali até quando ele quisesse, mas a lembrança que explodiu no meu pensamento não deixou.

Hotel fazenda, finais de semana, dias depois da aula, pedido de namoro... Bailey.

Me libertei dos lábios dele, enquanto tentava fazer com que ele se afastasse.

- Noah , sai.

- O que?

- Sai. De cima. De mim. – disse, firme.

Ele não tentou nada. Se levantou e sentou-se perto de mim no sofá. Depois de quase dois minutos de silêncio, ele resolveu falar alguma coisa.

- Posso saber por quê? – a voz dele estava grossa, como se algo tivesse o incomodando.

- Porque eu estou namorando. – ele quase riu.

- Você tinha saído com ele naquela noite, lembra? Você disse que não significava nada, eu e você.

- Não significa. – eu não queria olhar pra ele. Seus olhos mel poderiam me confundir.

- Então, por quê? – ele quis saber.

Eu tive que pensar pra responder. Até porque, nem eu sabia direito.

- Olha... – eu tentei começar – Naquela noite, eu estava só começando a sair com o bailey. Hoje, nós já estamos namorando. E eu estou... começando a gostar mesmo dele. Não vou estragar o que eu tenho com ele por uma noite de prazer sem sentimento com você. Então, nós dois, ainda não significa nada. E é exatamente por isso que eu não vou fazer. Não vou perder o bailey por nada. – com um suspiro pesado, eu tinha terminado.

Esperei silenciosamente pela reação dele. Eu duvidava que alguma menina já tivesse trocado o Noah por alguém. Na maioria dos casos, ele trocavam alguém por elas. Ele suspirou, e talvez isso significasse que ele fosse falar alguma coisa.

- Nossa. Você realmente está gostando dele.

- Não que isso seja da sua conta, mas eu acho que sim. – eu sorri.

- Gosta tanto a ponto de ter certeza sobre essa sua decisão? – ele desafiou. Agora estava começando a me irritar.

- Noah, ele é incrível. Você pode até ser lindo e ter esse jeito difícil de resistir, mas você não é ele. Nunca vai ser. Nunca vai chegar aos pés dele. Mais do que tudo, ele é uma pessoa que consegue me fazer sentir especial. Só o sorriso dele... Vale mais do que qualquer noite com você. Eu não quero brigar com você. Mas, por favor, entenda: ele é tudo que eu sempre quis. E você... Bom, é você. – eu me levantei, me aprontando para sair dali. – Sabe, às vezes uma mulher precisa de um pouco mais do que sexo.

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora