O silêncio durou quase um minuto.
Noah e minha mãe esperavam pacientes pela minha reação, enquanto eu quase não conseguia falar.
- Selena, oi. – ela sorriu, e abriu os braços, andando em minha direção.
Nos abraçamos, e eu ainda não sabia o que dizer. Nos soltamos, e ela me encarou, esperando minha resposta.
- O-oi. O que você está fazendo aqui? – eu estava completamente sem reação.
- Eu me lembrei do seu aniversário. – ela disse, simpática. Como sempre tinha sido. – Mas não tinha ninguém aqui quando eu vim te ver.
- Nós... Viajamos. – respondi, ainda tentando assimilar tudo.
- Bom, de qualquer jeito, parabéns. – ela me abraçou novamente.
- Obrigada. – disse, meio sem jeito.
- O que foi? Não gostou da minha visita?
Os olhares da minha mãe e do Noah se voltaram rapidamente para mim.
- Não, claro que não. Não é isso. Eu estou apenas... Surpresa.
- Tem certeza? – any me examinou com os olhos, ela me conhecia bem.
Mas era verdade, eu estava apenas surpresa. Já fazia mais de um ano.
- Como eu posso não gostar da sua visita? Somos amigas, Any. – foi a minha vez de abraçá-la. – Senti sua falta.
Ela me olhou, com um sorriso no rosto.
- Eu também senti sua falta.
Ficamos nos olhando por um momento, quando os passos na escada nos fizeram olhar pra cima.
Bailey olhou a cena, curioso, e parou ao meu lado, passando a mão pela minha cintura. Any olhou aquilo, e me encarou, tentando disfarçar o quanto estava surpresa.
- E este é...? – Any quis saber.
- Meu namorado. – eu sorri, e olhei pra ele. – Bay , esta é a any. Acho que já te falei sobre ela.
Ele me olhou, com um olhar de preocupação por alguns segundos, e depois estendeu a mão livre para cumprimentá-la.
- Bailey , muito prazer. – ele sorriu, sem jeito, e apertou meu corpo junto ao dele.
- O prazer é meu. Bay, certo? Nome interessante. – Any sorriu.
Fiquei sem entender, mas não era importante. Podia pensar nisso depois.
- Bom, eu vou embora. Ale,any, noah, vejo vocês depois. – eu pude sentir a diferença em sua voz quando ele pronunciou o último nome. Ainda devia estar cismado com a história do colar. – Até amanhã, amor. – ele completou, levantando meu queixo e me dando um selinho rápido.
- Até amanhã. – eu sorri.
Ele foi embora, e o silêncio voltou a reinar na sala por alguns segundos.
- Bom, acho melhor eu ir embora. Só vim te ver mesmo. E podemos nos ver amanhã na escola. – any falou.
- Escola? – franzi a testa.
- Claro. Eu voltei mesmo, Sabi . Pra valer.
Forcei um sorriso de alegria.
- Ótimo.
- Então, até amanhã. – ela me deu um último abraço antes de ir.
- Até.
E ela também saiu pela porta. Assim que ela foi embora, deixei meu corpo cair sentado no sofá. Eu não sabia quanto tempo mais minhas pernas iam aguentar.
- Filha... Tudo bem? – minha mãe me olhou um pouco preocupada.
Subi as escadas e entrei no meu quarto, sem me preocupar em fechar a porta. Me joguei na cama, de barriga pra baixo, e afundei a cabeça no travesseiro.
O que diabos ela estava fazendo ali? Por que ela tinha que voltar? Não que eu não gostasse do fato que minha melhor amiga tinha voltado. Bom, pelo menos ela tinha sido minha melhor amiga. Era coisa demais pra uma cabeça só aguentar. Estava tentando limpar minha mente, quando ouvi passos no corredor.
- Posso entrar? – era Noah.
Me virei na cama, ficando de barriga pra cima para encarar o teto.
- Pode. – dei de ombros.
- Você está bem? E nem tenta mentir pra mim. Sua mãe não sabe como as coisas aconteceram, mas eu sei. – ele se sentou na cama com cuidado.
- Então sabe que foi por culpa sua que ela foi embora.
- Por favor. Tudo isso aconteceu no final do ano retrasado. Tudo bem que ela era quase dois anos mais nova do que é hoje, mas ela sabia onde estava entrando. Eu não fiz nada que ela não quisesse. – ele disse como se estivesse "lavando as mãos" do ocorrido.
Eu me sentei na cama, quase ao lado dele.
- É, eu sei. É só que, sei lá, faz muito tempo desde que ela foi embora. Minha vida mudou, eu segui em frente. Eu ocupei o posto de melhor amiga que ela deixou vago. E agora ela volta, provavelmente querendo que tudo volte a ser como antes. – desabafei.
- Não acho que seja bem assim. Acho que ela percebeu que as coisas mudaram. A começar pela sua aparência. – ele me olhou.
- Bom, isso é verdade. E eu tenho que dizer que é ótimo não me sentir intimidada pela beleza dela. – suspirei. – Mas, e você? Quero dizer, aconteceu muita coisa entre vocês dois.
- Você deve me conhecer pelo menos um pouco, não? Você realmente acha que eu sou o tipo do cara que ficaria constrangido por causa do que aconteceu? – ele deu risada.
- Bom, não. – eu soltei um riso pesado.
- E além do mais, ela está uma gata. Não há nada para ter vergonha. – noah sendo noah.
Eu bati nele com o travesseiro, e ele riu.
- Você não muda. – revirei os olhos.
- Não mesmo.
No outro dia de manhã, parecia que eu apenas tinha sonhado com a volta da any. Não parecia ser real, mesmo que eu soubesse que era. Depois de me arrumar pra escola, desci pra tomar café, e esperei ansiosa que a joalin chegasse.
A campainha tocou apenas uma vez antes que eu atendesse, já com a mochila nas costas.
- Oi – ela estava um pouco assustada.
- Precisamos conversar. – eu disse, rapidamente. – TCHAU MÃE. – gritei, fechando a porta da casa, sem me preocupar em ouvir a resposta.
- Você... Está me preocupando. – ela me analisou.
Eu não sabia como começar, estava nervosa demais pra isso. Assim como eu, a Celeste conhecia a any, e mais do que tudo, conhecia a relação que eu tinha com ela. Sabia que a any ia querer que tudo fosse como era antes, e sabia como ela conseguia manipular as pessoas. Minha amiga não ficaria muito feliz em saber quem estava de volta.
- any.
- Não, JO-A-LIN. O que foi? Agora deu pra me confundir com ela? – ela disse indignada.
- Não, jo. A any. Ela voltou. – despejei.
- Você sonhou, Sabina.
- Não. Ela foi até a minha casa ontem, e disse que tinha voltado pra valer. Eu... Eu só queria que você soubesse por mim.
- Ela... Voltou? – joalin estava tão chocada quanto eu.
- É. – suspirei fundo.
Nós andamos em silêncio por alguns minutos. Considerando o fato de que foi a joalin que catou os meus pedaços quando a any foi embora, ela não era exatamente a melhor pessoa do mundo na opinião dela.
- É, acho que isso vai causar algum alvoroço na escola hoje. – joalin falou.
- Eu tenho certeza disso. E se eu conheço a any, ela faz questão de causar um alvoroço.
E não podíamos estar menos erradas.
*****
Bailey e Any ai tem coisa,quem concorda?
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o melhor amigo do meu irmão-urridalgo
Roman d'amourSabina é uma garota comum, e com a convivência do melhor amigo de seu irmão, que no entanto odeia, cresce um amor onde jamais qualquer um acharia possível. Mas é um dos mais belos amores. Eles descobrirão esse grande amor por um simples jogo de sedu...