capitulo 69-ele também estava com ciúmes de mim

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Eu olhei pra ele.

Estava sentado na cadeira do computador e de vez em quando me olhava, encontrando o meu olhar que se recusava a se afastar dele. Pensei mais um pouco na situação ridícula em que eu me encontrava, até que cheguei a uma conclusão óbvia.

Se ele estivesse certo e eu estivesse realmente com ciúmes dele... Isso significava que ele também estava com ciúmes de mim e do pepe.

Não tinha outra explicação pra ele ter dado continuidade na nossa quase briga.

- Você também... Meio que ta com ciúmes do pepe. – não era uma pergunta e ele percebeu isso.

- Não. Não mesmo.pepe ? – ele riu.

- Isso mesmo, fala mal dele. Só vou ter mais certeza ainda. – eu sorri, vitoriosa.

- Você viaja demais, Sabina. – ele se ajeitou na cadeira, mexendo nos fios do cabelo.

- Por que me chamou de Sabina agora? – perguntei, o encarando.

- Sei lá, me deu vontade. – ele deu de ombros.

Eu me inclinei pra frente, encurtando uma mínima parte da distância entre nós. Era o suficiente para que minha fala tivesse o efeito desejado.

- Pode confessar, vai. Me chamou de Sabina só pra disfarçar alguma coisa. Você tem ciúmes dele sim. – ele também se inclinou pra frente. Se eu não estivesse tão concentrada, aquela seria uma cena da qual eu riria.

- Você que tem que confessar que morre de ciúmes da savannah. – seu olhar me desafiava.

- O mesmo pra você e pro pepe. – ele devolveu o sorriso.

Eu voltei a minha posição normal, e arredei mais pra trás na cama, me encostando à parede. Ele também se encostou à cadeira e nós ficamos nos encarando por algum tempo.

Os dois querendo conseguir uma confissão, os dois com a certeza de que não confessariam nada.

- Argh. – eu me levantei e fui até a porta. – Vai logo, sai daqui.

- Acha que não vai aguentar por muito tempo e vai acabar confessando que não aguenta vê-la do meu lado? – ele perguntou com um sorriso de lado.

- Nos seus sonhos. – eu continuei esperando ao lado da porta.

- Vai se sentar vai... Eu não vou sair.

Eu até o forçaria a sair, mas vi em seus olhos que não adiantaria nada. Com um suspiro pesado, uma mistura de raiva contida e desistência, fui até a minha cama e me deitei de frente pra parede.

Não ouvi ele se movendo. O quarto estava em calma e eu pensei que minha ameaça tinha dado certo: seria a primeira vez.

Fechei os olhos e me concentrei em regular minha respiração.

Naquela quietude, eu tinha certeza de que conseguiria dormir rapidamente.

Um movimento quase delicado na minha cama me fez virar o meu corpo e deixá-lo de costas para a parede.

Encarei o noah e ele sorriu de volta.

- Não estou encostando em você. – ele disse, intercalando o olhar entre meus olhos e meus lábios.

- Muito engraçado. – fingi rir.

- Quase é. – ele aproximou o rosto um pouco do meu. Eu não me mexi. – Então, vai assumir que tem ciúmes?

- Você é o único aqui que tem que assumir isso.

- Não.

- Digo o mesmo.

Ele se aproximou um pouco mais. Podíamos sentir a respiração um do outro. Mas ainda não nos tocando.

- Estou esperando. – seu olhar estava fixo nos meus lábios.

- Vai morrer esperando. Já disse que pode se casar com ela se quiser. – disse firme.

Ele se aproximou mais, de forma que nossos lábios ficaram a 5 centímetros de distância no máximo. Era uma proximidade que quase me incomodava. Quase.

- Sabi...

- noah...

- É só falar "Eu tenho ciúmes" e pronto. Não vai te matar.

- Mas eu não tenho! É você que sente ciúmes. Você é quem tem que falar isso. Você! Somente e unicamente você noah!

- Você é tão teimosa. – ele sorria.

- E você é infantil. Por que não fala e acaba com isso de uma vez? – perguntei, já cansada disso tudo.

- Devia se perguntar isso.

- É uma discussão inútil. Eu não tenho nada pra assumir e você não quer confessar o que está sentindo. Não vamos chegar a lugar nenhum.

- Quase certa. Eu é que não tenho nada pra confessar e você que não quer assumir que não me quer com a savannah.

- Ai noah! Para com isso. Essa discussão já está me cansando.

Ele riu um pouco e eu continuei com a cara fechada.

Devagar, ele acabou com a distância entre nós e me beijou, passando um dos braços pela minha cintura e encostando meu corpo no dele. Eu coloquei uma mão em seu rosto, me entregando ao beijo.

Cheguei a perder a noção do tempo. Quando nossos lábios se separaram, eu estava ofegando, constrangedoramente ofegando.

Ele olhou para baixo, riu bem baixinho.

Quando eu ia protestar o beijo, ele se levantou da cama, abaixou e me deu mais um selinho. E então saiu do quarto.

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora