capitulo 36-você é minha melhor amiga

2.3K 139 62
                                    

Any estava sentada em uma das mesas perto da cantina, apoiada em um dos braços, com as pernas cruzadas e em cima de um dos assentos.

Ah, e claro, cerca de dez pessoas a rodeavam.

Eu queria passar despercebida. Olhando para frente, andei rápido, com a joalin do meu lado. Ia dar tudo certo, mas eu ouvi alguém gritando meu nome, e me virei, observando a dona da voz andando em minha direção, com um enorme sorriso no rosto. Me forcei a sorrir também.

- Então, parece que todos sentiram sua falta. – comentei vendo o grupinho de pessoas se dissolver.

- Eles? São só um bando de curiosos que procuram alguma coisa da qual possam fofocar. – Any deu de ombros.

- E você adora isso. – eu falei baixo, quase que apenas para mim mesma.

- Bom, na verdade... Sim. Eu amo. – ela sorriu, e depois se virou para a minha amiga parada ao meu lado. – E você é...?

- A melhor amiga da Sabina. – ela estendeu a mão. – joalin, muito prazer.

Observei cuidadosamente o sorriso desaparecer no rosto de any. Ela girou nos calcanhares, se virando para mim.

- Melhor amiga? – any recuou com o olhar, a postura intacta.

- É. Melhor amiga. – eu passei meu braço pelo braço da joalin, entrelaçando-os, enquanto o sinal quebrava o silêncio que tinha tomado conta do nosso pequeno ambiente. – E nós estamos atrasadas. Você é da nossa sala?

- Não. Eu... não sou.

- Então nos vemos no recreio. Tchau, any.

- Tchau, sabi.

Puxei a joalin pra longe dali, ainda de braços dados com ela. Entramos na sala segundos antes do professor, e fomos pra nossas mesas de sempre, no fundo.

Vinte minutos depois do começo da aula, eu já não conseguia prestar mais atenção em muita coisa.

Abri meu caderno para desenhar alguma coisa quando um pedaço de papel pousou sobre minha mesa.

"Obrigada ;)"

Olhei para o lado, e encontrei o olhar da joalim, que me confirmava que era ela quem tinha escrito aquilo.

"Pelo que?"

Eu mandei o papel de volta pra ela.

"Por ter confirmado pra any eu sou sua melhor amiga."

"Jo, você é minha melhor amiga."

"Eu sei. Só fiquei com medo de que você dissesse: "Ela era minha melhor amiga. Mas agora você voltou, any.""

"Você enlouqueceu se pensa que eu faria isso."

Depois dessa ultima frase, o papel não voltou a minha mesa.

Finalmente, depois dos três primeiros horários, o recreio chegou. Eu e a joalim descemos rindo, e logo depois eu fui me sentar em uma mesa vaga, enquanto ela ia comprar lanche.

O grupo do terceiro ano, que incluía o Noah e meu irmão, estava quase na minha frente, e estavam se divertindo muito. Eles podiam se divertir, afinal ia sair dali antes de mim, por exemplo.

Eu estava distraída, quando vi um reflexo loiro vindo na minha direção. Any. Ela passou pela minha mesa, desfilando como sempre, e se dirigiu a cantina.

No instante em que ela passou, Noah virou pra trás, e acompanhou a trajetória dela com os olhos. Quando viu que eu estava olhando, ele sorriu, olhou novamente para a any e piscou. Fiz uma careta da desaprovação, e ri em seguida. Ele, por sua vez, se separou do grupo e foi atrás dela. Como ele mesmo tinha tido, ele não mudou nada.

Celeste chegou logo depois, e nós demos mais algumas risadas. Depois voltamos pra sala, enfrentamos os outros três horários, e quase gritamos aleluia quando o sinal da saída tocou.

Minha amiga não me esperou. Já sabia com quem eu iria embora e foi esperar que os meninos passassem na porta da escola, para que os três fossem juntos pra casa. Juntei meus materiais com calma, e esbarrei com o Noqh no corredor. Andamos juntos até a saída.

- Então... Como foi com a any? – perguntei como quem não quer nada.

- Vamos sair hoje à noite. – ele sorriu.

- Fácil assim?

- Eu já consegui ela uma vez. Vou conseguir de novo. – ele disse convencido.

- Ainda vai conseguir?

- Vai ser uma noite do perdão, ou algo assim. – ele deu de ombros.

- Acho melhor você se esforçar. – eu disse, ele riu fraco.

- Não se preocupe, eu vou conseguir. – como eu disse, convencido, eu ri um pouco.

- Boa sorte, então. – desejei.

- Você acha mesmo que eu preciso? – ele disse, divertido.

- Acho. – eu sorri.

- Sabe o que eu acho?

- Não, o que? – eu olhei para ele. Incansavelmente lindo.

- Que você deveria ir encontrar com o seu namorado. – ele apontou com a cabeça para o estacionamento, onde o bay estava encostado no carro, nos observando. Eu soltei uma risada.

- É, acho melhor mesmo.

- Só pra tirar uma duvida. Ele não gosta muito de mim, gosta? – ele parou na minha frente. Mostrando claramente os centímetros que tinha mais alto que eu.

- Não. – eu sorri.

- É, eu sabia.

Me virei para a saída, e comecei a andar.

- Tchau, Noah . E boa sorte.

Ele passou por mim, parando para falar no meu ouvido.

- Já disse que eu não vou precisar.

Ele continuou andando, enquanto eu ria e andava para os braços do Bay , que me recebeu com um beijo.

Como sempre, ele abriu a porta do carro pra mim, mas não estava muito feliz quando entrou pela sua porta.

Eu esperei em silêncio.

Conhecia o bay, ele ia falar. Depois de vinte segundos, minhas previsões se tornaram realidade.

- Então... Você e o noah, hm? – ele não fez contato visual, apenas olhava pra frente.

- Ele é meu amigo, amor. – o tranquilizei.

- Amigo como nós dois costumávamos ser? – bay estava com ciúmes, e isso era fofo, mas definitivamente, eu não podia deixar que aquilo fosse mais longe.

- Nossa amizade nunca funcionou de verdade. – eu sorri pra ele. – Com o noah é só amizade, eu juro. Ele estava me contando dos planos dele com a any.

- Ah, é. Sobre isso, como você está?

- Bem... E você? – eu brinquei.

- Sabina, eu tô falando sério.

- Eu tô bem, amor. De verdade. Quero dizer, eu fiquei muito surpresa, mas nós éramos amigas. E podemos voltar a ser, se quisermos. E se ela abrir mão do cargo de melhor amiga.

- Porque a joalin  já pegou esse lugar. – ele falou, não era uma pergunta.

- E ele vai ser dela até o dia que ela não quiser mais. – eu sorri.

Ele apenas sorriu. Já estávamos parados há um tempo, então ele se inclinou e me beijou. E foi ele também quem terminou o beijo, sorrindo.

- Então, sobre ontem... Quando nós vamos terminar aquilo? – ele segurou minha mão, ainda sorrindo.

- Em breve. – eu sorri. – Só que hoje não. Não vai dar.

- Mas em breve, certo?

- Certo.

Nos despedimos com mais um beijo, e eu entrei para dentro de casa. Tive outra surpresa ao ver quem estava na mesa, para almoçar conosco.

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora