capitulo 30-meu namorado

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Passei o dia tentando fazer mil coisas as quais eu não consegui me prender por muito tempo. Computador e televisão não ajudaram em nada, eu estava ansiosa demais.

Mas podemos dizer que ter o Noah em casa à tarde me ajudou um pouco. Mesmo me deixando mais nervosa, ter que evitá-lo era, pelo menos, uma tarefa que me ocupava algum tempo.

Finalmente, seis horas da tarde chegou. Eu podia subir para tomar meu banho e me arrumar sem me achar uma completa idiota por estar fazendo essas coisas cedo demais.

Demorei o máximo que pude no banheiro. Lavei meu cabelo quase quatro vezes, deixei o condicionador agir por cinco minutos, me ensaboei mais vezes do que era necessário, e fiquei embaixo da água tempo suficiente para que meus dedos ficassem enrugados. Depois de me certificar que já tinha se passado um bom tempo, me enrolei na toalha e fui para o meu quarto.

Porém, graças à minha incrível sorte, alguém estava no corredor, vindo na direção oposta a minha. Ele não disse nada. Como sempre, apenas me avaliou, com o olhar e o sorriso que eu mais gostava. Tentei não me importar com aquilo. Apenas esperei pacientemente, mesmo que ele não desse nenhum sinal de que ia se mover.

Ficamos ali por quase três minutos, quando decidi que já tinha perdido tempo demais. Com um suspiro, comecei a caminhar até o meu quarto, mas já devia saber que não seria tão simples assim.

Quando passei por ele, fui segurada pelo braço. Não disse nada. Olhei pra ele com indiferença, como quem já esta cansada dos mesmos joguinhos. Ele sorriu, e me puxou para junto dele. Mas é claro que ele não iria arriscar me beijar ali. Ainda colado a mim, Noah  andou para dentro do meu quarto, fechando a porta com o pé assim que estávamos lá dentro.

- Hoje não. – eu disse, firme.

- Mas eu quero hoje. Agora.

- Muito menos agora.

- Ah, é?

Então ele me beijou, e eu não tentei resistir. Nunca tinha conseguido, não ia ser agora que seria forte o suficiente para pará-lo.

Quando terminou de me beijar, ele me olhou.

- Imagina se você quisesse que fosse hoje. – ele disse, sarcástico.

- Idiota.

- Imbecil. – ele desafiou.

- Olha, não vou brigar com você agora. Já tô atrasada demais. Agora, sai daqui.

Ele me puxou mais uma vez para si, e me beijou novamente. Meus braços enfraqueceram ao lado do meu corpo, e eu não consegui achar forças para empurrá-lo. Teria que esperar que ele parasse.

- Tchau. – ele disse quando terminou.

Sorrindo, Noah  saiu do meu quarto, e eu pude finalmente começar a me arrumar.

"Cinema", pensei comigo mesma. Eu não podia exagerar na roupa, nem em nada. Por fim, me decidi por uma calça jeans, uma camiseta legal, e um All Star. Simples e bonito, não tinha como dar errado.

Não demorei muito para fazer a maquiagem e arrumar o cabelo, então antes de sete e meia, infelizmente, eu já estava pronta.

Não queria descer. Sabia quem estaria lá embaixo, e preferia não ter que encará-lo de novo.

Fiquei então, como uma idiota, andando de um lado para outro do meu quarto, até que alguém me chamou. Voz feminina, só podia ser minha mãe.

- SABINAA . – minha mãe gritou lá de baixo.

- Já tô indo. – respondi no mesmo tom.

Desci as escadas devagar, e fiquei sem ar quando percebi a pessoa que estava ali parada, na minha sala, conversando com a minha mãe como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. Não parei de andar. Ignorando os olhares dele, e da minha família, parei ao lado do bay, que passou a mão pela minha cintura.

- Então, vamos? – ele disse, com um sorriso.

- Vamos, claro. – eu sorri de volta.

Nos despedimos de todos na sala, e fomos em silêncio até o carro. Ele só falou depois de estarmos a um quarteirão de distância da minha casa.

- Família legal. – ele disse, sorrindo.

- Ah, obrigada.

- Não sabia que você tinha dois irmãos. – ele comentou, sem tirar os olhos da estrada.

- Eu não tenho dois irmãos.

- Não? – ele parecia surpreso, e foi só então que eu entendi.

- Ah, um deles é só amigo do meu irmão. Melhor amigo, pra dizer a verdade.

- Ah. Isso explica algumas coisas. – ele disse, apertando levemente o volante.

- O que? – não estava entendendo.

- Bom, quando você desceu, eu fiquei me perguntando porque um dos seus irmãos estava te olhando daquele jeito. - ele sorriu.

- Você deve estar imaginado coisas. O noah não me olha desse jeito. - minha primeira mentira pro bay, ótimo.

- Se você diz.

E então o assunto se encerrou.

Chegamos no cinema, e depois que o filme acabou, fomos comer alguma coisa. Ele me levou pra casa logo depois disso, e desligou o carro antes que eu saísse.

- Então... – bay coçou a nuca, aparentemente sem jeito.

- Não acredito que vamos voltar ao então. – nós dois rimos.

- Você está certa. É que, a gente já ta ficando a uma semana, e eu andei pensando, e bom, acho que seria legal se a gente melhorasse isso que a gente tem, não acha?

- Aham... – apenas fiz o som com a boca.

- Então, o que você acha da gente, sei lá, chamar isso aqui de namoro? – ele estava completamente sem jeito, e eu sorri.

- Acho que pode ser uma boa idéia. – finalmente ele me encarou e eu pude olhar em seus olhos. Tão lindos.

Ele respirou, aliviado.

- Estava com tanto medo assim? – eu ri, e ele me acompanhou, me puxando pra perto de si, e me beijando docemente.

Ficamos ali por alguns minutos. Não me importava de ficar ali pra sempre. Mas, novamente, isso seria impossível. Com um selinho, e um sorriso, eu terminei o beijo.

- Então tchau, namorado.

- Tchau, namorada.

Ele me deu um último beijo, e eu saí do carro. Observei-o até que ele desaparecesse no final da rua, e só então entrei em casa. Me sentia melhor do que nunca. Era incrível. "Meu namorado", pensei. Meu, meu e meu. Sorri com essa idéia. Parecia que as coisas finalmente estavam se encaixando.

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora