capitulo 47- por favor toma cuidado

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Por fim, eu sabia que ele ia fazer o que eu pedi. O sorriso em sua voz o entregava sempre. Sem estar mais tão preocupada, fui almoçar, tentando não pensar no que aconteceria se a pulseira tivesse realmente sumido.

Depois de almoçar, sentei no sofá para esperar o Noah  aparecer, e acabei dormindo com a demora dele.

Em meio aos meus sonhos, ouvi a campainha tocar, mas não me importei em atender. Não estava sozinha em casa, afinal. Esse foi o último barulho que eu ouvi. Depois de menos de um minuto, senti alguma coisa passando pelo meu rosto. Abri os olhos lentamente, só pra me deparar com o rosto que eu conhecia bem demais, sorrindo pra mim como uma criança de dois anos.

- Posso saber o que você pensa que está fazendo? – eu disse devagar, ainda sonolenta.

Sabia o que Noah  estava fazendo: tinha uma mecha do meu cabelo na mão, e fazia cócegas no meu rosto com ela. Só não entendia que tipo de problema mental fazia com que uma pessoa se divertisse tanto com essa ocupação.

- Tô te acordando. – ele continuava sorrindo como se fosse 15 anos mais novo.

- E está se divertindo demais com isso. – eu falei, me sentando no sofá. – Trouxe o que eu pedi?

Ele se sentou na poltrona, e estendeu a mão para mim. Minha pulseira repousava ali, intacta.

- Não sei pra quê tanto drama por causa dela. – Noah rolou os olhos.

- Todo o meu namoro depende dela.

- Como eu disse, não sei pra quê tanto drama.

- Significa muito pra mim, ta bom? – eu estendi a mão pra ele. – Pode me dar?

- Vem aqui pegar. – ele sorriu maliciosamente e piscou pra mim.

- Não mesmo. – cerrei os olhos.

- Então não vai consegui-la. – ele estalou a língua.

- Por favor, Noah.

- Nada disso. O "por favor" funcionou pra me fazer procurar a pulseira e trazê-la. Já fiz muito por você por hoje. – ele respirou fundo e me encarou. – Vem aqui pegar, Sabi.

- Jura que não vai tentar nada?

- Não. – ele sorriu.

- Noah...

- O que foi? Só estou sendo honesto. Vem logo, Sabina.

Eu suspirei e me levantei do sofá. Encarei-o por um longo minuto antes de fazer qualquer movimento. Ele continuou com a mão estendida pra mim o tempo todo. Calculei mentalmente quando tempo eu deveria gastar pra pegar a pulseira na mão dele, sem que ele pudesse me segurar. Ele percebeu minha demora.

- Se você não pegar essa pulseira logo, eu guardo e vou embora. – ele ameaçou.

O desespero me fez agir sem meus cálculos. Com agilidade, peguei-a da mão dele antes que ele pudesse pegar minha mão. Mas eu comemorei cedo demais. Quando me virei para voltar ao meu lugar no sofá, ele segurou meu braço que tinha ficado livre. Olhei pra ele no mesmo instante.

- Será que você pode soltar meu braço?

Ele permaneceu em silêncio, e me puxou pra ele. Caí sentada em seu colo, e ele passou os dois braços ao meu redor.

- Pronto, soltei seu braço.

- Muito engraçado.

- Calma, Sabi. – ele sorriu – Somos apenas amigos lembra? Você está sentada no colo de um amigo.

- Não parece.

- Que tal nós conversarmos sobre uma coisa banal então? Como amigos fazem. Quem sabe assim você esquece que está no meu colo.

- Eu não vou conseguir esquecer. – ele me ignorou.

- Sabe, hoje eu vi a Any.

O assunto dele me chamou a atenção. Fazia tempo que não ouvia falar dela.

- E o que tem a Any?

- Veio conversar comigo. Se é que se pode chamar aquilo de conversar. Sabe, ela daria muita coisa pra estar no seu lugar agora.

- Você está dizendo que ela se jogou em cima de você? Tipo, que ela realmente gostaria de estar no seu colo? – eu ri um pouco.

- Eu estou dizendo que ela daria tudo pra estar no seu lugar. Pra viver a sua vida. Ela realmente deu a entender que tem inveja de você.

- Quem um dia iria imaginar que Any teria inveja de mim, hein?

- Com a aparência que você tem hoje, eu diria que não é só a Any que tem inveja de você. – ele me olhou maliciosamente

- Acho melhor eu sair daqui. – ele não tentou me impedir.

- De qualquer jeito, uma ex-amiga invejosa é sempre algo perigoso. Por favor, toma cuidado. – seu olhar estava diferente. Não sei dizer o que mudou, mas estava diferente.

- Desde quando você se preocupa tanto comigo?

- Desde que você se tornou minha amiga. Pode não parecer, Sabi, mas eu posso ser um cara legal. – ele sorriu, carinhoso.

- Obrigada. – sorri de volta.

- Sempre que você quiser. – o sorriso se abriu, e eu pude perceber a malícia começando a aparecer. A frase tinha um duplo sentido gritante, e ele sabia disso.

- Acho melhor você ir.

- Eu tenho que ir. Sabe como é... – ele continuava sorrindo.

- Ai Noah, tchau.

- Não precisa ficar com ciúme, amor.

- Tchau, Noah.

Assim que me vi livre dele, liguei para o meu namorado, avisando que a joalin já tinha levado minha pulseira. Me sentia mal mentindo pra ele, mas era a única solução pra manter meu namoro intacto. E por isso valia a pena.

o melhor amigo do meu irmão-urridalgo Onde histórias criam vida. Descubra agora