Acordei no outro dia com a cabeça doendo um pouco e meu corpo me incomodava, assim como a luz que vinha da janela.
Já sentada na cama, descobri que olhar pro lado também não me ajudava, já que ele estava lá.
Descansava profundamente, e parecia que sonhava deliciosamente, pois um pequeno sorriso estava quase formado em seus lábios.
Mas nem mesmo sua beleza, intensificada pelo toque de inocência, conseguia me confortar. Muito pelo contrário, ela me deixava ainda pior. Me fazia lembrar do que eu tinha feito na noite passada, e de como eu tinha traído a confiança do ser humano mais lindo que eu conhecia.
Eu nunca me perdoaria, tinha certeza disso.
Um flash da noite anterior me fez querer sair dali com uma vontade violenta. Me levantei devagar, tentando não acordar o anjo que dormia naquela cama, e me vesti sem fazer barulho.
Com os sapatos e a bolsa nas mãos, saí do quarto, e passando pelo corredor decidi entrar no banheiro para ver o meu estado.
Quase uma boa ideia. Meu cabelo estava completamente embaraçado, e a maquiagem que tinha me custado horas, estava mais borrada do que eu imaginaria.
Lavei o rosto, e ao secá-lo, tentei me deixar mais ou menos apresentável. Achei uma escova de cabelo em uma das gavetas e me penteei rapidamente, apressada para sair dali. Mas uma coisa me prendeu no lugar. Apesar da maquiagem estragada e do cabelo não tão bem arrumado, eu ainda estava... Bonita. Estava reluzente.
A explicação apareceu em minha mente quando eu sai dali para ir embora e olhei para o quarto onde tinha passado a noite. Sexo. Era essa a resposta. Fazia tanto tempo desde a última vez, que eu tinha me esquecido de como aquilo me fazia bem. Eu esperava que durasse, pelo menos até que eu e o bay chegássemos nesse ponto. Coisa que eu esperava que não demorasse tanto.
Alcancei a porta o mais rápido que eu pude, sem fazer quase nenhum som. Rapidamente estava na rua, mas ainda não pude me dar ao luxo de ir pra minha casa. Minhas coisas estavam na casa da joalin , e eu não queria que minha mãe sequer desconfiasse que eu não tinha passado a noite lá. Só toquei a campanhinha uma vez antes da porta se abrir.
- Posso saber onde você estava? – joalin estava de braços cruzados e com uma cara nada boa.
- Na casa do noah. Eu dormi lá, esqueceu? - respondi, entrando na casa.
- E por que só chegou aqui agora? – ela me seguiu pelo cômodo.
- Eu acabei de acordar. - respondi, virando pra ela. Estávamos no meio da sala. - Que horas são?
- São três horas da tarde, Sabina! – ela estava ficando cada vez mais nervosa. – Você tem ideia do quanto eu fiquei preocupada?
- Me desculpa, Jô . – suspirei chateada.- Eu realmente perdi a noção do tempo.
- E por que você não atendeu seu celular? – ela perguntou quando estávamos subindo as escadas.
- Meu celular? – coloquei meus sapatos no chão e abri a bolsa, tirando de lá meu celular. Dezessete chamadas não atendidas. – O que você achou que tinha acontecido comigo? Dezessete é um pouco demais, não acha?
- Eu estava quase tendo um treco. E por que você está descalça? - eram muitas perguntas e minha cabeça estava latejando. Lê-se: ressaca. Sem falar na consciência pesada.
- Porque eu não queria andar de salto na rua à essa hora, mãe. – disse sarcástica e ri, ela me acompanhou, desistindo de me repreender. – Desculpa, tá? Eu realmente não imaginava que era tão tarde. Estava todo mundo dormindo lá.
- E seu irmão viu que você dormiu lá? – ela quis saber.
- Viu, mas eu duvido que ele se lembre. – eu ri novamente, e ela apenas sorriu.
- Então, o esquema é o bay nunca ficar sabendo que você dormiu lá, né? – joalin me olhou quando entramos no seu quarto.
- E é por isso que você é minha melhor amiga. – eu sorri, e foi a vez dela rir. – Acho melhor eu ir. Quero tomar banho, e ver o meu namorado.
- Vou ir pegar sua bolsa. – antes que eu pudesse responder, ela entrou no closet, e voltou cinco segundos depois com a minha bolsa. – Vê se cria juízo, Sabi . – ela sorriu.
- Não sei o que ele come. – eu ri da minha própria piada, enquanto andava de volta pra casa.
Se fosse qualquer outro dia, eu teria vergonha de andar na rua daquele jeito. Estava com uma roupa adequada para sair a noite, descalça, com uma bolsa pequena e um par de sapatos em uma mão, e uma quase-mala no outro.
Qualquer outro dia, menos aquele.
Eu tinha problemas maiores, como por exemplo, ficar com o meu namorado sem que o que eu tinha feito me atrapalhasse. Sem contar em como eu ia encarar o meu suposto amigo, com quem eu tinha passado a noite.
Entrei em casa com essas preocupações na cabeça, e mal percebi que minha mãe estava preparando alguma coisa na cozinha. Ela não se virou para descobrir se era eu ou meu irmão que tinha chegado.
Tomei um banho demorado e vesti um short folgado com uma blusinha mais solta. Deitei na cama e peguei meu celular, tinha uma ligação importante pra fazer.
- Oi bay. – disse assim que ele atendeu.
- Oi, Sabi . – quase podia vê-lo sorrir.
- Você pode vim aqui em casa hoje, amor? Por favor, estou morrendo de saudade.
- Eu também estou meu amor, mas hoje é aniversário da minha mãe. Não tem como eu sair daqui.
- Ah, amor... - suspirei triste.
- Se te deixa mais feliz, eu daria o meu mundo pra estar aí com você. O que é verdade, ok?
- Amor. – fiz manha. – Tudo bem então. Dá parabéns pra ela por mim.
- Dou sim. Te pego amanhã na escola, princesa.
- Tudo bem, amor. Eu te amo.
- Eu também, amor.
Coloquei meu celular no criado mudo e deitei a cabeça no travesseiro.
Não queria pensar na última noite.
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o melhor amigo do meu irmão-urridalgo
RomanceSabina é uma garota comum, e com a convivência do melhor amigo de seu irmão, que no entanto odeia, cresce um amor onde jamais qualquer um acharia possível. Mas é um dos mais belos amores. Eles descobrirão esse grande amor por um simples jogo de sedu...