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Estávamos caminhando, ao meu ver, sem rumo. Mas JJ disse que conhecia o lugar melhor do que ninguém, preferi acreditar.
Emma: JJ, você ao menos viu algum hotel ou algo do tipo para a gente dormir? — decidi perguntar, afinal nós já estávamos andando por um bom tempo e nada.
JJ: Ei, isso é para ser uma aventura, não uma viagem super chique. — mexeu nos seus cabelos.
Emma: E por causa disso nós temos que dormir em bancos de praça? — brinquei.
JJ: Eu nunca faria isso com você. — bagunçou o meu cabelo.
Empurrei ele, fazendo com que ele parasse de implicar comigo e ficasse apenas rindo.
Ele parou de andar quando chegamos na frente de uma casa. Uma casa bem velha por sinal, parecia que estava abandonada há muito tempo.
Emma: Que foi? — perguntei ao ver que o mesmo não estava mais andando.
JJ: É aqui. — arregalei os olhos.
Emma: O quê? — olhei para ele sem acreditar.— Você tá zoando, né?
JJ: Não, claro que não. — foi para entrar na casa, fez sinal para eu entrar também.
Emma: Eu não vou entrar aí. — ele não disse nada, apenas se aproximou, e me colocou em seu ombro. — JJ, para. É sério. Me larga. — digo tentando sair, mas obviamente falhei.
Ele só me largou quando tinha certeza de que eu não iria mais fugir. Olhei para ele de cara feia, o mesmo riu enquanto abria a porta.
O lugar era nojento, um monte de caras velhos tatuados bêbados e fumantes. Parecia mais um bar do que uma casa.
Emma: Isso é nojento, JJ. — falei baixinho. — Que lugar é esse?
Ele me ouviu, mas fingiu que não. Ele segurou na minha mão enquanto me guiava por dentro daquele lugar e da multidão de gente. O lugar era sujo, cheio de bebida, droga, mulheres praticamente peladas rebolando e um monte de caras velhos e nojentos. JJ abriu uma porta, que tinha uma escada para baixo, era uma escada para o porão. Parei de andar.
Emma: JJ, me fala o que está acontecendo agora. — ordenei. — Você me trouxe aqui para dançar como aquelas mulheres? — falei com ironia, mas estava realmente preocupada.
JJ: Por mais que eu adoraria ver você dançando daquele jeito, eu não vim aqui para isso, Emma. — pegou na minha mão me fazendo descer as escadas junto com ele.
Quando chegamos lá em baixo, tinha um homem sentado em um sofá, com duas mulheres rebolando para ele.
JJ me olhou para ver minha reação, e eu só fechei os olhos e suspirei fundo.
JJ: Ei, tio Max. — fala, anunciando nossa presença.
Max: JJ. — diz surpreso, faz sinal para que as mulheres saiam. — O que faz aqui? — fala ao ver que as mulheres já saíram.
JJ: É, tio... — foi interrompido.
Max: Quem você trouxe aí? — jogou um olhar malicioso para mim.
Sorri forçado, tentando disfarçar o nojo que eu senti enquanto ele disse isso.
JJ: Eu não trouxe ela pra isso. — falou sem graça.
Seu tio olhou para ele entediado.
Max: Então, o que manda? — diz acendendo um cigarro.
JJ: Eu meio que preciso de dinheiro emprestado. — olhei para ele desentendido.
Max: Emprestado? — riu irônico enquanto soltava fumaça. — Quando foi que você devolveu algum dinheiro que pegou emprestado?
JJ riu sem jeito, e o seu tio pegou a carteira do seu bolso.
Max: Quanto você precisa? — pergunta.
JJ: Não muito, o suficiente para uns dois dias. — dois dias? eu não sabia disso.
Max: Aqui está. — diz entregando uma quantidade significativa de dinheiro em suas mãos — Vê se não vai gastar tudo em uma boate só. — JJ pareceu constrangido com o comentário de seu tio. Mas pegou o dinheiro.
O lugar estava me anojando, me deixando enjoada com aquela energia ruim.
JJ: Valeu, tio. — se abraçam. — Eu vou vir aqui quando eu estiver indo embora, para me despedir.
Max assentiu. Dei um sorriso forçado, em forma de despedida, e então seguimos em direção as escadas.
Max: E diz para o seu pai, aquele cuzão, que eu ainda não me esqueci. — arregalei os olhos.
JJ não disse nada, apenas continuou andando.

you and me - JJ MaybankOnde histórias criam vida. Descubra agora