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Fui direto para casa, o lugar que ele provavelmente estaria. Considerando o fato de que a festa já deveria ter acabado, encontraria ele por lá.
Eu estava certa, quando entrei em casa, observei ele sentado no sofá, com a luz do abajur ligada, olhando algo em seu tablet.
Foi um choque ver ele, depois do que eu descobri. Eu olhava para ele e não conseguia ver meu pai lá, era como se ele fosse um monstro. Eu estava aterrorizada com tudo isso, e pior, por ele ter agido como se não tivesse nenhum envolvimento nisso.
Me aproximei lentamente.
Ele ao notar minha presença, desviou sua atenção da tela do tablet.
Ryder: Filha, por onde você estava? — falou, com um sorriso no rosto.
Eu tinha nojo de olhar na sua cara, aquele sorriso parecia agora ser o mais falso que eu já vi.
Emma: Como você pôde? — falei, em um tom baixo, o suficiente para que ele escutasse.
Ryder: O quê? Do que você está falando, querida? — falou, com seu olhar desentendido.
Emma: Nem comece com seu showzinho. — aumentei meu tom. — Você sabe do que estou falando.
Ryder: Não, eu realmente não sei, sério. — soltou uma risadinha, o que fez com que eu me irritasse mil vezes mais.
Emma: Como pôde fazer isso com o JJ? Comigo? — perguntei, sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto.
Ryder: Do que você...? — o interrompi.
Emma: Não, pare! — gritei. — Pai, você perdeu meu respeito, o pouco que tinha comigo. Como você pôde fazer isso? — gritei mais uma vez.
Ryder: Emma, é complicado. Mas um dia você vai entender como o mundo é e... — o interrompi. A forma como ele permanece no tom baixo e mantendo a calma me irrita, é como se ele não tivesse feito nada, e não tivesse nenhum remorso por isso.
Emma: Não, eu não vou entender. Você é um filho da puta egoísta! Eu odeio você. — falei, gritando mais uma vez.
Ryder: Emma, por favor, pare de gritar.
Emma: Não, pai, eu não vou parar. Você me fez pensar que eu não era o suficiente por um ano inteiro, fez eu pensar o pior de mim mesma. Você destruiu nossa família, meu relacionamento e minha auto-estima, e por quê? — ri irônica. — Como você pode se olhar no espelho toda manhã e se sentir positivo?
Ryder: Emma, eu sinto muito...
Emma: Não se atreva! Você não sente muito. E eu sei disso, eu sabia que você não se importava com as outras pessoas, mas comigo? Eu sou a sua filha, e se você esqueceu disso, eu estou aqui para te lembrar.
Ryder: Se ele fosse uma boa pessoa, ele teria te escolhido. — olhei incrédula a ele.
Emma: Cale a sua boca! Você não o deu escolha, e sabe disso. Como pôde pensar que status é mais importante que meus sentimentos? Você é um ser humano miserável. — suspirei fundo.
Ryder: Olhe o jeito que você fala comigo, Emma. — falou, aumentando seu tom.
Emma: Eu não me importo, não me importo mais com você. Vá se foder, Ryder, espero que você pague por cada coisa que você faz sem pensar nos sentimentos dos outros. E perceba que, mais cedo ou mais tarde, você destrói todos ao seu redor. — peguei a minha bolsa, me direcionando a saída, enquanto pisava fundo.
Ryder: Onde você vai, Emma? Volte aqui agora! — seus gritos foram as últimas coisas que eu ouvi, antes de bater a porta com toda a força e sair correndo sem direção.

you and me - JJ MaybankOnde histórias criam vida. Descubra agora