𝐇𝐀𝐓𝐄 & 𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 ─ SHIRBERT

Capítulo 4

A garota da janela

Gilbert:

Meu pai me deu uma carona até o ginásio, ainda era bem cedo, mas a treinadora requisitou que eu fosse o primeiro a chegar.

Assim que entro pela porta da frente, fico maravilhado com o que vejo.
O lugar era incrível, bem mais do que eu imaginava. O rink era gigante e o gelo da pista reluzia de longe. E tudo se assemelhava bastante com minha antiga academia, eu podia fácil me acostumar com todas as coisas novas.

─ Uau! ─ suspiro e dou um imenso sorriso, descendo e me aproximando da pista.

─ Então você deve ser Gilbert Blythe. ─ uma moçaque supus ser a treinadora, fala e caminha até mim. ─ É um grande prazer te ter aqui. Seja bem vindo!

─ Muito obrigado! ─ damos um aperto de mãos e leio seu nome no crachá. ─ Senhorita Stacy, eu estou realmente muito contente de estar aqui

─ Venha, vamos fazer um pequeno tour por aqui. ─ largo minha mochila em um dos bancos da arquibancada e a sigo.

Passamos pelo escritório e depois fomos até o vestiário.
Conforme fomos conversando, descobri que seria o único menino presente na academia. E que nenhum nunca tinha nem cogitado começar a patinar, seria uma grande supresa para todas as garotas.

Aquilo significava que eu realmente teria que voltar a patinar sozinho, já que ninguém nunca tinha feito uma dupla antes.
Bom, isso já era minha ideia antes de vir para cá.

Patinei em dupla durante três anos, e realmente preferia patinar em conjunto com uma parceira. Porém, acabei me envolvendo romanticamente com minha antiga parceira, e podemos dizer que não acabou bem. Winifred, a culpa foi toda dela. 

E quando tudo foi por água abaixo entre nós dois, eu decidi que voltaria a patinar sozinho. Mas não contava que a doença de minha mãe se agravaria tão depressa.

Após a morte dela, eu simplesmente não conseguia calçar os patins e muito menos entrar no rink. Era doloroso demais... Saber que ela nunca mais me veria patinando.
Eu não a teria mais ali, logo ela, quem mais me apoiava em meu grande sonho.

Mas eu estava precisando me distrair, já faziam dias que eu não levantava da cama, e que meus patins ficavam jogados em um canto do quarto.
Meu pai estava mais devastado do que eu, e naquele dia senti que ele precisava de mim.

Então tomei coragem e dei um jeito em tudo. Arrumei a casa, preparei um almoço delicioso e assistimos a um filme juntos.
E no final do dia, decidimos olhar algumas fotografias antigas. Desci até o porão, onde os álbuns eram guardados e encontrei os pertences de minha mãe enpacotados em um canto.

Por mera curiosidade, resolvi abrir uma caixa onde se lia: "Lembranças". Nela haviam várias bugigangas e algumas outras coisas, e dentre elas uma me chamou mais a atenção, uma antiga câmera fotográfica.

No outro dia decidi sair para testa-lá e me diverti muito fotografando os lugares que passei.
Mas aquela câmera era realmente antiga, e então era meio difícil lidar com ela. Porém eu tinha amado esse meu novo... hobbie.
Desse modo abri mão de uma parte de minhas economias e comprei uma câmera nova, assim passando a fotografar tudo o que via pela frente.