Capítulo 11

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Fiz mais do que beijar

Anne:

Passo correndo pela recepção do hotel e entro no elevador com agitação, balançando a perna e torcendo para que ele chegasse logo meu andar.

Procuro a chave dentro da mochila, no meio da bagunça de roupas encharcadas e equipamentos de patinação, depois de alguns segundos ali parada consigo a encontrar.

Entro no quarto e atiro a bolsa em cima da cama arrumada, tiro minhas roupas de dentro e penduro-as nos cabides livres, torcendo para que secassem logo.

Prossigo para o banheiro e antes de entrar no chuveiro me encaro no espelho e sorrio de canto. O moletom tinha o cheiro de Gilbert, e por isso sentia vontade de nunca mais tirá-lo de meu corpo.

Ergo a peça e a tiro depois de muita relutância, mas por último inalo o perfume e suspiro fundo. Não queria ficar daquele jeito, não queria ter os velhos sentimentos de volta à tona, mas não conseguia parar de pensar nele.

Ligo o chuveiro e me sento no chão frio de azulejos, deixando a água fervente correr por minhas costas enquanto abraçava meus joelhos. Cada parte de mim havia sentido falta dele.

Me sentia como uma adolescente boba, como se tivesse acabado de perder a virgindade outra vez. Esse era o efeito Gilbert.

As palavras ditas, os toques envolventes, as sensações provocadas, tudo isso ainda permanecia martelando dentro de mim. Blythe, ah Blythe.

Já me estava arrependida por ter agido no mais puro impulso, sem ao menos pensar em como agiria na próxima vez que o visse. Certamente não iríamos reatar, ele não devia querer isso, eu não queria isso. Ou talvez quisesse, mas como sempre, não assumiria a verdade.

Em torno de duas semanas já teria realizado a prova e voltaria para Anvolea, assim ele mais uma vez ficaria para trás aqui em Toronto. Não podíamos manter contato, seria doloroso demais.

Ele permanecia do mesmo jeito, gentil e perfeitamente lindo. E sim, meu coração ainda batia descompassado a cada vez que olhava para ele, me arrepiava com nossos beijos e com o contato ousado de nossos corpos.

Poderia tentar esquecê-lo mas seria em vão. Gilbert Blythe para sempre habitaria em minha história, em minha vida.

E me torturava pensando em como nossa história teria desenrolado se tivéssemos ficado juntos e seguido o mesmo rumo.

Saio do banho e me sento na cama, visto meu pijama e seco o cabelo com a toalha. Escuto meu celular tocando e estendo a mão até o meio do colchão, onde tinha o  largado. Pensei que pudesse ser Marilla, querendo saber notícias ou senhorita Stacy preocupada com meu paradeiro, mas na verdade era Diana.

Franzo o cenho e estranho ela estar me ligando à aquela hora, tarde da noite, porém ela era minha melhor amiga então atendi a ligação num piscar de olhos.

"Oi Di, como está?"

"Amiga, você não vai acreditar!" ─ ela fala praticamente gritando, extremamente animada.

"Fale, o que aconteceu?" ─ respondo, agora também animada.

"Tenho uma mega notícia!"

𝐇𝐀𝐓𝐄 & 𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 ─ SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora