Capítulo 40

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O som do amor

Anne:

Minha mudança oficial para Toronto aconteceu dias depois da conversa com Gilbert. Dei um jeito de conversar com a dona do apartamento e expliquei toda a situação, ela foi um anjo e entendeu porque eu precisava deixar de morar ali.

Como a maioria dos móveis eram do próprio lugar, não precisei embalar uma grande quantidade de coisas. Eram apenas roupas e pequenos itens aleatórios. Ruby me ajudou com a mudança, pois Gil já estava em Toronto trabalhando. Ele voltaria para me buscar e não conseguia nem dormir pensando no dia em que estaríamos em nossa casa nova.

A despedida foi algo triste, porém era necessário. Precisava pegar o rumo de minha vida, essa que agora seria ao lado de Blythe. Passei uma tarde inteira com meus tios e quando Gilbert chegou aproveitamos mais um pouco a companhia de nossos amigos.

Com minha parte do dinheiro ganho com o primeiro lugar das olimpíadas, uma quantia excelente por sinal, decidi em consenso com Gilbert que pagaria por um novo apartamento. Um maior, com espaço para criamos e ajeitarmos nosso futuro.

Enquanto procurava por um imóvel que se encaixasse em nossas exigências, continuamos a morar no apartamento por algumas semanas. Foram duas no máximo, um tempo curto. Porém, como se era inevitável, minha barriguinha começava a aparecer. 

Oito semanas, era a data de fazer o primeiro ultrassom. Já devia ter feito antes, eu sei, mas obviamente queria que Gilbert estivesse comigo, então esperei até estar definitivamente morando em Toronto. Até porque assim, teria um médico fixo, deixando as coisas mais fáceis.

Havíamos nos mudado há exatamente três dias e o apartamento, que agora era gigante, ainda estava um pouco desarrumado por causa de nossa preguiça de ajeitar tudo. A casa era formada por dois quartos, dois banheiros, uma sala espaçosa e uma cozinha que não deixava a desejar. Da sala, tínhamos a vista da cidade inteira e de noite era magnífico ver as luzes dos prédios brilhando a distância.

Nosso quarto era o único cômodo que estava devidamente pronto e com tudo arrumado, o outro quarto, que será o do bebê, havia virado um depósito por enquanto. Ainda era muito cedo para organizá-lo. 

Nesse exato instante me recostava na cabeceira da cama e puxava as cobertas para cima, esperando que Gilbert saísse do banho e viesse deitar comigo. Ambos estávamos exaustos e não aguentavámos mais parar em pé, o dia tinha sido agitado.

Ele saí da suíte, escolhemos justamente o quarto que tinha um banheiro, e se acomoda bem ao meu lado.

─ Está cansada, não está? ─ pergunta, inclinando a cabeça para selar nossos lábios.

─ Mortinha. ─ dou risada e aprofundo o beijo. ─ E agora uma pausa para admirar um coisa.

─ O quê? ─ franze a testa e se ajeita na cama.

─ Isso aqui. ─ digo e levanto a parte de cima do pijama, exibindo o pequeno caroçinho que surgia em meu baixo ventre. ─ Alguém começou a crescer.

Não ouço palavras saindo de sua boca, ele apenas se aproxima e beija minha pele com suavidade, depositando seu carinho bem ali.

─ Estou tão ansioso para amanhã. Imagine, ouvir o coração dele ou dela, provar que estamos mesmo gerando um ser humano. Nosso pequeno ser humano. ─ profere com um ar sentimental ao mesmo tempo que me admirava com paixão.

𝐇𝐀𝐓𝐄 & 𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 ─ SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora