Capítulo 13

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Uma solução

Anne:

Ainda estava no hospital, naquele lugar gelado e que exalava tristeza, o que só contribuía mais para meu desânimo.

Gilbert tinha caído no sono na cadeira ao lado da minha e senhorita Stacy acertava os papéis para a transferência de Roy para o hospital em sua cidade natal, Charlottetow. Ele não poderia ir de avião, então após explicar toda a situação para seus pais, eles decidiram pagar uma taxa extra ao hospital para que levasse ele em uma ambulância particular.

Sua pior fratura havia sido no joelho, o qual ele deslocou de uma forma absurda e foi preciso muita cautela para colocá-lo no lugar. Também sofreu uma leve concusão na cabeça por conta do impacto contra o gelo e levou alguns pontos para fechar a ferida.

Já tinha levantado algumas vezes para ir pegar café na máquina expressa que ficava no corredor, mas voltava a me sentar e esperava pela hora em que minha visita seria liberada para ele.

Brincava com a tampa do copo do copo de café, girando meu dedo sobre o plástico e então voltando a beber o a bebida quente, tentando me manter acordada e focada nos pensamentos.

─ Anne ─ era a voz de senhorita Stacy me chamando no corredor. ─ Sei que já está tarde, mas se quiser, as visitas para Sou foram liberadas. Ele já está acordado e perfeitamente consciente.

─ Sério? Ah, estava esperando poder vê-lo para fucar tranquila. ─ levanto rapidamente e jogo o copo de café no lixo.

─ Então venha, ele também quer te ver. ─ ela diz e então a sigo para o quarto n° 10. 

Entro no cômodo e vejo Roy posicionado na cama, comendo um potinho de gelatina, a típica e sem graça comida de hospital.

─ Vou deixar vocês dois sozinhos e vou procurar algo para comer. Já volto. ─ Stacy diz e se retira do comôdo.

─ Anne! ─ ele exclama e se move, resultando em um gemido de dor.

─ Não se mexa, vai ser pior. ─ me aproximo e puxo a cadeira que estava no canto da parede para mais perto da cama, sentando nela e colocando a mão sobre a de Roy.

─ Você está brava comigo? ─ pergunta desolado.

─ Por que eu estaria brava? ─ solto um riso descontraído.

─ Porque eu estraguei tudo. Não deveria ter treinado aquele axel maldito, não devia. ─ ele fecha os olhos e joga a cabeça para trás.

─ Eii, está tudo bem. Ok? Não estou brava, juro.

─ Mas seu rosto está inchado, você chorou.

─ Chorei. Chorei porque estava preocupada com você e não irei mentir, foi também porque fiquei triste com tudo.

─ Viu? Eu te magooei. ─ seus olhos se enchem d'água.

─ A culpa não foi sua, a culpa não foi de ninguém. Aconteceu e agora já era, está tudo bem. ─ o conforto.

─ Quanto tempo você acha que ficarei sem patinar? ─ indaga mudando o rumo do assunto.

─ No mínimo um ano, eu lamento. Estudei para tratar de fraturas assim e sei como é dificl de cuida-lás. ─ digo com verdade na voz. ─ Porém com o devido tratamento e com todos os cuidados necessários podemos com sorte, diminuir o tempo.

─ Você será minha fisioterapeuta? ─ ri e pergunta.

─ Só se você quiser, é claro. ─ rio de volta.

𝐇𝐀𝐓𝐄 & 𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 ─ SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora