O que a vida reserva para nós
Anne:
Estava jogada em minha cama no dormitório da faculdade, era sexta feira e as aulas daquele dia haviam acabado mais cedo, me dando finalmente uma pausa digna de respirar aliviada.
A faculdade é sem dúvida, uma experiência incrível mas mesmo assim não deixa de ser bem cansativa. Principalmente agora, que faltavam poucos dias para a graduação, e os últimos acertos não podiam ser deixados de lado.
Escolhi fazer fisioterapia depois de ter que realizar algumas sessões em meu braço fraturado e me encantei pelo curso. E fazendo ele, poderia continuar na aréa do esporte mesmo depois que me apossentasse da patinação, porque infelizmente não demoraria muito a ser praticamente obrigada a me afastar das competições por causa da idade.
Ao longo desses anos não me afastei de meus amigos de Anvolea e seguíamos nos falando frequentemente. E sim, certos assuntos inacabados ainda martelavam em minha cabeça.
Gilbert Blythe. Nunca mais falei com ele ou o vi. Mas sabia que alguns de nosso grupo ainda mantinham contato e me segurava para não perguntar nada sobre como ele estava hoje em dia, resistia e preferia continuar curiosa. Não fui capaz de esquecer-lo, afinal essa tinha sido minha promessa antes de partir. E sabia que os sentimentos permaneciam dentro de meu coração, por mais que eu tentasse ignorar esse fato de todas as maneiras.
Me relacionei nesses cinco anos, mas não sei se poderia chamar os garotos com quem me envolvi de namorados. A paixão não havia batido mais em minha porta e minhas esperanças de encontrar alguém já estavam indo ladeira abaixo.
Gilbert foi o namorado perfeito, me tratava como seu eu fosse a coisa mais importante do mundo, como se tivesse uma joia rara em mãos. Mas eu o amava tanto que tive que me afastar, tive que deixá-lo ir. Queria poder ainda ser dele, porém não era mais, já não era fazia tempo.
Esperava que ele estivesse bem, que tivesse seguido em frente e sido feliz. Algumas vezes escutei notícias sobre as competições que aconteciam no Canadá e seu nome foi citado como solista, ele merecia tudo isso. Foi por isso que nos afastamos, para subir na vida e chegar aonde queríamos.
E quanto a patinação? Bom, só pude voltar a treinar um ano depois de tirar o gesso do braço, por recomendações médicas e não porque não queria. Contudo, para minha decpção, na equipe que o programa da faculdade oferecia não haviam garotos e fui obrigada a voltar a patinar sozinha.
Sei que pode parecer estranho, pois antes de conhecer Blythe a possibilidade de patinar em dupla nem passava por minha mente, mas agora me sentia deslocada ao patinar sem ninguém ao meu lado.
Por isso, dei um tempo nas competições e fiquei nos estudos, queria me formar e então voltar para o Canadá e encontrar um novo parceiro para competir comigo. Meu sonho de ir para as Olimpíadas, que já tinha sido destruído uma vez, continuava intacto e era meu objetivo de vida.
Minha colega de quarto, Jane, dormia profundamente na outra cama do cômodo. Ela ressonava de leve, me fazendo ter que segurar o riso.
Quando cheguei na cidade, me sentia perdida e estranha diante de tudo. Uma enorme cidade, cheia de pessoas, carros, prédios, lojas e tudo o que se pode imaginar comparada à pequena cidade de Anvolea. Jane foi a primeira a me acolher, a garota me apresentou para seu grupo de amigos e me senti abraçada por eles, sentindo que a felicidade poderia estar a caminho.
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𝐇𝐀𝐓𝐄 & 𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 ─ SHIRBERT
Fanfiction⛸️ | 𝐇𝐀𝐓𝐄 & 𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 Anne Shirley é uma patinadora que faz de tudo para vencer e para continuar no topo, sendo sempre extremamente competitiva. Mas quando Gilbert Blythe, um novo rival à altura chega na cidade, seus objetivos viram de cabe...