Capítulo 8

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Gilbert Blythe

Anne:

A viagem para Toronto durou algumas horas. Resolvemos ir somente em um carro, então senhorita Stacy foi nossa motorista.

Enchemos o porta malas com nossos apetrechos e o figurino que seria usado para a apresentação decidimos que seria melhor comprar em uma das lojinhas de lá.

Por ser uma grande academia, certamente tinha dentro de seu ginásio partes para visitantes. Como lojas de equipamentos, uniformes e coisas do tipo.

Como sou mais íntima de treinadora, fui no banco do carona ao seu lado e Roy foi na parte de trás. A viagem em si foi muito tranquila, passei a maior parte do tempo conversando sobre coisas aleatórias com os dois.

Contei um pouco mais sobre como tinha sido minha vida nos Estados Unidos para Stacy, sempre tive uma grande admiração por ela. Como costumava dizer quando era menor, ela era uma de minhas mães, porque eu tinha três: Bertha, minha falecida mãe biológica, Marilla, minha querida tia e Stacy, minha fiel treinadora.

Também falei um pouco mais com Roy, sobre seus costumes e vivências. Ele começou a patinar quando tinha 14 anos, pode parecer um pouco tarde como o próprio disse, mas desde então ele não largou mais os patins e se dedicou muito ao esporte e a como ser um bom atleta.

Seu inventivo veio porque uma das professoras de sua escola promoveu uma viagem até um show em uma cidade vizinha. Foi ali que ele se encantou e começou a ser apaixonado sobre tudo que envolvia patins. Em Charlottetown não existia uma academia, porém quando a primeira abriu, foi logo um dos mais rápidos a entrar.

Nossa parada inicial ao chegar em Toronto foi logicamente o hotel. Estávamos cansados e precisavamos largar as coisas e nos acomodar. Meu quarto ficava no segundo andar e o de senhorita Stacy também. Roy ficou com um no quinto e último andar, parece que a tentativa da treinadora de deixar todo mundo perto havia falhado.

Mas não seria problema, né ficaríamos muito tempo no hotel, logo iríamos sair pela cidade e ir para a academia.

Preciso confessar que estou muito animada para saber como as coisas irão funcionar aqui. Também estou curiosa para receber dicas do técnico que Stacy diz ser um ótimo profissional.

E o motivo de maior ansiedade era, saber se passaríamos na prova. Cinco anos atrás estava nessa mesma situação, contente e celebrando aonde tinha chegado. Porém, como sabemos, a felicidade durou pouco e minha vida desandou de uma hora para a outra.

Josie quebrou meu braço e não pude comparecer na prova, perdi uma chance estrondosa. Gilbert recebeu uma oportunidade de crescer, mas sem mim, então fui obrigada a deixá-lo ir, por mais que o amasse.

Por mais que ainda o ame.

Chego no quarto e me jogo na cama. Mandando a preguiça embora levanto e desarrumo a mala. Após isso vou até o banheiro e relaxo no chuveiro.

Me visto com as roupas de treino, pego a bolsa com os patins e desço para a recepção. A treinadora e meu parceiro já me esperavam lá em baixo, então seguimos direto para o ginásio.

O lugar era realmente espetacular, o rink gigantesco e as arquibancadas deveriam caber uma cidade inteira. Meu queixo caí e sinto meu corpo vibrar de emoção, com certeza estava com um brilho reluzindo no olhar.

𝐇𝐀𝐓𝐄 & 𝐃𝐄𝐒𝐈𝐑𝐄 ─ SHIRBERTOnde histórias criam vida. Descubra agora