Capítulo 103.3

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                         Pov. Changbin 

Nunca pensei que uma despedida daquela fosse ser tão dolorosa, como está sendo agora.

Se bem, que não posso considerar aquilo como despedida. Foi mais uma revelação bombástica que eu não estou sabendo lidar.

Não é de hoje que eu gosto desse ômega.

Quando eu o conheci, o mesmo tinha sete anos e eu seis. - Ele é um ano mais velho -, o conheci através da Jennie. 

Ele estudava na mesma escola que a gente, só em salas diferentes. Ele vivia cheio de hematomas, e depois, o tio Jungkook descobriu que o mesmo era agredido constantemente pelo pai babaca dele.

Mas, eles não podiam fazer nada. Então, um dia estavam todos dormindo - era de madrugada. -, e eu acordei para tomar um copo de água. Porém, escutei a campanhia tocando e estranhei, também fiquei com medo. Eu era uma criança ainda, mas fui atender do mesmo jeito.

E vi o ômega ali todo molhado pela chuva que caía, e como eu era bobo, gritei pelos meus pais e vi eles aparecendo assustados pelos meus gritos. 

Mas, depois que viram o ômega parado na porta todo molhado e com um dos braços machucados. Meu pai ômega foi logo pegar uma toalha e secar o menino.

Depois ele contou o que havia acontecido, e o meu pai alfa e meus tios foram até a casa dele e logo depois na delegacia denunciar os abusos e agressões.

Conseguimos finalmente tirar ele dali, e meus tios assumiram a guarda provisória dele, isso até ele completar a maioridade.

Nesse meio tempo, eu ajudava ele com as coisas que ele precisava é até mesmo, dormia com ele em tempos chuvosos - Felix sempre teve medo de trovões. -, sempre vinha com ele da escola e por aí vai.

Quando estávamos no último ano, eu acabei ficando com  ciúmes por ver o mesmo com outra pessoa. E sim, foi daí que notei que já tinha sentimentos por ele.

Então, no dia que rolou o primeiro beijo, eu pedi ele em namoro. E daí começou o nosso namoro.

Durou dois anos e meio.

E ficamos separados por três anos, os piores anos da minha vida foram esses.

Eu não consigo viver sem aquele ômega, ele é como se fosse minha alma gêmea. A pessoa por quem me apaixonei perdidamente, aquele que escolhi para ser dono do meu coração.

Ele é tudo para mim.

E saber agora, que não iremos mais nos ver, machucou demais.

Eu o amo tanto que não cabe no peito, nem no coração.

Suspirei.

Estava jogado na cama pensando nele.

Pensando em como faço pra esquecer ele. Em como me livro dessa dor no coração, nesse sofrimento sem fim.

Olhei mais uma vez a aliança na minha mão e bufei.

Eu odeio amar alguém.

Odeio mesmo.

Joguei meus cabelos para trás e suspirei.

Escutei a porta abrir, e vi meu pai ômega entrando. O mesmo sentou-se ao meu lado e me abraçou forte.

- Desce pra comer, não pode ficar trancado aqui pra sempre. - Meu pai disse me dando um beijo.

Suspirei.

- Eu já vou descer. - Respondi.

Ele me olhou.

- Filho, posso lhe fazer uma pergunta? 

Saw The Love In Your Eyes || Jikook, Abo. Onde histórias criam vida. Descubra agora