|Cap. 48|

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A entrada da mansão é elegante, ampla e banhada em luz. Os cristais das taças que vagueiam pelas mãos dos convidados ou nas bandejas dos empregados que servem, os lustres enormes que mostram sua exuberância limpa e vistosa na enorme sala são como diamantes aos meus olhos na porta de entrada. Esses segundos preciosos, momento antes de ser revelada aos olhos curiosos daqueles nobres e ricos que estão do lado de dentro, me gelam um pouco. A nostalgia de alguns meses antes, a saudade dos risos falsos, das conversas sem futuro e dos velhos e caçadores de fortunas e boas relações parecem se estender diante de mim. Um outro lugar, uma mesma sociedade. -- Tudo bem, Helena? -- Bjornan me cutuca com o ombro antes de estender seu braço elegantemente para meu apoio.

-- Não se preocupe, viking, pois este é o meu mundo. -- sussurro entre dentes e num sorriso aberto e falso antes do próximo folego que me levará finalmente para dentro do salão.

-- Não fique longe de mim, ok? -- ele acrescenta ao meu lado, seu calor me acolhendo e confortando mesmo através das roupas e do contato ligeiramente distante e apropriado.

-- Assim eles pensarão muitas coisas, senhor. Como bem sabe, a fofoca é universal. -- lhe apresento numa brincadeira audaciosa enquanto estamos presos na expectativa do derradeiro passo.

-- Deixem que pensem! -- ele afirma simplesmente, seu rosto voltado para frente, um perfil banhado pela claridade dos luxuosos cristais, e seus olhos focados sobre algo que está além. Todo esse momento, essa pequena fala é deixada como um sopro resoluto ao finalmente nos tornarmos o ponto central da curiosidade de todos os presentes.

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