PARTE 1: Um início Viking

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Acordo para um sol radiante, um calor aconchegante que se estende por meu corpo e me faz languidamente abrir meus delicados olhos para um novo dia. As sensações atormentadoras da noite passada não parecem mais me pertencer e, com naturalidade, me espreguiço na enorme e confortável cama, afasto os suaves lençóis e coloco meus pés nus apoiados no chão frio. O dia começou lindamente e meu corpo já pode sentir a maravilhosa energia que esta terra tão suave, tão verde e com áurea tão distante me trazem e me guiam a alma.

O quarto ensolarado me convida gentilmente para o dia lá fora, e com um belo vestido verde esmeralda em suave renda me guio para à porta, às escadas e as aventuras que o dia podem, enfim, me oferecer. A escadaria firme em madeira e pedras esculpidas me relembram do conforto do simples, do rústico e do agradável. Os barulhos já tão familiares de todos os homens do senhor destas terras em seus desjejuns me deixam animada e extasiada para oportunidades mil de sempre conhecer, discutir e rir facilmente. O sangue tão verdadeiramente viking que corre pelas veias destes homens avermelhados e gigantes, a tentativa de um sorriso gentil no corpo de homens tão brutos, o cuidado sempre constante e a felicidade que parece reinar em família me fazem esquecer dos reais motivos para minha vinda à esta terra francesa e barbara.

–– Vejo que dormiu muito bem, minha cara Princesa Helena.–– Posso distinguir a forte e desavergonhada voz que sempre me cerca e me faz corar. Os olhos como mel que me fitam tranquilamente enquanto me guio para a grande mesa de café-da-manhã, o riso perfeito de lábios firmes e carnudos que sempre se estendem para falar qualquer coisa mais que sexual para meus ouvidos, o queixo firme e anguloso que se coloca imponente em todo seu orgulho nada acanhado em uma barba loira, e a certeza sempre presente em um corpo grande e musculosamente dourado que nunca se envergonha da nudez quase constante em seus momentos relaxados ou em seus tão árduos treinos de luta, se apertam em uma cadeira central e que nitidamente o soergue como o senhor das terras altas e o único dono de tudo aquilo que nela pertence, se põe a dedicar sua total atenção a mim.

–– Olá, senhor! –– reconheço sempre tímida, uma tentativa sobrenatural de demonstrar meu respeito e certa submissão aos seus comandos quando estamos em público.

–– Por favor, sente-se ao meu lado. Não há necessidade em seguir as rígidas normas inglesas aqui, ou se acanhar tanto em todos os nosso encontros públicos. O povo normando ama uma boa discussão, principalmente se o sangue quente e russo de um princesa está tão deleitosamente envolvido. –– sua boca sussurra em um sotaque firme as palavras tão comuns ao início desastroso de nossas constantes brigas. Sua voz dura sempre me prende em atenção, mas seus ousados comentários me enfurecem ao ponto de querer explodir. Seu sorriso perfeito do mais selvagem Dandy inglês se mistura ao corpo sempre atento, rígido e colossal. Seus braços dourados pelo sol e moldados pelo exercício constante buscam à mesa pães e carne suculenta para meu prato, enquanto me ajeito melhor em uma confortável cadeira ao seu lado. Suas atitudes sempre gentis em todos os nosso encontros matutinos se mesclam harmoniosamente em seus lábios aveludados, provocativos e sempre sujos por algum tipo de comentário intolerável para qualquer boa e respeitável dama.

–– Não há necessidade de tanta comida, senhor. –– tento soar calma e indiferente para não cair em suas constantes armadilhas de briga, enquanto ele dispõe mais e mais comida à minha frente.

–– Gosto de mulheres fortes, princesa. Sou um homem muito exigente! –– ele diz em um riso, me fazendo ainda mais desesperada por afrontá-lo em toda minha raiva que já caminha nesta linda manhã.

–– Tem toda razão. –– apenas confirmo resoluta.

–– Vejo que hoje não conseguirei arrancar nada desses seus bonitos lábios. Me faz acreditar que sua noite não foi tão boa assim. O que será?! Tem passado muitas horas sonhando ardorosamente comigo? Tentado em vão tirar toda necessidade que sempre parece fluir de seus poros ao me ver assim, um espécime tão belamente esculpido pela natureza e pelos deuses? ––diz fanfarrão.

–– Provavelmente, Senhor. –– continuo em tom frio. –– E onde está sua querida irmã, por que nunca consigo vê-la durante as refeições? Acreditava que este era meu trabalho aqui, não ser sempre atormenta até os poros pelo senhor das terras. –– termino irônica, me deixando ser carregada, mesmo que levemente, pelo emaranhado provocado pelo belo viking.

–– Creio já estar na hora de apresentações formais, não?! Hoje a noite lhe apresentarei minha amada irmã Mirha, e assim poderemos discutir o melhor caminho para seus iniciais cuidados. Agora, por favor, aprecie a comida e aproveite este belo dia para explorar todo o local.

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