|Cap. 29|

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Os dias passam rápidos. As horas e os minutos, antes tão incontáveis e infinitos parecem correr contra seu próprio tempo. Nossos corpos fatigados respiram pela primeira vez, o estresse foge de nossas mentes e nos sentimos relaxados. Os dias passam, e com isso posso ver a incrível melhora de Mirha, seu comportamento menos insano e desesperado, um riso que parece querer se formar na saudade daquilo que nunca teve: paz. Magnólia segue ainda indecifrável, seu corpo firme e lacrado pelo silêncio que também ocupa seus lábios parece conseguir descansar um pouco mais ou enquanto é tempo dentro desta casa. A casa traz paz a todos, traz esperança ou o sentimento de que nada de ruim existiu, de que um sonho ou um delírio coletivo nos tomou. Os dias passam, e com ele a alegria parece  ressurgir no coração de todos. Mas meu medo é que esses sentimentos sejam mentiras, aquela doce sensação perfeita que se estende ante o final, um momento bom antes da desgraça e do fim, um segundo de saúde antes da morte acometida pela doença.


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