|Cap. 2|

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-- Finalmente chegaram! -- escuto a provocante voz surgir à minha frente vinda da parede de músculos que se dispõe a nos admirar, Bughie e eu, parados no batente da porta.

-- Senhor! -- tento soar calma e pacífica perante seus olhos que parecem tanto necessitar uma provocação.

-- Entre. -- ele apenas diz, me oferecendo espaço quase insuficiente para a travessia e deixando que seu cheiro forte e masculino tome conta de minhas narinas enquanto empurro meu caminho para o amplo quarto. -- Pode ir agora, Buh! -- comanda ao seu braço direito antes de fechar a porta à suas costas e caminhar para meu lado no centro do claro aposento.

-- Princesa Helena, gostaria que conhecesse minha adorável irmã. -- ele diz me apresentando para a jovem que sempre vejo perambular livremente por toda casa, mas nunca conseguir realmente ter o devido contato. Sua roupa suja, seus cabelos desgrenhados e seu olhar feroz me arrepiam e, ao mesmo tempo, me entristecem. Seu rosto bonito e tão marcado pela raiva, loucura ou tristeza que já me consomem, adentram por meus poros e roubam de mim todas as boas energias acumuladas tão facilmente durante meu belo passeio de minutos anteriores.

-- É um enorme prazer conhecê-la, senhorita! -- forço um agradável comprimento sem resposta. -- Seu irmão me falou grandes coisas sobre você, estava ansiosa por finalmente encontrá-la. -- tento um sorriso animador.

-- Falou? -- sua voz tão pouca usada ressoa assustadora por todo ambiente enquanto um esquisito e pervertido sorriso banha seu rosto. -- O que necessariamente ele tem lhe contado, princesa Helena? -- a voz arranhada pela falta de uso repete meu título em óbvia ironia, me deixando sem reação.

-- Chega, irmã! -- a sonora voz de Bjørnar preenche o ambiente.

-- Por que eu deveria? Ela mesma disse que sabe algo sobre mim, irmão...

-- Pare com esses jogos e tenha mais respeito com nossa convidada.

-- Eu não quero esta mulher aqui! Eu não quero ninguém, não quero ajuda de ninguém. -- ela grita em repentino ataque. -- Vá embora! Saia daqui! Você não precisa estar dentro desta casa para dormir com meu irmão, muito menos tentar me ajudar para se provar valorosa perante sua igreja. Deixe que minha alma apodreça! Me deixem em paz! -- seus gritos me afrontam diretamente e sua histeria se faz presente, seu descontrole inimaginável.

-- Chega, Min! Chega! -- escuto os gritos retumbantes do homem ao meu lado. Seu braço firme me afaga levemente em uma proteção dada involuntariamente por seu duro corpo. -- Você será educada durante a estadia de Helena nesta casa, e concordará com seus pedidos. Ela te ajudará e está decidido, pois não aguento mais te ver em todo este caos.

-- Você acha que eu me aguento? Que eu aguento estar viva todo e cada dia?!

-- Maldição! -- ele retruca um tanto mais calmo após o estranho desabafo da pequena jovem em nossa frente.

-- Eu quero que ela saia desta casa! -- ela tenta mais uma vez.

-- Não, e isso já está decidido! -- a voz de Bjørnar é calma e fria enquanto se endireita em posição de comando. -- Já estamos conversados sobre isso, nada mudará e eu espero que siga minhas ordens. Agora, já que foram devidamente apresentadas, lhe deixarei sozinha durante o resto do dia para que aproveite seus últimos minutos como alguém que não quer o sangue normando correndo quente em suas veias. -- ele afirma duro antes de me puxar delicadamente para a enorme porta e nos empurrar para a saída.


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