|Cap. 59|

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Entramos no quarto. O espaço amplo e aconchegante nos recebe calidamente, o escuro do ambiente só quebrado pela claridade da luz que nos acompanhou ao longo do corredor. A porta se fecha e com ela o escuro toma nossos corpos, a penumbra nos acolhe e os braços firmes e a respiração necessitada do homem à minha frente me enlaça rapidamente. Suas mãos que apertam minha cintura, seus lábios que atrevidos e ansiosos buscam aos meus, seu corpo que cola em mim fazem meu sangue precipitar, meus anseios refrescados de momentos antes são novamente acalentados, atiçados pela força do homem que me toma como sua. 

O quarto aconchegante logo se esquenta, nossas respirações amontoadas o enchem de vontade e desespero. As sensações que percorrem meu corpo, o calor que abrasa minha pele, os pensamentos e ansiedades que tomam minha mente diante do que está por vir angariam o mais profundo do meu ser. Aperto em vontade, movimento minhas mãos sobre o corpo duro do homem que se molda a mim, busco enlouquecida pelo desejo retirar as roupas que o escondem de meus dedos desejosos pelo toque de sua pele quente. Meus lábios não se cansam, minha língua transborda a luxuria que compõe nossos beijos. É uma batalha de alma, de vontade, de ausência de pudor. É um beijo quente, envolto em urgência e paixão.

-- Vamos para cama, meu amor. Essa noite não quero te tratar tão ferozmente, mesmo que a vontade rasgue meus sentidos. Quero fazer amor com você, Helena. -- sua voz sai rouca, presa em respirações fortes e entrecortadas. Suas mãos não me deixam, seus lábios apenas soltaram aos meus para pronunciar seus sentimentos ao pé do meu ouvido, acariciando minha orelha e aquecendo ainda mais o fogo que pica minha pele.

-- Depois da bela cena de momentos antes ofertada aos seus empregados ainda quer pronunciar falas românticas, senhor? -- brinco entre respirações cortadas pela força arrebatadora da paixão que nos envolve.

-- Meu romantismo é ardente, senhorita. Esses são os homens forjados em terras como essa. -- Bjornan continua, suas mãos aferroadas em meu corpo, seus lábios roçando a pele do meu pescoço e seus passos firmes que parecem me carregar de encontro à cama que nos aguarda em seus lençois de seda fria.

-- É assim que faz com que as mulheres caiam em seus encantos, senhor? -- o provoco enquanto ele me deposita sobre a cama macia. A delicadeza de seus braços ao me pousar sobre o colchão difere da força e do calor que sinto na tensão do seu corpo, da sua voz e na lascividade que compõe seus beijos.

-- Não mais me importa outras mulheres, Helena. -- ele diz rouco enquanto vai seguindo com beijos  ao longo do meu pescoço, desfazendo das roupas que ainda nos distanciam da deliciosa sensação de ter nossas peles se tocando quentes e úmidas pelo suor do erótico exercício.

-- Então me faça sua, senhor! -- acrescento despudorada, desesperada por sua boca quente que envolve agora um dos meus seios. O calor de sua respiração, a umidade de sua língua e a força da sucção me engasgam. É um sentimento único, desesperador e luxurioso.  Sentir a necessidade do homem que me devora, a vontade que se estampa em seus atos me atormenta e me queima. Quero profundamente a este homem, quero me agarrar a ele pelo máximo de tempo que o destino puder oferecer. Me sinto incendiada, apaixonada e presa em desejo e amor. São sentimentos confusos que me atordoam, me arrepiam a alma enquanto o corpo segue arrepiado pela boca que me consome.

-- Foque apenas em mim, mulher. -- ele acrescenta ao me sentir tão perdida em pensamentos, suas mão ágeis que retiram o resto de roupa que nos esconde a nudez um do outro. 

Sinto quando ele me penetra, a força de seu desejo marcando meu ventre. Dor e prazer se misturam ao ato, me sinto enlouquecida diante das sensações. Seus braços fortes me envolvem, me seguram como se não quisessem permitir a hipótese da minha fuga, do meu desaparecimento. Seus dentes mordem meu pescoço, é como se ele estivesse se segurando ao fim do mundo para não cair, para não se deixar levar em prazer. O tempo passa indefinido, nossos corpos entrelaçados se movimentam em frenesi. Sinto meu orgasmo vindo arrebatador, tomando tudo de mim enquanto soluço seu nome. -- Bjornan, por favor!... -- entrego desesperada, pedindo algo que não sei explicar. O quero todo, de corpo e alma. Essa é a decisão que tão precipitadamente tomo. Acho que estou perdidamente apaixonada.

-- Helena... -- ele diz ao tentar se retirar, seu corpo tenso para os momentos seguintes. É nesse instante que a loucura acende em minha mente, que a reação do meu corpo fala mais alto que as duras palavras que propaguei em minha alma durante tantos anos. É aqui que mudo o meu destino.

-- Não me deixe. -- apenas digo. 

-- Pelos deuses, mulher... sabe as implicações do que pensa em fazer? -- ele diz em dificuldade, seu corpo já se separando do meu. Então me aperto ainda mais, enlaço minhas pernas em seu quadril e me empurro para frente, o unindo ainda mais a mim. -- Helena... maldição!... -- ele diz segundos antes de se deixar cair no abismo do orgasmo, seu corpo dando espasmos fortes e pressionando ferozmente ao meu. Seus dentes novamente marcam minha pele, sinto o líquido quente da sua violenta paixão banhar meu interior, me marcar definitivamente como sua. A força e o delírio do momento me consomem ao ponto de me levar a outro luxuriante orgasmo, destravar as amarras que envolvem meus sentimentos e unir corpo e alma diante dessa nova e arriscada aventura que ouso encarar.

-- Me apaixonei por você, Bjornan! Sinto muito por isso. -- afirmo para logo cair exaurida para as profundezas do sono.

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