Dom D'Angelo

Capítulo 59

Elena

Uma semana depois…

Hoje é o dia em que eu irei me mudar pra Santos, é uma cidade no litoral de São Paulo. Depois de convencer o meu pai e o mesmo dá de cara com Esdras em um evento, ele decidiu que era melhor eu ir mesmo.

Estou no meu quarto terminando de arrumar a minha mala quando ouço vozes alteradas vindo da sala. Saio do meu quarto, mas antes de chegar na escada Karol e minha mãe vem correndo até mim e me trancam no quarto da minha mãe.

_ O que está acontecendo?
Pergunto sem entender nada.

_ Shh…! Esdras está aqui. Ele está bêbado, chegou gritando com o seu pai perguntando onde você estava. Aí os dois encarcaram numa briga lá em baixo.
Diz minha mãe.

Meu coração acelera. Ele não pode me ver, ele não pode descobrir sobre os bebês. Lágrimas enchem os meus olhos.

_ Calma Lena, eu vou pegar a sua mala e vamos sair por trás. Ele não vai conseguir ver a gente.
Diz Karol.

Ouvimos barulhos no corredor.

_ ELENA! EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AQUI! EU POSSO SENTIR O SEU CHEIRO.

Esdras grita no corredor.

_ JA FALEI PORRA QUE ELA NAO ESTÁ!
QUERO QUE VOCÊ SAIA DA MINHA CASA OU EU IREI LHE DÁ OUTRA SURRA!
Meu pai grita com ele.

_ Não irei sair daqui até ela aparecer.

_ Já falei que ela foi viajar. Você é surdo ou coisa do tipo. Vai pra casa Esdras você não está bem.

Meu pai diz com calma, mas sei que o mesmo está super irritado.

_ Só me diga como ela está!

Ele pede ao meu pai, sua voz está abafada o que indica que ele está chorando.

_ Ela está bem agora, Elena precisava de um tempo pra poder compreender tudo o que aconteceu.

Meu pai diz.

_ Você promete que vai cuidar dela. Promete que não vai me deixar perto dela. Eu não sou homem pra ela, eu não a mereço só a fiz sofrer.

Ele diz entre soluços.
E eu começo a chorar, meu coração está em pedaços. Tenho vontade de sair e falar pra ele que tudo vai ficar bem, mas penso nos meus filhos primeiro.

_ Eu prometo Esdras. Agora vá pra casa.
Meu pai fala.

E o mesmo concorda, quando eles se afastam eu finalmente solto os soluços que estavam presos na minha garganta.
Minha mãe e Karol me abraçam me confortando.
Eu odeio admitir, mas ter Esdras aqui na minha casa me trouxe todo o sentimento que eu estava reprimindo todo esse tempo.
Choro ainda mais por isso.

_ Ele já foi!

Meu pai diz entrando no quarto.

_ Oh, meu amor venha cá!

Agarro o meu pai e choro mais ainda.

_ Você precisa ir querida. Provavelmente ele vai colocar alguém atrás de você.

_ Eu sei pai!

Já coloquei a sua mala no carro, e o apartamento lá já está pronto.

_ Então vamos!

Meu pai vai comigo só pra ter a certeza de que irei chegar bem lá.

_ Vamos!
Digo secando as lágrimas.

Me despeço da minha mãe e de Karol. A mesma irá morar comigo lá. Só que ela vai ficar alguns dias aqui. Meu pai quer certificar que Esdras não coloque alguém para nos vigiar.