Capítulo 93

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Dário




Perdido!

Perdido é a palavra certa para definir o que eu estou sentindo no momento. Faz uma hora que eu estou sentado olhando para o lago que tem nos fundos da propriedade do avô de Elena. Depois de ter visto a mesma amamentando a filha do outro com tanto carinho como se fosse a mãe dela eu não consegui mais olhar pra ela. Sei que estou sendo egoísta. Pois a menina não tem a mãe e o pai, bom vocês já sabem. Mas quando eu vi aquela cena eu queria gritar com ela, falar para ela tirar a menina do seu seio. Mas eu sabia que era errado eu fazer aquilo. Por isso eu sai andando. Não quero piorar o que já está ruim.

Mas como eu disse a Elena não dá mais pra continuar nessa situação, foi por isso que eu vim pra cá. Precisava ficar sozinho, precisava pensar na vida. Como queria um conselho de dona Arminda agora!

_ Dário?
Ouço a voz da minha sogra me chamando.

_ Aqui!
Respondo.

Ela vem andando com um olhar indecifrável e se senta ao meu lado.

_ Está tudo bem?
Pergunta.

_ A senhora que a verdade ou quer que eu minta?

_ Quero a verdade sempre!
Fala.

_ Vi que você e Elena não estão bem. Não queria me intrometer, mas já me intrometendo. O que se passa na sua cabeça?
Pergunta.

_ Eu não sei! Eu queria tá lá com ela comemorando a volta dos gêmeos, mas não consigo. Não depois de tudo que eu ouvi Elena dizer a ele. Eu queria poder esquecer. Ela me disse que aquilo foi como uma libertação pra ela. Mas eu acho que aquilo foi o que ela sempre quis dizer a ele todas as vezes que eles se encontram, mas não conseguia. Eu sei o que ela sente por mim. Mas sei que o que ela sente por ele é muito mais forte. E sinceramente eu me sinto um intruso no meio disso. E ver ela com a filha dele só me trouxe mais certeza. Talvez dona Marina eu esteja sendo um idiota por fazer isso? Talvez. Mas eu acho que é hora de dar um tempo pra ela pensar. Elena precisa de um pouco de paz. E eu sei que querendo ou aqui com vocês ela tem isso.

Digo tudo de uma vez só.

_ Olha meu filho, eu não sei o que dizer e nem opinar nessas situações, mas acho sinceramente que vocês tem que conversar e acertar isso de uma vez. Não dá pra viver assim. Dá pra ver no seu semblante que algo o incomoda.

_ Eu queria tanto falar que estou feliz e satisfeito. Mas a realidade é totalmente diferente. Estou angustiado, com medo, de mãos atadas.

Digo passando as mãos sobre o cabelo

_ Agora que Vanessa já foi e os bebês já dormiram, vai lá conversar com ela, filho.

Diz minha sogra se levantando e saindo. Fico mais cinco minutos pensando e decido ir conversar de vez com Elena. Tenho que resolver isso.

Assim que chego na casa vejo que não tem ninguém na parte de baixo. Então resolvo subir, mas paro no meio do caminho quando ouço a voz do avô de Elena me chamar.

_ Dário, não é?
Pergunta ele.

_ Sim! Algum problema, senhor?
Pergunto.

_ Não! Só queria conversar com você.

Ele faz sinal para mim o seguir. Vou atrás dele e paramos em uma sacada onde dá pra ver a vila lá em baixo todinha.

_ Sabe meu filho, eu nunca imaginei que teria a minha família novamente aqui. Depois de tudo o que aconteceu, Roberto não quis mais vir pra cá, e com razão. Só que agora que eles estão aqui irei fazer de tudo para que eles fiquem!

Dom D'AngeloOnde histórias criam vida. Descubra agora