Capítulo 76

6K 614 50
                                    



Esdras







Uma semana depois…





Finalmente Ravenna está em casa. Vanessa cuidou de tudo para que não faltasse nada para ela.
Ravenna é uma bebê bem calma mal dá trabalho a não ser na hora de mamar. Essa hora eu deixo com Vanessa ou meu pai, ambos são melhores do que eu. Eu estou tentando me adaptar  à nova rotina.
Daqui a um mês e meio iremos voltar para a Itália. Preciso retomar o meu cargo na máfia. Matteo tem dado conta por enquanto, mas os membros já estão reclamando.

_ Esdras preciso que você venha aqui na sala.
Meu pai me chama.

Deixo o que estou fazendo no escritório e vou até a sala. Assim que chego me deparo com quem eu jamais imaginaria.

Elena!

Ela está aqui! E está linda como sempre, sua barriga está linda, e eu tenho uma enorme vontade de passar a mão nela, mas me contento, afinal ela está com o marido do lado.
O mesmo segura na sua cintura de maneira protetora.

_ Aconteceu alguma coisa?
Pergunto.

Ela balança a cabeça em positivo e eu fico em alerta.
Meu pai tenta sair da sala, mas ele pede pra ele ficar. Vanessa está sentada dando mamadeira para Ravenna, o olhar de Elena cai sobre ela. Mas ela rapidamente desvia o olhar se voltando pra mim.

_  Então vamos nos sentar.

Meu pai fala apontando para o sofá, Elena se senta ao lado do marido. E eu sinto um ciúme imenso crescendo dentro de mim. Ver ele tocando nela me mata aos poucos.

_ Pode falar!
Digo seco.

_ Bom, Esdras o assunto que tenho a tratar com você é muito delicado. Mas eu peço que você me escute primeiro e depois grite, me xingue. Só me escute primeiro.

Ela diz apertando as mãos que estão sobre suas pernas.

_ Tudo bem!
Digo.

_ Você lembra de quando eu dei entrada no hospital depois do sequestro, e logo depois descobrimos que eu estava grávida.

_ Pra que esse assunto agora!

Falo passando as mãos no rosto. Me lembrar disso me traz angústia.

_ Você falou que iria deixar eu falar!
Ela fala.

_ Desculpa!
Peço

_ Eu mandei Matteo e o médico falar para você que eu tinha escolhido tirar o bebê. Mas a verdade é que eu não tirei.

Minha respiração falha. Ela carrega os filhos dele, ela não tirou os bebês.
Meu Deus!

_ Esdras respira!
Meu pai fala.

Começo a respirar devagar.

_ Posso continuar?
Ela pergunta.

_ Pode!
Digo mas não sei se quero ouvir o resto da história.

_ A verdade Esdras é que eu estava com tanta raiva, ódio, rancor e magoada com você, pelo fato de você ter me deixado lá sozinha. Então eu menti, menti por medo, por egoísmo, eu quero vê-lo sofrer. Mas eu não posso mais.

A essa altura ela estava em prantos.

_ A verdade Esdras. É que eu não tirei o bebê por causa do remorso, eu não tirei eles, porque eles eram as únicas coisas que iria me ligariam ao homem que eu amei.

Ela diz entre soluços.
E eu não entendo nada.

_ A verdade é que o Eros e a Laura são seus filhos. E eu os escondi de você.

Meu mundo pára completamente, tudo começa a ficar em câmera lenta.

Meus filhos!

Começo a chorar igual a uma criança. Meus filhos, meu sangue. Fruto do nosso amor.

_ Você não tinha o direito!
digo olhando para ela.

_ Eu sei!

_ Não! Você não sabe. Você só pensou em você. Você disse olhando nos meus olhos que eles eram filhos do seu noivo. Jogou na minha cara que iria construir uma família com ele.
Falo alto e ela se encolhe nos braços do Dário.

_ Eu não quero mais saber de você Elena. Espero que você seja muito feliz com Dário.
Mas você vai pagar pelo que me fez.

Ela arregala os olhos.

_ O que você vai fazer? Você não vai tirá-los de mim!

Ela fala e eu gargalho.

_ Você acha que está no direito de me enfrentar? Você esqueceu que carrega o meu primogênito?
Levanto minha sobrancelha.

_ Não faz isso! Eu não quero ir por esse lado.
Ela diz se levantando.

_ Pois foi você quem escolheu isso, quando me escondeu eles. Você vai me pagar Elena!

Digo olhando nos olhos dela.

_ Eu não tenho mais medo de você, Esdras. Eu vim aqui numa boa propor a você que participe da vida deles. Que seja o pai deles, mas pelo visto você prefere ir pro lado difícil né.

_ Eu quero os meus filhos Elena. E eles ficaram comigo por bem ou por mal.
Falo.

_ Isso é o que veremos. Tente chegar perto de mim ou dos meus filhos. E eu irei acionar o certo italiano, no caso meu avô que está louco pra por as mãos em você. Aí você verá o que é um inferno.
Eu cansei de viver com medo, Esdras. Achei que você teria mudado por conta da sua filha. Mas pelo visto eu me enganei.
E quer saber mais. Me casar com Dário foi a melhor coisa que eu fiz. Ele será um pai maravilhoso para os meus filhos.

Quando ela diz isso eu avanço sobre a mesma. Só que Dário é mais rápido e toma a frente.

_ Ouse encostar a mão nela, e eu acabo com você.
Ele diz me enfrentando.

_ Esdras, calma meu filho.
Meu pai coloca a mão no meu braço me parando.

_ Tchau Nessa. Tio me desculpe o transtorno.
Ela fala para o pai e sai.

Vou para o meu escritório e quebro tudo.

_ PORRA!

Coloco as mãos sobre a cabeça e choro como um condenado.
Sinto a mão do meu pai no meu ombro.

_ Ela não poderia ter feito isso pai!
Meu pai me abraça.

_ Ela estava abalada e sozinha, Esdras. Ela passou por muita coisa. E você fez o que? Você a deixou, filho!

Choro mais ainda sabendo que é verdade.

_ Agora você tem que pensar, Esdras.
Ele diz.

_ Travar uma briga com o avô dela não vai ajudar em nada. Lembre-se que o Eros também é herdeiro dele, já que o mesmo não tem outros filhos.

Minha fixa cai. Eu não posso travar essa guerra.

_ Pensa com calma filho.

Meu pai diz batendo no meu ombro.

Eu tenho dois filhos. Sorrio e choro ao mesmo tempo.






Votem, comentem!





Dom D'AngeloOnde histórias criam vida. Descubra agora