Dom D'Angelo

Capítulo 99

Continuação...

Vanessa

Acordo atordoada e olho para os lados procurando uma coisa que eu sei que não irei achar. Puxo o lençol e me deparo com o meu corpo ainda nu.

_ Não foi um sonho.

Volto a chorar. Me levanto enrolado no lençol e pego o meu celular e ligo para Elena.

Ligação on:

_ Nessa? Aconteceu alguma coisa?

Ela atende no segundo toque com voz de sono. E eu não consigo dizer nada.

_ Amiga por favor fala comigo!

Diz com a voz apavorada.

_ Ele me deixou amiga!

É a única coisa que eu consigo dizer.

_ Calma, Nessa. Aonde você está?
Pergunta preocupada.

_ Estou em casa.
Digo entre soluços.

_ Fica aí estou indo te buscar.
Diz.

_ Vem logo amiga!
Digo.

_ Fica calma, pensa no seu bebê. Eu já estou saindo de casa. Beijos.

Fala e desliga.

Ligação off.

Deixo meu celular em cima da cama e vou em direção ao banheiro. Entro no boxe e as lembranças de horas atrás voltam com força. Choro ainda mais.

Demoro uns dez minutos no banho, quando saio visto uma roupa de frio. Depois de devidamente vestida pego a mala que usei para ir pra Londres com Ravenna e começo a colocar minhas coisas. Quando já estou terminando de arrumar a mesma, ouço batidas na porta.

_ Pode entrar!
Digo.

Elena está com a cara toda amassada e de pijama. Ela vem em minha direção e me abraça.

_ O que ele fez com você?

Pergunta passando as mãos no meu cabelo. Me sento na cama e ela se senta ao meu lado. E eu começo a contar.

_ Como assim ele saiu correndo? Que merda ele tem na cabeça? Ele já não tem mais idade pra agir como um moleque.
Diz brava.

_ Pois é, Lena. Mas agora eu só quero sair daqui. Agora mais do que nunca eu tenho a certeza de que fui só um brinquedo sexual para ele.
Digo triste.

_ Não fala assim, Nessa. Não é querendo defender ele, mas se ele estivesse usando você só pra isso ele te colocaria em outro lugar e não aqui.
Diz.

_ Eu não sei o que pensar. Ele está muito distante e hoje foi a prova final disso.
Digo.

_ E o que você vai fazer agora?
Pergunta.

_ Eu não sei!
Digo.

_ Vamos pra casa do meu avô, lá a gente conversa melhor.

Ela diz e eu assinto. Pego a minha bolsa e saímos do quarto. Antes de fechar a porta do quarto eu dei uma última olhada para aquele lugar que já foi palco das maiores sacanagens que alguém possa imaginar. Mas que também vivenciou muitas juras de amor.

Fecho a porta deixando todos os sentimentos que um dia eu nutri por Lorenzo lá dentro. Quando chegamos na sala só vejo Matteo que está sentado no bar bebendo o seu típico whisky, assim que nota a nossa presença ele vira pra nós encarar.