Capítulo 89

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Lorenzo

Ainda estou em choque em saber que os meus netos sempre estiveram bem debaixo do meu nariz e eu nem desconfiei.

Assim que eu pôr as minhas mãos em Emília eu mesmo irei acabar com ela. Como pode compactuar com Esdras uma coisa dessa.

A casa onde Emília está com os meus netos foi a mesma que Sofie escolheu para Emília ficar quando estava grávida dos meus filhos. Sei que vocês podem achar isso estranho ou até ridículo. Mas eu amava tanto Sofie que era incapaz de negar alguma coisa a ela. Quando ela descobriu o câncer foi como se o mundo dela tivesse ruído nos pés da mesma, ela só sabia chorar e eu não sabia o que fazer. Sofie sempre quis ter uma família grande e o câncer tirou totalmente o sonho dela. Só que ela não se contentava com a ideia, eu sempre falei que nós tínhamos Matteo e que não precisaríamos de mais filhos, mas ela queria mais. E quando ela veio com a proposta de uma barriga de aluguel eu aceitei. Até porque não seria nem um sacrifício me deitar com Emília, afinal eu fui o seu primeiro homem, e tenho certeza que Emília só fez isso na época porque era apaixonada por mim.
Mas eu logo tratei de dizer que não teria nenhuma possibilidade da gente ficarmos juntos. E ela entendeu.
Mas sempre se manteve por perto dos meus filhos.
E nós sempre a tratamos com respeito e fizemos os nossos filhos a tratarem também. Ao longo do tempo todos os três tinham uma enorme afeição por ela.
Ela virou a amiga protetora deles. E quando Sofie faleceu ela se tornou o porto seguro deles, principalmente do Esdras. Meu filho é muito parecido com a mãe de Emília, a mesma era uma mulher lindíssima, que meu avô fez questão de acabar com a vida. Já  meu pai me deu Emília quando completei idade suficiente para saber o que era sexo. Ela não era feia, longe disso e meus filhos estão aí pra mostrar a ótima genética que tiveram. E no auge dos seus cinquenta e três anos ela ainda continua bonita. Ambos meus filhos puxaram a mãe, só os olhos que eram da avó.
Sei que pra muitos o que Sofie e eu fizemos pode parecer errado, ou até mesmo cruel, mas eu não me arrependo de nada. Faria tudo novamente.

Fico divagando durante o jantar, ter meu irmão e sobrinha aqui comigo é maravilhoso.
Ouço o pigarreio e olho para um dos meus seguranças que está parado na porta da sala.

_ O que foi homem?
Pergunto.

Ele pede licença pra se aproximar e eu concedo.

_ Senhor D'Angelo, devolveram o senhor Esdras. Só que o estado dele não é nada bom.
Ele sussurra no meu ouvido.

_ Com licença!
Falo e me levanto.

Puxo o segurança até o meu escritório.

_ Mande Vicenzzo o levar para o hospital da famiglia, e assim que ele acordar me avise.

Ele assente e sai, volto para a sala de jantar. Assim que me sento meu irmão me pergunta se está tudo bem e eu digo que sim. Terminamos o jantar e Victor me avisa que o avião já está pronto.

Vamos direto para uma das pistas clandestinas que temos e lá o avião já nos espera.
Entramos no avião e olho para a minha sobrinha, com a cabeça encostada no ombro do marido enquanto o mesmo só se limita a olhar pra frente. Desde que eles chegaram não ouvi a voz do mesmo. Ele me parece ser um rapaz bacana e parece gostar mesmo de Elena. Fico feliz em saber que a minha sobrinha arrumou alguém que a ame de verdade.

Aproveito que ainda temos um tempo pra chegar na Grécia, fecho os meus olhos para tirar um cochilo. Já que isso tem sido muito difícil nos últimos dias. Não consigo dormir direito desde que Vanessa foi levada pra Londres. Minhas noites têm sido bem agitadas.

Fecho os olhos e deixo o sono me tomar.

[...]

Acordo com alguém me chamando e vejo que é meu irmão.

Dom D'AngeloOnde histórias criam vida. Descubra agora