Dom D'Angelo

Capítulo 94

Continuação...

Elena

Acordo e passo a mão na cama procurando por Dário. Ouço o barulho do chuveiro aberto e vou até o banheiro. Dário está de costas pra mim com as duas mãos na parede. Aproveito que ele não notou a minha presença e tiro a minha roupa indo me juntar a ele.
Assim que passo minhas mãos por suas costas ele se assusta, mas depois relaxa.

Ficamos nos banho por uns quinze minutos só trocando carícias e beijos. Até porque não podemos passar disso.
Depois de me trocar no closet quando saio vejo Dário vestido de terno e gravata. E o olho sem entender.

_ Pra onde você vai assim!
Aponto pra ele.

_ Desculpa não dizer antes. Mas tenho que voltar, aconteceu uns problemas na empresa e eu preciso resolver. Desculpa mesmo!

Ele pede ao ver a minha cara de decepção. Não acredito que ele vai mesmo fazer isso.

_ Tá tudo bem!
Digo triste.

_ Então pelo menos espera eu me trocar, pra ir com você até o aeroporto. E nem adianta falar que não precisa. Irei mesmo assim.
Digo voltando pro closet.

Quando já estou devidamente trocada. Volto para o quarto e Dário não está. Então resolvo ir no quarto dos gêmeos. Quando chego na porta ouço Dário falando com Eros. O mesmo está de costas pra mim com o bebê no colo.

_ Me prometa que irá cuidar da sua mãe e da sua irmã, hein! Assim que der eu prometo que iremos nos ver. Eu amo você!

Ele diz e dá um beijo na cabeça do meu filho e o coloca novamente no berço, ele vai até Laura e a pega.

_ E você mocinha vê se dá um descanso pra sua mãe. Eu vou morrer de saudades de vocês. Amo você minha princesa!

Ele passa a mão pelo rosto da minha filha e da um beijo na mesma e coloca ela no berço. Enxugo uma lágrima solitária que acabou de cair dos meus olhos. Dou uma batida na porta pra fingir que acabei de chegar.

_ Vou dar mamar pra eles enquanto você toma café, pode ser?
Pergunto.

_ Pode sim! Ainda temos tempo.
Ele diz.

_ Ok!

Ele me dá um selinho demorado e depois sai do quarto. Pego primeiro Laura vejo se a fralda dela está muito suja, me surpreendo em ver que a mesma já está de banho tomado.

_ Acho que a vovó já andou por aqui né!

Digo pegando a mesma. Assim que percebe que irá mamar ela se afoba.

_ Calma meu amor, vai se engasgar assim.
Digo.

Ela mama por uns dez minutos e dorme novamente. A faço arrotar e coloco ela deitada de ladinho no berço. Pego Eros e o mesmo está todo cheio de preguiça. Ele se estica todo no meu colo.

_ Oi meu amor, vamos mamar!
Digo beijando a cabeça dele.

Coloco ele no outro peito e depois de um bom tempo mamando ele também dorme. O faço arrotar e o coloco de volta no berço. Os cubro e antes de sair do quarto pego a babá eletrônica e desço para tomar café.
Assim que chego na sala de jantar vejo meu pai, minha mãe ao seu lado, Dário está do outro lado da mesa sentado e meu avô está na cabeceira da mesa. Me sento ao lado de Dário.

_ Bom dia!
Digo.

_ Bom dia!
Todos respondem.

Pego um prato e coloco um pedaço de bolo de frutas secas e um pão com queijo branco que as funcionárias do meu avô já deixam pronto. Pego uma caneca e coloco um pouco de café. Começo a comer e olho para o meu marido. O mesmo está alheio com os seus próprios pensamentos.
Meu pai e minha mãe falam sobre trabalho e meu avô está folheando um jornal e tomando café. Volto a me concentrar no meu café.

_ Então você vai voltar para o Brasil, Dário?

Pergunta meu avô dobrando o jornal e colocando o mesmo sobre a mesa.

_ Irei, senhor! Minha empresa precisa de mim, não posso ficar mais.

Ele diz olhando para o meu avô e posso ver que ambos estão trocando farpas. Franzo o cenho sem entender.

_ É, para o negócio prosperar o próprio dono tem que está de olho.

Meu avô diz e eu percebo um tom de deboche na fala dele.

_ Concordo!
Dário diz sem olhar.

_ E você, Lena, não irá com seu marido?
Pergunta.

_ Não vovó irei ficar um tempo aqui pra poder matar a saudade de Vanessa. Mas depois eu volto.

Digo passando a mão no braço de Dário.

_ É ruim que eu deixaria uma mulher linda desse jeito dando sopa por aí!

Diz meu avô com um tom brincalhão, mas eu percebi que foi pra alfinetar Dário.

_ Eu confio no meu taco e confio na minha mulher. Ela não é minha prisioneira!
Dário diz sorrindo pra mim.

_ Hmm… Que bom!
Meu avô diz e volta a tomar o seu café.

Depois de tomar café, dei uma olhada nos meus filhos e pedi para os meus pais olharem eles até eu volta do aeroporto eles concordam afinal são loucos pelos netos.
Um funcionário do meu avô vai nos levar.
Estou na sala esperando Dário, o mesmo foi buscar a sua mala no quarto.

_ Vamos!

Ele diz aparecendo na sala arrastando a sua mala. Apenas assinto.
Entramos no carro e fomos rumo ao aeroporto. No trajeto todo fomos de mãos dadas, só que em silêncio.
Depois de uns vinte minutos chegamos. Entramos no aeroporto e meu coração começou a errar as batidas. Olhei para Dário com os olhos cheios de lágrimas e ele me abraçou.

_ Ei meu amor, vai ser melhor assim. Não fica assim Lena.

Ele diz e eu só consigo chorar. Não quero que ele vá, mas também não irei impedir.

_ Eu não quero que você vá. Mas também não vou te prender a mim.
Digo.

_ Eu sei meu amor, eu te amo por isso.
Ele diz me dando um selinho.

Fico abraçada com ele até a hora que o voo dele é chamado.
Meu avô lhe ofereceu o jatinho. Mas Dário não quis, segundo ele não queria incomodar. Mas alguma coisa me diz que tem algo a mais por trás. E logo eu irei descobrir o que é

_ Bom chegou a minha hora.
Ele diz.

_ Eu sei!

Ele me beija com vontade e eu retribuo. Nos soltamos quando já estávamos sem fôlego, ficamos alguns segundos com as testa colada.

_ Preciso ir meu amor. Eu te amo!
Ele diz.

_ Eu também te amo!

Digo, ele me dá mais um beijo e me braça e vai rumo ao guichê. Fico olhando meu marido ir embora e me perguntando como chegamos a esse ponto. Depois que vejo Dário sumir da minha visão, saio do aeroporto e vou em direção ao carro, quero voltar pra casa o quanto antes.  Preciso dos meus filhos mais do que nunca.

Vou o trajeto todo de volta pra casa com a cabeça encostada no vidro da janela. Deixei que algumas lágrimas rolarem. Fechei os meus olhos relembrando os momentos que passei ao lado de Dário. Choro ainda mais. Não deveria ter deixado as coisas chegarem aonde chegou. Pensando bem, eu não deveria ter me casado com ele. Não deveria ter dado esperança pra ele sabendo que eu não poderia retribuir o que ele iria me dar.

Fecho os meus olhos e tento esquecer tudo. Parece que eu nunca vou ser feliz nessa vida. Porque sempre que eu tento seguir em frente algo me puxa pra trás. Não aguento mais isso.

Continua…