Cap 1 - O capítulo do Ponto P

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Então, tudo começou... há um tempo atrás, na ilha do sooooool... nossa, que horror começar a contar a história da minha vida com a música que serve de trilha sonora para meu tormento diário. "Ô Miiiiiiilaaaa..." sim, é assim que minhas adoráveis melhores amigas me cumprimentam todas as manhãs. Não, não estamos no colégio, estamos na faculdade. E não, também não, nada a ver com o restante da música que diz "mil e uma noites de amor com você". Ainda bem né, porque... elas são minhas melhores amigas, mamíferos do sexo feminino e eu sou apaixonada pelo Harry do One Direction. Ele um dia agradecerá pela minha fidelidade a ele, por esperá-lo pacientemente (?) e sendo assim vai declarar todo o amor dele por mim. Ai ai, linda a história da minha vida né?

A moral dela? Não botem o nome de um de seus futuros filhos de Camila.

Ok, agora é sério. Tão difícil falar de mim enquanto escuto meu professor divagar sobre Didática. Querer ser professora é uma coisa, querer estudar didática é outra coisa. Acho que é por isso que a educação do país não avança. O professor chega na sala, larga a pasta, coloca o pendrive no computador, lê os slides que ele preparou há 3 anos, manda um trabalho ou pede pra ler um texto de apoio e vai embora. Ter aula de didática sem explorar as didáticas em sala: você está fazendo isso certo. Mas perai... tá muito quieto isso aqui hoje.

Poft.

Tava demorando. Eu poderia abrir uma tendinha aqui no refeitório da faculdade ao estilo Mãe Dináh, porque não é a primeira vez que eu penso em algo e alguma coisa acontece. Mãe Mila, pepeô! Senti os olhos de Marielle me fitando com uma cara estranha. Estou pensando demais ultimamente, ela vai me perguntar isso quando bater o sinal e eu vou falar o que? Enfim, abri o papelzinho que ela jogou na minha cabeça. Rústico né? Mas esse professor engoliria meu fígado se me visse com o celular na mão.

- "Quer ir lá em casa hoje depois da aula?"

- "Ai, hoje estou meio cansada, fiquei até tarde no Skype com uns amigos" - respondi jogando o papelzinho de volta.

- "Poxa, Sandra disse que iria comprar pizza"

- "Sabe que meu cansaço passou? Acho que vou sim, descanso depois..." - Pizza é meu ponto P. Shh.

- "Nossa, que mágico não? Você não vai mudar nunca Mila."

Quando fui devolver o papel o sinal tocou. E quanto mais eu bocejava, mais o meu estômago roncava. Coloquei minhas coisas na bolsa e fui até minha amiga maluca.

Sandra e Marielle são minhas melhores amigas desde que me conheço por gente. Marielle estuda comigo desde a época do colégio e sempre foi mais doidinha do que a irmã Sandra, que era mais velha e mais centrada, mas ainda assim, super divertida. Coincidentemente a casa delas ficava na minha rua, e como nossas mães eram muito amigas, perdi as contas de quantas vezes minha mãe me fez ir até a casa delas pedir açúcar, trigo ou fermento. Frustrante ser atendida sempre por elas. Custava tentar ter um filho homem? Falo isso como se eu fosse a mestre da sedução. Só que não, nunca. Já tive um namorado antes, Phillip. Bonito, charmoso, inteligente, me amava de verdade... tudo que eu pedi a Deus. O problema? Eu não o amava. Não entendia o porque. Ele era incrível comigo, me tratava como uma princesa e vivia me dando chocolate, mas eu não o amava. Fiquei pouco tempo com ele, justamente o tempo que eu tinha me dado para me apaixonar por ele. Terminamos numa boa e prometi a mim mesma que só alimentaria esperanças em quem eu soubesse que seria capaz de mexer com meu coração. Depois dele, mais 2 casinhos não tão importantes.

Fato é que agora estou sozinha, feliz. Mas sabe quando falta um espaço pra preencher? Então... enquanto isso não acontece, vou pra casa das minhas melhores amigas pra fazer o que mais gosto na vida: comer, cantar e conversar. Literalmente a letra C é a melhor.

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