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Ohana:

Na segunda, comparecemos a escola. E nem se quer vi Larissa desde que voltamos de Santa Monica. Mateo tinha uma expressão sonolenta enquanto escondia o rosto entre os braços, debruçando-se sobre a mesa. Nic apenas olhava entediado para o notebook a sua frente, assim como Pietro ao meu lado que tão pouco dava importância pra aula.

Me vi conversando com Arielle e a marquesa, sua então melhor amiga. E me perdi no tempo enquanto fazíamos isso.

-Arielle: Sabe... quando eu te conheci achei que você era uma vadia. - mencionou em meio a pauta que tomávamos, chamando a atenção que Pietro não dava antes.

-Ohana: O que te fez mudar? - questionei com um sorrisinho fraco.

-Arielle: Nada. - respondeu com um sorriso sincero. - Ainda acho que é uma vadia. Só passei a gostar disso em você.

Foi inevitável não sorrir quando Nic fez o mesmo, acompanhado por Pietro ao meu lado. A expressão deles concordavam com o posicionamento dela e aquilo me chocava.

-Arielle: Você é uma pessoa horrível. - ela mencionou sincera, e não mentia. Eu e Pietro tínhamos consciência disso.

-Ohana: Talvez... - respondi convicta e confiante. - Mas sou rica e bonita. Então isso realmente não importa.

-Felipe: Dizem que os filhos que mamam menos são os que menos prestam. - ele comentou fazendo-nos sorrir.

-Ohana: Mamo até hoje. - respondi, levando um beliscão de Pietro após acabar com o clima silencioso, e risos começarem. - O que foi? Não estou mentindo.

Ravi entrou na sala e rapidamente o silêncio se instalou novamente. Ele carregava em mãos o tablet profissional, qual todo professor tinha um para acompanhar as notas e aplicar ensino através de slides. Seu olhar era orgulhoso, porém não tanto. O homem colocou-se a falar de privilégios, inteligência, o que era comicamente estressante.

-Bruno: Quando fala de privilégio, fala dos Lefundes? - Ainda mais quando Bruno abriu a boca para vitimizar-se e apontar-nos como o centro do privilégio em meio a toda aquela sala. Escondendo o fato de que pagava para que fizessem suas atividades, culpando-me por sua falta de sabedoria.

-Ohana: Se Ravi fala de privilégio e inteligência, com toda certeza não fala de você. - interrompi o garoto, que falava cheio de ousadia.

O vi engolir em seco e olhar para mim com aborrecimento e irritação. Era favorável ver a fúria que o percorria...

-Bruno: Acordou infeliz esta manhã? - Ele questionou fazendo alguns alunos sorrirem discretamente, incluindo o maldito professor.

-Ohana: Bruno... você sabe por que estou sempre magra? - questionei fazendo os sorrisos desaparecerem e sua atenção voltar a mim. Enquanto Ravi permanecia silencioso, observando a desavença. - Porque sempre me vejo gorda. Sabe por que sou a melhor? Porque nunca me conformo.

Ergui o olhar, enquanto brincava com a caneta em minha mão. Fitando-o novamente, deixando escapar toda minha arrogância através das palavras desprezíveis.

-Ohana: Além do mais... quem busca ser feliz hoje em dia? - questionei-o com um sorriso fraco. - Quando se pode ser o melhor.

Bruno tentou argumentar comigo, entretanto meu ego era inflado demais para deixá-lo ao menos tentar me confrontar. Eu não estava minimamente acostumada a realidade qual poderiam subestimar-me, ou esperarem que eu ficasse calada enquanto apedrejavam-me.

-Ohana: Ponha-se no seu lugar. - mencionei com um regulado, disperso e calmo. - Insolente.

As risadinhas apareceram outra vez, dessa vez ao meu favor. Bruno colocava-se diante de fúria, enquanto encarava-me sem escrúpulos algum. Eu poderia vê-lo se desmanchar em ódio, enquanto tudo aquilo favorecia e agradava-me.

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