Ohana:
Eu simplesmente não consegui dormir depois que perdemos o sono e acabamos transando. Ergui-me da cama com lentidão ao desvencilhar-me do seu corpo nu. Ela dormia mais relaxada, quando a mim, bem, eu tinha os pensamentos a milhão. Caminhei até a poltrona não muito distante, e busquei o robe em tonalidade preta, vestindo-o sequencialmente. Retornei a cama apenas para cobri-la melhor devido a temperatura baixa no quarto, e então, sai.
Recorri-me ao andar principal da mansão, onde em um taça despejei uma quantidade consideravelmente alta de vinho. Desta vez, um bem amargo por opção mesmo. Sentei-me no sofá da enorme sala, e no relógio, notei que já se passavam das 3 horas da madrugada. Respirei fundo e confortei-me melhor no estofado. Senti minhas costas relaxarem e meu corpo tenso se tornar um pouco mais leve.
-Ivana: O que faz aí sozinha... a essa hora? - ouvi a voz rouca materna, um mediano tempo depois, e logo acomodei-me olhando-a.
-Ohana: Eu deveria questionar o mesmo a você. - sorri de canto.
Deixei dois tapinhas ao meu lado, sobre o estofado, sinalizando que ela juntasse-se a mim. E assim ela fez, pegando a garrafa de vinho sobre a mesa de centro, levando-a aos lábios. Bem, acho que ela se embriagaria antes de dormir, assim como eu.
-Ivana: O que mantém acordada? - questionou baixinho.
-Ohana: Larissa. - respondi sem pensar duas vezes. - Acho que cometi um erro...
-Ivana: Algo... - premeditei o que ela falaria.
-Ohana: Não! - neguei rapidamente. - Claro que não. Eu nunca faria isso com ela.
-Ivana: Menos mau. - sorriu fraco.
-Ohana: Menos não... isso é inaceitável. - rebati rapidamente e ela sorriu afirmando.
De maneira espontânea, ajustei o robe que abria-se vagarosamente tornando o decote ainda mais aberto. Eu estaria ao seu lado e a amaria como dito, afinal, era o que eu sentia. Mas... talvez eu tivesse dado um passo muito longo, quando propus que passássemos a morar juntas.
-Ohana: Bem, propus algo a ela. - disse paciente, e minha mãe fitou-me séria. - Sugeri que passássemos a morar juntas, mas...
-Ivana: Mas o que? - questionou.
-Ohana: Acho que fui além, fui rápida, não fui? - questionei confusa. Aquele questionamento estava se repetindo em minha cabeça, deixando-me louca.
-Ivana: Se quer saber, nunca é cedo demais.. - ela disse paciente, experiente. - Nunca é cedo demais para começar a desfrutar de algo que almeja. Se ficar pensando na hora certa pra passar a fazer isso, quando vai achar que vai ser a hora? A todo momento vai se colocar em dúvida e acabar negando-se a fazer. Não há limite de tempo. Comece e proponha quando você quiser... e bem, deixe-a decidir, no tempo dela.
-Ohana: Acontece que ela não disse mais nada... - sussurrei insegura. - E se... eu tiver colocado-a em uma decisão difícil?
-Ivana: Decisões precisam ser tomadas. - sorriu de canto. - Mesmo que sejam assustadoras muitas das vezes. Vai viver com medo de tentar? Vai viver com medo de ousar-se a querer mais? Vocês podem mudar, ou ficarem como estão. Não há regras para esse tipo de coisa.
-Ohana: Eu só não quero impôr ela. Não quero fazê-la achar que precisa fazer algo que não queira.
-Ivana: Bem, querer ou não, partirá dela. Mas e você, o que quer? Vai privar-se de dizer a ela, por medo da decisão que ela tomará?
Aqueles questionamentos eram úteis, estavam deixando-me mais confiante quanto à mim mesma. Larissa tinha vontades e eu também, eu não podia negar-me. Mas o problema não era esse.

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Impensado
Fiksi PenggemarIvana Lefundes e Sidney, haviam tido gêmeos... e bem, eles haviam crescido com educação invejável, e padrões comportamentais ensinados. Mas será que fariam jus ao nome da família tão renomada e honrada? E quanto a Larissa? Quando apareceria no cami...