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Ohana:

-Larissa: Quem diria... - mencionou em tom regulado, enquanto eu terminava de colocar os acessórios prateados. - A patricinha não é de todo... uma idiota.

-Ohana: Digamos que os ruins também carreguam qualidades. - informei-a paciente, com um sorriso ladino, enquanto olhava-me no espelho. - Mas não diga isso a nós, o ego infla.

Caminhei até o interior do meu quarto, ao sair do closet. Ela já estava pronta, havia tomado banho primeiro e tido mais tempo. Seus lumes fitaram-me com paciência até que eu aproximei-me ficando de frente para ela.

-Larissa: Talvez eu me amarre no seu ego inflado... - confessou em um sussurro.

Sorri dispersa, antes de estender a mão para que segurasse e levantasse. E então assim a morena fez, ergueu-se diante de mim enquanto seus olhos perversos mantinham-se fixados em minha expressão atenciosa. Eu podia sentir o gelado dos anéis de ouro tocarem minha mão, assim que as entrelaçamos.

(...)

Desci as escadas e pedi baixinho que Larissa esperasse-me no carro.

Ao avistar-me, Pietro sorriu em um suspiro frustrado. Sentado de forma largada no estofado, onde tinha ao lado uma garrafa de whisky irlandês.

-Pietro: O que está fazendo? - questionou antes de levar a garrafa aos lábios, encarando-me com rebeldia.

-Ohana: Fazendo o que eu disse que ia fazer. Optando por ficar com ela. - respondi sem delongas, caminhando até ele em passos vagarosos. - Olha pra você... como é patético, um homem grande fazendo birra...

-Pietro: Não deveria fazer comparações... - ele sorriu patético. - Somos iguais.

-Ohana: Não, não somos iguais porque eu nunca a trataria daquela forma. - segurei seu rosto, pressionado seu maxilar, o fazendo olhar pra mim. - Sabe o que nos difere? Você é impulsivo e sua cabecinha sequelada consegue ser muito idiota as vezes.

-Pietro: Eu sempre estive do seu lado. - ele disse frustrado. - Não vê que eu só quero o seu bem?

-Ohana: Eu sei que quer, mas neste momento impedir-me de ficar perto dela é um erro. - o expliquei. - Você mesmo disse que eu deveria dar-me chance.

-Pietro: Eu não sabia de toda verdade. - argumentou calmo. - E você mentiu pra mim!

-Ohana: Eu não menti pra você sobre nada, Pietro. - argumentei séria assim que ele ergueu-se. - Ao contrário de você que aparentemente conversa sobre o que faço ou deixo de fazer, com o papai.

-Kalil: Ela está com a razão, Pietro. - O substituto de Oliver mencionou paciente, me deixando ainda mais convicta. Já que era difícil vê-lo concordar com algo.

-Ohana: Me desculpe, mas eu sinto muito por tudo que passou. Por termos passado pelo que passamos. Eu sei que tenho uma dívida impagável com você, por sempre ter me protegido. - mencionei empurrando-o com o dedo indicador, ao tocar seu tronco desnudo. O fazendo sentar novamente. - Mas você não é dono do mundo, tão pouco um inocente. E nunca mais! Me desrespeite, ao ponto de tentar intervir minhas decisões e gritar comigo.

-Pietro: Ohana... - chamou com sua voz grossa e mansa, e então o interrompi.

-Ohana: Me poupe! Eu tenho coisas mais importantes pra fazer do que lidar com o seu drama, narcisismo e extinto protetor possesso.

"Ohana é uma boa garota, Pietro tenta... Ohana é diferente." - Ivana.

-Ohana: Você está imundo. - revelei o fazendo revirar os olhos, ao tomar com brutalidade a garrafa de whisky em suas mãos. - Toma um banho, e descansa. Quem sabe acorde com mais mentalidade e um pedido de desculpas pronto. Afinal de contas, não vai precisar pedir só pra mim.

Ele assentiu intimidado, e sussurrou um pedido de desculpas quase inaudível. Qual não dei importância.

(...)

Ao sair da casa, Kalil seguiu-me educadamente, abrindo a porta do Cadillac onde logo pude observar a morena que aparentava entretida enquanto mexia no celular. O homem negro de olhos escuros fitou-me paciente, com um sorriso gentil e uma expressão ladina. Kalil era de longe uma das pessoas mais confiáveis pra mim.

-Ohana: Obrigada. - sussurrei em gratidão após ele ajudar-me a tirar o sobretudo.

Kalil dirigiu pacientemente até uma cafeteria no centro de Los Angeles, onde havíamos reservado de última hora. O que havia dado certo já que se adentrava o horário das 9:00 da manhã e havia mesas vagas. A mão livre de Larissa repousava sobre minha perna enquanto sua atenção ainda era dada a tela em sua mão direita, o silêncio era agradável, então não a interrompi no que fazia.

O carinho lento era feito espontaneamente, e eu o observava paciente. Enquanto seus dedos cheios de anéis deslizavam vagarosamente pela minha pele.

-Larissa: Como foi as provas? - questionou após guardar o celular na bolsa e olhar-me.

-Ohana: Fáceis. - respondi sem demora. - Eu tirei nota máxima em todas. - conclui sem tanta importância, já que era comum pra mim.

-Larissa: Parker não mentiu quando disse-me que era uma das melhores alunas na Harvey. - disse com um sorrisinho orgulhoso.

Seu rosto delicado aproximou-se do meu vagarosamente e então selou meus lábios com extrema sutileza. E momentos depois, lá estávamos nós, em uma cafeteria de Los Angeles enquanto eu comia com a fugitiva que meu pai odiava.

Ergui a taça com uma bebida sem álcool aos lábios, era um tipo de licor norte americano qual eu me dei a oportunidade de provar após Larissa indicar. E até que o gosto suave agradava-me. Ela tinha um paladar refinado, e isso encantava-me de maneira singela. Seus lábios róseos deixaram escapar um sorriso magnífico ao notar que eu havia gostado da bebida.

Havíamos passado aquele mediano tempo juntas, e confesso que havia sido calmo e agradável. Depois que finalizamos Kalil a levou em casa, já que precisava finalizar alguns projetos empresariais e algumas pautas de sua profissão. Além do mais, eu tinha de voltar e me concentrar nos estudos. Que era o que de fato eu havia vindo fazer em Claremont.

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