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Ohana:

Minhas mãos habilidosas eram como pecados sobre seu corpo santificado. Minhas unhas arranhavam suas costas sem piedade alguma, enquanto sua boca perdia-se em meu colo, com beijos sedentos. Seu corpo desnudo rebolava sobre o meu, levando-nos ao limite juntas.

Larissa era minha prova viva, de que o desejo tinha sua forma humana.

Suas mãos firmes seguravam-me com precisão, erguendo minhas costas do colchão. Sua boca beijava a minha carinhosamente, ao mesmo tempo em que ela guiava cada passo preciso. Eu nunca havia visto a face da mulher que amava, como via agora. Sua expressão era avassaladora, sedenta, e seus toques premeditados mostravam-me cada vez mais isso.

Eu podia sentir o calor do corpo alheio, tão próximo ao meu. Envolvendo-me de maneira fervorosa em um prazer único proporcionado a mim. Seus dedos adentravam-me com extrema sabedoria, em um ritmo quase acelerado, enquanto ela sorria vitoriosa e olhava-me com seus lumes escuros de pupilas dilatadas.

Levei as mãos a adentrar seus cabelos, puxando-os assim que beijei seus lábios. Mordendo-os e descontando neles todo prazer que percorria meu corpo internamente.

Minhas costas arqueadas, e nosso beijo avassalador constatavam a ela meu quase orgasmo. Eu podia sentir meu corpo arrepiar e o prazer percorrer meu interior com velocidade. E mais uma vez, entreguei-me aos gemidos incontroláveis, aos arrepios incontentáveis e aos espasmos involuntários. Gozando em seus dedos.

(...)

Ela deitou-se na cama, como outrora. Todavia, desta vez eu estava sobre ela. Suas mãos apertavam minha bunda com maldade, e as vezes destilavam tapas fortes.

-Ohana: Eu te amo... - sussurrei quando ela finalizou o beijo e olhou-me carinhosa.

Seu sorriso foi como a sensação de um sonho realizado, tão puro e diáfano. Toquei seu rosto carinhosamente e selei seus lábios uma outra vez, com um selinho rápido. Seus olhinhos agora brilhavam como nunca, observando-me com devoção.

-Larissa: Eu te amo... - respondeu na mesma tonalidade, um sussurro.

Suas mãos guiaram-me um pouco mais pra cima, levando minha intimidade a alcançar sua boca, enquanto sobre ela, eu segurava seus cabelos lisos espalhados pela cama. Rebolado vagarosamente em sua boca, eu inclinava a cabeça para trás e sentia todo meu ser ter espasmos ao mesmo tempo em que ela me chupava. Tendo me praticamente em seu rosto.

Sua língua percorria toda região, como se eu fosse seu único objetivo em vida.

Rapidamente meus olhos fecharam-se, a escuridão era tudo a ser presenciada por mim. Ao arrepiar-me arqueei as costas, gemi pelo seu nome e senti suas mãos firmes apertarem minha bunda em um desejo famélico.

Eu havia chegado lá outra vez...

(...)

Após tomarmos banho juntas, vesti um moletom de Larissa, largo o suficiente para aparentar um vestido. Um shortinho de seda sobre a peça intimida, e nada mais.

Nicolas:

O sol lá fora ainda era notável, e o ciúmes de Matteo ainda era resplandecente. Sua face transparecia bem isso, tanto quanto seu incômodo quando Pietro falava algo em implicância.

-Nicolas: Já estou me contentando... acho melhor fazer o mesmo. - soei paciente e ele revirou os olhos.

Ergui-me da área solar próxima à piscina, e adentrei a casa na companhia dos dois.

-Matteo: Não... assim também não dá, poxa mãe! - o garoto soou impaciente assim que avistamos a seguinte cena: Nossa mãe abraçava a garota loira por trás, enquanto ela preparava algo pra ambas no balcão. Seu rosto estava escondido no pescoço dela, beijando-o sem pudor algum quanto ao carinho revelado.

O sorriso nada confortante de Ohana, qual revelava apenas implicância e provocação, foi mostrado. Entretanto, a expressão plácida de minha mãe, revelou que seu sentimento era sincero... como o da garota em seus braços.

-Larissa: Vai reclamar até quando, Matteo? - propugnou paciente, encarando-o delicada. 

Ele engoliu em seco, estava grandinho demais para ter essas imensas crises de ciúmes. Nosso passado possessivo havia sido tratado com ajuda de psicólogos e terapias comportamentais, havíamos aprendido a nos desapegar dela o suficiente para respeitá-la. Havíamos mesmo... ou só achávamos?

-Nicolas: Seu pescoço... - soei baixinho ao observar a pele marcada da minha melhor amiga com chopões.

-Larissa: Já vimos. - soou convicta, em uma forma de repreensão cabível. Sem arrogância. - Parem com essa possessão, não cabe a vocês.

Seu corpo desvencilhou-se aos poucos da garota, quando ela deixou um beijo em seu rosto e afastou-se sussurrando avisando que a deixaria conversar conosco, já que parecia mesmo necessário entender melhor isso. Logo ela e seu gêmeo se afastaram.

-Larissa: Querem saber o quanto amo essa garota? - questionou explicativa ao descer da parte superior qual notoriamente dividia a cozinha da sala de jantar. - As tempestades que ela causa em mim são tão incontroláveis como os mares comandados por Poseidon. O amor que sinto por ela, é tão profundo... que eu o compararia com os oceanos não explorados.

Ela aproximou-se um pouco mais em passos vagarosos, levando-nos a ficarmos estáticos. Enquanto a encarávamos com atenção e obediência.

-Larissa: Aquela garota... - apontou em direção ao corredor anteriormente percorrido por ela, em direção a enorme sala. - É tão cativante que me apaixonei pela sua alma e essência, antes mesmo de tocar seu corpo.

Seus lumes com pupilas dilatadas encarava-nos em busca de compreensão. E sua voz delicada soava sem arrogância alguma, levando-nos a escuta-la.

-Larissa: Eu a amo tanto, que as vezes acho que a lua está cansada de ouvir o nome dela saindo dos meus lábios todas as noites. - concluiu com paciência. - Eu não espero aprovação de vocês, mas espero que respeitem minha decisão. Não cabe a vocês tentar controlar meus sentimentos, nem mesmo eu consegui.

-Matteo: Perdão... - Matteo pediu assim que Larissa virou as costas e almejou sair, ao receber apenas silêncio vindo de nós. - Eu não devia...

-Larissa: Eu entendo. - soou calma, interrompendo-o. - Mas esse ciúmes todo, as vezes passa a ser invasivo, desrespeitoso comigo e com ela consequentemente.

-Nicolas: Foi surpreendente, inesperado. - soei pela primeira vez. - Prometo, que ao menos eu... tentarei compreender aos poucos.

-Larissa: É o esperado por mim, Nic. - sorriu em meio a expressão frustrada.

-Matteo: Me desculpa... - pediu por nós, antes de abrir os braços e dar a ela um amplexo confortante.

Me juntei ao abraço, e selei sua cabeça com um beijo fraco.

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