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Ohana:

Eu permanecia ao seu lado, enquanto aquele discurso repreensível feito no palco parecia durar séculos. Eu entrelaçava minha mão a de Larissa, discretamente.

-Larissa: Quando estiver prestes a finalizar... eu saio primeiro. - sussurrou enquanto tinha-me com a cabeça deitada em seu ombro.

-Ohana: Tudo bem. - respirei fundo, inalando bem o perfume doce que emanava da sua pele.

Observamos Parker entregar o microfone a secretária, e então Larissa se despediu deixando um beijo rápido em minha testa. Saindo em seguida, deixando-me sozinha.

(...)

Eu caminhava ao lado de Nicolas e Matteo, em direção a sala de aula, onde teríamos mais dois seguidos horários completamente entediantes. Estudamos solos, fórmulas de cálculos e tivemos algumas apresentações digitais, de maneira teórica tornando aquilo um pouco mais simples.

-Pietro: Estou exausto. - reclamou meu irmão assim que Ravi saiu da sala, e fomos liberados. - Precisamos ir pra casa, ok? - soou paciente enquanto caminhávamos.

-Nicolas: A dias não ficam a gente... - Nicolas mencionou frustrado. - Aconteceu alguma coisa?

-Pietro: Não, claro que não. Ohana só tem andado meio ocupada, e eu tenho dado mais atenção as matérias. - explicou, sem mentir.

-Matteo: Então o que acham... vôlei hoje? - chamou com um sorrisinho esperançoso.

Eu e Pietro nós encaramos por alguns segundos, e mentalmente chegamos a uma conclusão. Não precisávamos dizer, nossos olhares falavam por si só.

-Ohana: Claro. - respondi enquanto sorria de canto.

-Nicolas: Ok. - ele soou paciente, em consentimento. - Vou só... avisar minha mãe.

-Pietro: Ela não vai com a gente? - meu irmão questionou confuso.

-Matteo: Ela não tem ficado muito em casa, ultimamente... - disse paciente.

Nicolas:

Encarei a figura feminina entre nós e ela tinha uma expressão calma, atenciosa. Ohana carregava aquela vibe de garota milionária de Los Angeles, do estilo que dirigia o carro de coleção do papai e geralmente tinha o que queria, em mãos.

Mas pior que ela...

Pense na única pessoa pior que a patricinha narcisista e egocêntrica, uma pessoa que conheça todas nossas fraquezas. Que nos prejudicaria, várias e várias vezes. Que não vai mediria esforços para garantir que minha família, e cada um que amamos... sofra. Alguém que quer vingança, pelo que somos...

"Matteo: NÃO OUSEM FALAR ESSE NOME! - Meu gêmeo soou em completa fúria, quando descobriu que dividiríamos a sala de aula, e nossas vidas, com um Lefundes outra vez."

O mito, a lenda... o pior Lefundes de todos.

-Pietro: Papai... - chamou com a voz arrastada assim que a porta não tão distante abriu, ele saia da sala do diretor. - O que faz aqui?

-Sidney: Eu estava apenas resolvendo algumas coisas... - ele soou paciente, enquanto seu olhar observava a mim, e a Matteo.

Estávamos intimidados, de fato. Sabíamos
do que ele era capaz, mas ainda assim estávamos ali. Estáticos e atenciosos, fingindo que não estávamos de frente para a segunda pessoa mais ameaçadora em nossas vidas. A primeira era nosso pai biológico.

-Ohana: Vamos.. - Ohana tentou dizer algo, mas seu pai rapidamente a interrompeu. Ele parecia já não se importar tanto, achava que a ameaça feita a minha mãe tinha sido o suficiente.

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