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Ohana:

Acordamos tarde, já era por volta das 15:00, o sol lá fora estava intenso, entretanto o silêncio que emanava na mansão era tranquilizante. Os gêmeos ainda dormiam, e eu agradecia internamente por isso. Tomei banho rapidamente com Larissa e depois disso vesti roupas limpas, minhas, para que pudesse ir pra casa.

-Larissa: Acho que eles ainda estão dormindo. - ela disse baixinho após abrirmos a porta.

E após certificar-se disso como outrora, Larissa guiou-me para fora. Ainda segurando sua mão, descemos para o andar principal, sendo atentas o suficiente para não sermos pegas de surpresa. Eu esperaria por Pietro, ele estava próximo e havia notificado-me de que levaria-me para casa.

-Larissa: Sabe que não precisa ir agora... - mencionou baixinho em meu ouvido, após abraçar-me por trás.

Dividíamos um chá gelado, enquanto com as mãos apoiadas sobre o balcão eu permanecia. Sentindo seu corpo encaixar-se no meu por trás, e sua respiração emanar em meu ouvido. Estava compassada, tranquilizada.

-Ohana: Pietro disse que precisamos conversar. - expliquei-a. - Minha mãe também entrou em contato, deixou uma mensagem pedindo que eu retorne assim que puder.

-Larissa: Se tiver problemas e precisar da minha ajuda, não pensa duas vezes em me ligar. Ok?

-Ohana: Prometo. - sussurrei de volta após escutarmos barulho no segundo andar, e logo seu corpo desvencilhar-se do meu.

-Matteo: Mamãe... - o garoto chamou sonolento assim que o avistamos descer as escadas. - Tem remédio pra dor de cabeça? - ele pediu.

Matteo repousava a mão na nuca, enquanto permanecia de olhos fechados. Com a mão livre, segurava-se no corrimão. Desnudo da cintura pra cima, vestido apenas em uma calça moletom de tonalidade escura. Seus pés descalços tocavam o porcelanato gelado, e seus cabelos lisos, mas parcialmente bagunçados mostravam-me que ele havia acabado de acordar.

-Larissa: Pega. - ela soou paciente, após abrir a gaveta e retirar de lá uma pequena cartela de remédio.

O silêncio acabou quando Pietro adentrou a casa, e logo sua voz grossa e calma chamou por mim.

-Pietro: Vamos, precisamos manter as aparências. - meu irmão soou impaciente, com um olhar inquieto e a postura cansada.

-Ohana: Não pensou na sua reputação na noite passada. - mencionei e ele continuou inexpressivo. Estava preocupado, caso contrário teria sorrido. - O que é tão importante assim? - questionei, estando ainda do outro lado do balcão, e ele olhou-me terno.

-Pietro: Papai está vindo pra Los Angeles. Isso soa importante pra você? - questionou severo, fazendo-me engolir em seco.

O olhei confusa, e ele assentiu milimetricamente confirmando que eu não havia ouvido errado. Observei de relance Larissa, e seu olhar não pareceu confortável, pelo contrário... estava amedrontada.

-Ohana: Tudo bem, me espera no carro. - mencionei em tom baixo, e ele assentiu saindo em seguida.

Despedi-me de Matteo com um abraço rápido, e fiz o mesmo com sua mãe. Sussurrando em seu ouvido de forma discreta que tudo ficaria bem. Ela assentiu milimetricamente de maneira também disfarçada, e em seguida me guiou até a saída.

(...)

Adentrei o Maserati como o meu, do mesmo modelo, mas de cor branca. Pietro ligou o ar-condicionado, e respirou fundo, quando repousei a mão sobre a sua.

-Pietro: Ele não pode descobrir. - disse baixinho enquanto brincava com meus anéis.

-Ohana: Faremos o possível pra que ele não descubra. - nos referíamos ao meu relacionamento parcialmente casual com Larissa.

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